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FORA BOLSONARO, MOURÃO E MILITARES
A força nas ruas não pode ser combustível para campanha eleitoral! Paralisação nacional já
Cássia Silva

Em diversas cidades do país, as ruas foram tomadas por dezenas de milhares manifestando seu repúdio a Bolsonaro e seu governo de extrema-direita, no sábado, 19 de Junho. Para que tomemos essa luta em nossas mãos, não podemos permitir a canalização da nossa raiva contra o governo em campanha eleitoral para Lula 2022. É necessário exigir um dia de paralisação nacional unificada de trabalhadores e estudantes.

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Foto: Ricardo Stuckert

Neste 19 de Junho, dezenas de milhares de brasileiros, especialmente jovens estudantes, nas capitais do país, e dezenas do interior, participaram de marchas e protestos contra Bolsonaro e seu governo de extrema direita. Protestos marcaram novamente presença da importante força que havia se expressado no dia 29 de maio.

Diante dessa força que se demonstrou nas ruas, é urgente que nos organizemos por cada local de trabalho e de estudo, para multiplicar nossa potência, contra o negacionismo do governo e sua marca de meio milhão de mortos por covid, responsabilidade de Bolsonaro e também dos governadores, como João Doria (PSDB-SP), afinal em nenhum momento da pandemia garantiram o direito a uma quarentena racional, espremendo milhões de brasileiros em ônibus lotados para chegar ao trabalho. E também aumentar nossa capacidade de combate contra os ataques, o corte orçamentário de Bolsonaro e do Congresso golpista que ameaça fechar universidades públicas, a Reforma Administrativa, a privatização da Eletrobrás que vai aumentar ainda mais a conta de luz de milhares de famílias que já padecem na pobreza pelo aumento de 33% da cesta básica.

Vivemos hoje sob a uma crise econômica aprofundada pela pandemia do coronavírus, que só conseguiremos dar uma resposta se fizermos com que os capitalistas paguem por ela, afinal foram eles mesmos que a criaram, mas a descarregam em nossas costas em forma dos ataques. Para começar, precisamos de um dia de Paralisação Nacional unificada de trabalhadores e estudantes, construído em cada local de trabalho e estudo, com assembleias de base, para atingir diretamente o bolso dos patrões, que lucram através de nosso trabalho, precarizam nossos estudos. Durante toda a pandemia, trabalhamos para que eles continuassem mantendo seus bolsos cheios de dinheiro, enquanto nós pagamos as suas e as nossas contas de luz extremamente altas, vivemos o apagão no Amapá, por causa da crise energética derivada da privatização, vivemos a terceira onda antecipada em Manaus por nossos recursos serem roubados, ocorrendo inclusive a absurda falta de oxigênio nos hospitais.

Veja também: Preta Parks no 19J: "Queremos uma paralisação nacional unificada de um dia de toda a classe"

A força nas ruas não pode ser combustível para campanha eleitoral para quem se propõe a gerir essa crise a partir dos resultados das urnas em 2022. Nós, trabalhadores, estudantes, precisamos tomar a luta em nossas mãos e atropelar as direções burocráticas ligadas ao PT e ao PCdoB que só querem utilizá-la com objetivo eleitoral para eleger Lula em 2022. Lula negocia com quem nos ataca, fazendo reuniões para costurar alianças com Sarney, Fernando Henrique Cardoso e outros. Desde que foi reabilitado para concorrer às eleições, depois de ter sido preso arbitrariamente pelo Judiciário golpista em 2018, sinaliza para os militares e perdoa os golpistas, diz que encaminhará a privatização da Caixa, porque quer se integrar ao regime político desdobrado do golpe institucional de 2016 e governar o país em prol dos ataques.

Por isso, precisamos exigir que a CUT, a CTB (centrais sindicais dirigidas pelo PT e pelo PCdoB) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), entidade estudantil dirigida pela UJS (juventude do PCdoB), pela Juventude do PT e pelo Levante Popular da Juventude, organizem a luta e não dividam as pautas e as forças dos trabalhadores e dos estudantes, como fizeram primeiramente convocando manifestações separadas entre os dias 26 e 29 de Maio, e depois nos dias 18 e 19 de Junho. A estratégia do petismo desemboca na formação de uma suposta Frente Ampla contra Bolsonaro, que aceita os capitalistas e golpistas que nos atacam nela. E vemos isso acontecer com a migração de Marcelo Freixo do PSOL para o PSB, partido que votou favorável ao impeachment de Dilma em 2016 e que cegou trabalhadores no Recife com bala de borracha nas manifestações do dia 29 de maio, avançando na política frente-amplista que já defendia dentro do PSOL. E também com a migração de Flávio Dino, governador do Maranhão, do PCdoB para o PSB, mostrando que para esses políticos não basta somente o PCdoB fazer parte do governo repressor de Paulo Câmara (PSB) no Pernambuco, e que é preciso garantir as possibilidades de aliança com o PT para as eleições de Lula em 2022.

E é nesse sentido que fazemos um chamado às organizações de esquerda, como PSOL, PSTU, UP e PCB, que dirigem diversos Diretórios Centrais de Estudantes (DCEs) de universidades públicas, aos movimentos sociais, a dar exemplo e apostar na força dos trabalhadores e estudantes, uma luta que precisa ser por Fora Bolsonaro, Mourão e militares. Basta de confiar no teatro da CPI da Covid com esperanças falsas de que possa desgastar Bolsonaro para a saída institucional do impeachment. Bolsonaro sai, e Mourão fica? General Hamilton Mourão (PRTB), vice-presidente militar que comemora o golpe militar de 64, que disse que os mortos nas mãos da polícia em Jacarezinho no Rio de Janeiro eram “tudo bandido”. Organizados, podemos derrotar Bolsonaro e o conjunto do regime político do golpe. Precisamos de um plano de luta e uma paralisação nacional para enfrentar os ataques, contra as intenções das direções burocráticas, pois aceitar o desvio eleitoralista da nossa luta só pode levar à derrota.

É preciso questionar o conjunto das instituições deste regime do golpe lutando por uma nova Constituinte Livre e Soberana, imposta pela mobilização, que possa revogar todos os ataques em curso e a obra econômica do golpe, porque não basta mudar os jogadores, que o fazem para se integrar e assentar profundamente o regime, é necessário modificar na íntegra as regras do jogo. Um combate que travamos com a perspectiva de que os trabalhadores, tendo consigo mulheres, negros, LGBTs, o povo pobre, lutem por um governo de ruptura com o capitalismo.

 
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