Na manhã desta sexta (28), foi leiloado o terreno onde fica localizada a sede do Sindicato dos Metroviários de SP, na zona leste de SP. O valor da venda foi de R$14.000.000, oferecido pela empresa UNI 28 SPE LTDA. A sede do Sindicato foi inaugurada no ano de 1990 e construída pelos próprios metroviários. Este é um duro ataque do governo Doria e da empresa ao direito de organização dos trabalhadores, que representa parte do mesmo ataque ao acordo coletivo e a tentativa de retirar direitos em meio à pandemia. 

Na parte da manhã, em frente ao local do leilão, houve uma concentração que contou com a presença do Sindicato dos Metroviários, o ex candidato à prefeitura de SP Guilherme Boulos, a deputada federal da bancada feminista Silvia Ferraro (PSOL), a deputada estadual Paula nunes (PSOL), ex deputado estadual Simão pedro (PT), o deputado federal Carlos Zarattini, e o ex parlamentar Jamil Murad (PC do B). Nós do Movimento Nossa Classe e do Esquerda Diário também estivemos presentes. Confira a fala de Marcello Pablito, trabalhador da USP: 

Mais tarde, houve um ato na sede do Sindicato dos Metroviários que contou com a presença de diversos representantes de entidades sindicais, estudantis, parlamentares e organizações. Veja a fala de Rodrigo Tufão, da Chapa 4 Nossa Classe: 

Somente a força da nossa mobilização será capaz de barrar esse ataque de Doria e da empresa, nos apoiando na história de luta e na tradição da nossa categoria que nenhum desses senhores podem apagar. Foi isso que nós da Chapa 4 Nossa Classe viemos defendendo ao longo de todo esse período de investida do governo sobre a nossa sede, colocando que essa luta deveria estar junto à mobilização pelos nossos direitos. Mas desde que esse ataque foi anunciado, a maioria da diretoria do sindicato repetiu muitas vezes que se deveria separar esse tema da mobilização da campanha salarial, que não iriam misturar as coisas, e combinado a isso mostrou esperança de que seria o judiciário a evitar o ataque, o que continuou até a assembleia desta semana, colocando em dúvida se o leilão sequer ocorreria. Desde então viemos apontando que isso é um erro, que não podemos confiar na justiça que está aplicando duros ataques aos trabalhadores, que é preciso barrar com a mobilização esse ataque de Doria ao direito de organização sindical dos trabalhadores. 

Apesar da concretização da venda ser um golpe, essa batalha ainda não acabou, assim como segue também a nossa luta contra a tentatica de cortar nossos direitos na campanha salarial. Por isso é preciso que a diretoria do Sindicato mude essa linha de depositar esperanças na justiça, e concentre as forças em organizar desde a base a nossa categoria para enfrentar todos esses ataques, e construir uma forte campanha democrática, envolvendo todas as organizações dos trabalhadores e da esquerda, contra esse ataque, revertendo o atraso. Chamamos todas as metroviárias e metroviários a intensificar nossa mobilização, fortalecendo o uso de coletes nas áreas, retirando o uniforme nos próximos dias 31/05 e 01/06 e participando do ato na Paulista no dia 02/06.