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DESIGUALDADE CAPITALISTA
1% tem metade da riqueza enquanto maioria sofre com fome e Covid: capitalismo tem que acabar
Pedro Costa

Dados do relatório da Riqueza Global deste ano, publicado anualmente pelo banco Credit Suisse, mostram que a desigualdade cresceu e que o 1% do topo da pirâmide no Brasil concentra o equivalente a 49,6% de toda riqueza do país, mostrando que a concentração de riqueza aumentou nos últimos 20 anos, quando o montante concentrado era de 44,2%

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IMAGEM: Daniel Marenco

No 2º ano da pandemia e depois do país ter ultrapassado a marca de meio milhão de mortos pela Covid-19, com a fome, desemprego e queda na renda média do brasileiro recordes, sai a informação de que para a elite financeira do Brasil não há nenhuma crise ou redução de ganhos, muito pelo contrário, aumentaram seu patrimônio nos últimos tempos.

O relatório também aponta que o número de milionários no Brasil deve aumentar 74,4% até 2025, porcentagem alta dentre os 25 países da pesquisa, ficando atrás somente da Polônia. Esta perspectiva mostra que a tendência é que até 2025 a desigualdade e concentração de riqueza cresça ainda mais, tornando a maioria mais pobre e uma pequena maioria ainda mais rica.

Outros dados trazidos pelo documento também estimam que cerca de metade dos adultos mais pobres possuíam, em conjunto, 1% da riqueza mundial no fim do ano passado. Mas que por outro lado, os 10% mais ricos concentram 82% da riqueza global, e o topo da pirâmide (1%) tem quase metade (45%) de todos os bens. ​Lembrando que desde 2008 o capitalismo internacionalmente passa por uma crise econômica, que foi acentuada pela crise sanitária do coronavírus.

No Brasil em específico, o governo Bolsonaro e todo o regime pós golpe institucional de 2016, vêm aprovando medidas que precarizam ainda mais as condições de trabalho e vida da classe trabalhadora e povo pobre. Medidas como a recente privatização da Eletrobrás, a MP 936, a sanção da autonomia do Banco Central, a reforma da previdência, a reforma trabalhista do governo Temer, a reforma administrativa que é discutida na Câmara hoje, sem falar também na absurda PL 490, são exemplos das nocivas medidas do regime, que se interessa somente em aumentar e preservar os lucros dos patrões.

Os governadores, prefeitos e o STF, que muitas vezes tentam se pintar como “oposição racional” e alternativa ao bolsonarismo, não o são de forma alguma, pois mesmo que seu discurso não seja de extrema direita e negacionista, todos estavam de acordo com o governo na aprovação das medidas citadas no parágrafo anterior. Para além disso, no caso dos governadores, foram muitos os que, como Dória, Leite e Zema, impuseram um retorno às aulas presenciais, que custou a vida de milhares de trabalhadores da saúde e alunos, também nenhum governador ou prefeito garantiu medidas elementares de combate à pandemia, como testes massivos e mais recentemente vacinas, muito pelo contrário, ainda houveram aqueles, como Edmilson Rodrigues, Prefeito de Belém, do PSOL, que recentemente vem levando à cabo uma reforma da previdência à nível municipal.

Hoje em dia, com as milhares de mortes diárias e miséria que assola grande parte da população, e frente à disposição de luta que se mostrou nos dias 29M e 19J contra Bolsonaro nas ruas, precisamos de um dia de paralisação nacional, para avançar na batalha pelo Fora Bolsonaro, mas não só por isso, como também pelo Fora Mourão, militares e todos os golpistas, lutando para reverter toda a política de reformas e ataques contra a classe trabalhadora.

Neste sentido fazemos essa exigência às centrais sindicais como a CUT e CTB, dirigidas pelo PT e PCdoB, assim como para a UNE, também dirigida majoritariamente por estes partidos, para convocação de assembleias e reuniões desde a base para que construam esse dia de paralisação, ao invés de apostar em mobilizações divididas, como o 18J e 19J, promovido pelas centrais, e espaçadas no tempo, como o chamado para o ato do dia 24 de julho. Estratégia esta que só serve para fazer atos de rua controlados e eleitorais, que no fundo tem o interesse apenas de balançar a bandeira de Lula 2022.

No capitalismo brasileiro, assim como em todo o mundo, os trabalhadores são aqueles que tudo produzem, porém ao contrário, suas condições de vida estão sendo cada vez mais e mais precarizadas em detrimento de uma restrita elite, que por sua vez só acumula mais e mais. É uma tarefa estratégica de suma importância que organizemos nossa classe, para que lutemos pelas demandas dos negros, das mulheres, dos LGBTs, para que lutemos por um mundo no qual o produto do trabalho não seja alienado, e como diria Rosa Luxemburgo, por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.

 
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