Depois de três dias do ocorrido, Bolsonaro decidiu se pronunciar sobre o massacre em Jacarezinho, despejando mais uma vez todo seu ódio à população negra e periférica. Como já era de se esperar, o presidente parabenizou a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, a responsável direta pela chacina, e disse que as 28 pessoas assassinadas não são vítimas, mas sim "bandidos", como já havia afirmado também Mourão.
Em postagem nas suas redes sociais, diretamente da lata de lixo da história, Bolsonaro se pronunciou sobre a chacina no Jacarezinho, favela do Rio de Janeiro onde a polícia assassinou pelo menos 28 pessoas na operação mais letal da cidade.
“Ao tratar como vítimas traficantes que roubam, matam e destroem famílias, a mídia e a esquerda os iguala ao cidadão comum, honesto, que respeita as leis e o próximo. É uma grave ofensa ao povo que há muito é refém da criminalidade. Parabéns à Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro!”, declarou o presidente negacionista que é um dos principais responsáveis pelas mais de 420 mil mortes por COVID no país. Um genocida parabenizando os assassinos.
O vice-presidente Mourão já havia se pronunciado sobre o massacre em Jacarezinho, afirmando o mesmo reacionarismo que o presidente: “tudo bandido”, disse o militar racista e defensor de torturadores da ditadura militar.
E enquanto Bolsonaro se refere à polícia como “guerreiros que arriscam a própria vida na missão diária de proteger a população do bem”, como afirma nessa mesma postagem, as mães dos jovens mortos em Jacarezinho relatam o que de fato a polícia faz nas favelas. “Ouvi os policiais dizerem que 20 mães chorando era pouco, que tinha que se f* e chorar mais, chorar mais mães ainda”, disse a mãe do jovem Marlon Santana, de 23 anos, que foi executado pelos policiais.
Nos últimos dias ocorreram atos no Rio de Janeiro, em São Paulo e Belo Horizonte por justiça aos moradores do Jacarezinho. Veja a intervenção de Carolina Cacau, do Quilombo Vermelho e do Esquerda Diário, no ato que ocorreu na sexta-feira (7) na favela do Jacarezinho: “O estado lava a favela em sangue, enquanto a favela clama por comida, emprego e vacina. Cláudio Castro, Bolsonaro e toda a polícia são responsáveis por esse massacre. Que esse crime marque o país pra que a gente lute contra a impunidade, pelo fim das operações policiais, fim dos auto de resistências e por uma investigação Independente. Essa polícia precisa acabar e faremos isso com a força da nossa classe.”