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ESTUPRO NO METRÔ
Estupro revela violência machista e insegurança no Metrô de São Paulo
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Na última quinta-feira, 02 de Abril, uma funcionária terceirizada de 18 anos da empresa ProData (cabine de recarga de Bilhete Único) foi estuprada dentro do seu local de trabalho na estação República do Metrô de São Paulo.

Diante das poucas informações divulgadas pelo Metrô, sempre querendo abafar o caso para não "sujar" a imagem da empresa, a indignação dos funcionários que trabalham na estação foi maior e, com o apoio do Sindicato dos Metroviários, foram eles que denunciaram o caso à imprensa.

O local onde fica a cabine, o acesso ao Largo do Arouche, é pouco movimentado no período da noite. Muitas ocorrências, tais como furto, agressão e assédio ocorrem por lá. Na virada do ano, um jovem foi esfaqueado neste mesmo acesso e morreu nas dependências do Metrô. O caso não foi divulgado e nenhuma providência foi tomada em relação à segurança no local.

Além do isolamento e histórico de ocorrências no entorno, as cabines utilizadas pela ProData e outras empresas de recarga do Bilhete Único não possuem os mesmos parâmetros de segurança das utilizadas nas bilheterias do Metrô. A blindagem não é a mesma; nas cabines terceirizadas existem cortinas que tampam a visão de fora para dentro; o número de câmeras, telefones e outros equipamentos de segurança é menor e de qualidade inferior. Segundo a funcionária violentada, antes de sair tentou ver pelo “olho mágico” da cabine se havia alguém do lado de fora, mas o equipamento estava quebrado.

Ainda segundo depoimentos de funcionários de República e outras estações, o número de seguranças presente nas áreas onde opera o Metrô é completamente insuficiente. A direção do Metrô em nota informou que a empresa possui um quadro de segurança com cerca de 1100 funcionários. Mas não disse apenas que eles estão divididos em três turnos e espalhados por 62 estações, em quatro linhas diferentes. Hoje, não apenas os terceirizados, mas os metroviários efetivos também sofrem com a falta de trabalhadores na segurança e em praticamente todas as áreas da empresa.

Em declaração ao Esquerda Diário, Marília Rocha, operadora de trem da linha 3-Vermelha e membro do grupo Metroviários pela Base, disse sobre o ocorrido: “em primeiro lugar, exigimos que o Metrô se responsabilize por todos os danos causados à jovem, garantindo assistência médica, psicológica e indenização. Sabemos que atos absurdos de violência contra a mulher são recorrentes em nossa sociedade extremamente machista, mas o que mais revolta é que, nesse e em outros casos, medidas simples poderiam ter evitado o estupro. No que diz respeito a violência contras as mulheres, tanto a trabalhadoras quanto a usuárias, o Metrô vem sendo negligente a muito tempo”.

Também integrante do Metroviários pela Base, Felipe Guarnieri, delegado sindical e representante da CIPA da linha 1-Azul, completou “é urgente a contratação por parte do Metrô de mais funcionários para a segurança. A grave situação de República se espalha por muitas situações. Solicitamos na CIPA uma reunião extraordinária com os gestores do Metrô para esclarecer o caso, mas a direção da empresa negou. Queremos de imediato que todas as cabines de recarga tenham o mesmo padrão de segurança das bilheterias do Metrô. Por fim, gostaria de deixar registrada aqui a posição do Metroviários pela Base sobre a terceirização. Os terceirizados sempre estarão mais vulneráveis as situações de risco e a precarização do trabalho. Precisamos lutar pelo fim da terceirização e pela incorporação dos trabalhadores da ProData e outras empresas ao quadro efetivo do Metrô”.

 
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