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ELEIÇÕES RIO 2016
Quaquá e PT apoiarão candidatura de Pedro Paulo (PMDB), que agrediu a ex-esposa
Rita Frau Cardia

Na sexta-feira da semana passada (8) o atual presidente estadual do PT do Rio de Janeiro, Washington Quaquá, também prefeito da cidade de Maricá, deu uma declaração dizendo que Pedro Paulo (PMDB-RJ) “cometeu um erro” ao agredir sua ex-esposa Alexandra, mas que apoiará mesmo assim sua candidatura.

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Foto: Fernando Silva/ Divulgação

Segundo Quaquá, Pedro Paulo cometeu um erro e já reconheceu, mas “não há pena de morte no Brasil, nem do ponto de vista penal, nem do ponto de vista político”. Ainda diz que Pedro Paulo é o braço direito do atual prefeito Eduardo Paes, que “está mudando a cara do Rio de Janeiro”. E reconhece a importância da atuação da família Picciani, ala junto com Pezão, Paes e Pedro Paulo, contra o impeachment de Dilma.

O vice-prefeito da cidade do Rio de Janeiro é Adílson Pires do PT, e a maioria do PT deve fechar apoio ao peemedebista. Mas existe o possível apoio de uma ala do PT à candidatura de Marcelo Freixo (PSOL), liderada por Lindberg Farias. Quaquá disse que apoiará quem tiver maioria de votos na convenção do PT. "Se, em convenção, o partido decidir pelo Freixo, eu apoio o Freixo. Se decidir pelo Pedro Paulo, será o Pedro Paulo. Quem não fizer a determinação. O estatuto está aí para isso". Caminho aberto para expulsões? "O estatuto existe para ser cumprido. O PT não é um clube, em que um vai para praia, e outro para piscina. É um partido político".

Mas os fatos, a articulação política entre os partidos políticos e a subserviência ao PMDB por parte do PT, confirmam o apoio à Pedro Paulo. No último domingo (10) foi publicada nas redes sociais a foto de uma atividade de formação política e filiação ao diretório municipal do PT do Rio de Janeiro, na mesa estavam figuras do PT, como Quaquá, e de convidado estava Pedro Paulo, mostrando que esta aliança é bastante concreta para as próximas eleições municipais.

Foto: Marcela Werneck

O PT da “pátria educadora” de Dilma vem aplicando um ajuste que ataca os direitos da classe trabalhadora e corta milhões na educação pública, que na cidade do Rio de Janeiro vemos afetar as universidades federais com uma grande crise orçamentária que atinge os funcionários terceirizados e estudantes, que tem seus salários e bolsas cortados. Além de situações precárias de infraestrutura nas faculdades das federais.

Além disso, a cidade do Rio de Janeiro aprofunda sua crise por conta dos ajustes aplicados pelo governo estadual do Pezão (PMDB) como já viemos expressando aqui, com cortes na saúde, educação, e vemos uma cidade que se prepara para as Olimpíadas rendendo milhões para os empresários enquanto aumenta o custo de vida da população.

Este é o governo que Quaquá tanto diz que está mudando a cidade. Sim, mudanças que cada vez mais que excluem a classe trabalhadora e reprime a juventude pobre, negra e precarizada, como meses atrás, vimos pedágios racistas por parte da polícia para que não chegassem às praias da Zona Sul. E ainda têm que pagar preços exorbitantes das tarifas dos transportes que sofreram um reajuste este mês.

Eduardo Paes fez questão de colocar Pedro Paulo na cena da crise da saúde do Rio de Janeiro para exercer o papel de bom gestor. O secretário executivo de coordenação de governo da prefeitura do Rio participou no almoço de Natal, de vistorias em hospitais da rede pública. E também foi designado pelo prefeito Paes para cuidar da municipalização dos hospitais Albert Schweitzer e o Rocha Faria. Esteve ontem em reunião com os trabalhadores para discutir a municipalização do hospital Rocha Faria, em Campo Grande, e deixou clara sua defesa da administração através de parcerias público-privada e de não ser contra a OS.

O PT de Quaquá vem firmando aliança com o PMDB todos esses anos, que na conjuntura atual de crise política faz com que a defesa de sua governabilidade seja pautada inclusive em apoiar e defender um político que agride mulher. Quaquá teve a cara de pau de ainda dizer que Pedro Paulo merecia uma “pena alternativa” que se basearia em elaborar e aplicar políticas de combate à violência contra as mulheres e auxílio às trabalhadoras que estão nesta situação. A única coisa que Quaquá deixou de dizer é que o PMDB não governa em defesa dos direitos das mulheres, e ainda faz coro à posição que separa o homem público do homem privado como fez Eduardo Paes, dizendo que o que ele faz na sua vida pessoal é problema dele e nada tem a ver com a vida de gestor público. O PT que hoje apoia Pedro Paulo é o mesmo que dois anos atrás tinha como aliado Eduardo Cunha. As alianças com setores de direita em nome da governabilidade hoje alcança até agressores de mulheres.

Este apoio de Quaquá e do PT ao PMDB mais uma vez reflete a política do PT de rifar os direitos das mulheres e da classe trabalhadora em troca de uma aliança que prioriza os interesses dos empresários e privilégios dos políticos em detrimento do sufoco da classe trabalhadora em defesa desta democracia dos ricos e de um regime político que tem como um de seus pilares a sustentação de um partido político como o PMDB, com figuras como Cunha, os Picciani da máfia dos transportes e de obras para as Olimpíadas, Cabral e suas viagens com empreiteiros, e Pedro Paulo, que pratica violência machista.

Em um governo federal de uma mulher do PT, com o qual as feministas da Marcha Mundial de Mulheres (MMM) e petistas se vangloriam de um falso empoderamento das mulheres, o PT do Rio apóia Pedro Paulo, e mostra que este partido traiu também a causa das mulheres. No último grande ato de mulheres em 2015, no Rio, uma das bandeiras defendidas pelas feministas da MMM junto com o "Fora Cunha", era o "Fora Pedro Paulo". O que elas têm a dizer sobre este apoio declarado à um agressor de mulheres? O que mais a MMM espera para romper com este governo e o PT para, então, unificar o movimento de mulheres com o Pão e Rosas, Movimento Mulheres em Luta e demais setores combativos numa grande campanha nacional independente do governo Dilma contra a violência às mulheres e por seus direitos, como a legalização do aborto?

É fundamental a exigência imediata da punição de Pedro Paulo e cassação de seu mandato como deputado federal (mesmo licenciado) e demissão imediata do cargo comissionado na prefeitura de Paes. E que a classe trabalhadora e juventude se unam e tomem para si o exemplo dos secundaristas de São Paulo, que derrotaram o governo estadual de Alckmin (PSDB), para enfrentar os ajustes do governo Pezão com o apoio de Paes e Pedro Paulo e do governo Dilma.

 
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