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1º DE MAIO INTERNACIONALISTA DA FRAÇÃO TROTSKISTA
Brasil: "A história de luta da classe trabalhadora brasileira começa com a luta negra por liberdade"
Redação

Confira a intervenção de Letícia Parks no Primeiro de Maio Internacionalista da Fração Trotskista - Quarta Internacional. Letícia é militante do Movimento Revolucionário dos Trabalhadores, fundadora da Quilombo Vermelho e organizadora do livro "Mulheres Negras e Marxismo".

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Letícia Parks é militante do grupo internacional de mulheres Pão e Rosas, além de fundadora no Brasil da agrupação anticapitalista de negras e negros Quilombo Vermelho. Nas eleições de 2020, integrou a Bancada Revolucionária de Trabalhadores, candidatura coletiva do MRT à vereança na cidade de São Paulo, e recentemente foi organizadora do livro "Mulheres Negras e Marxismo".

Confira sua intervenção no Ato Internacionalista de 1º de Maio da Fração Trotskista:

"No Rio de Janeiro, a primeira vítima da COVID 19 foi uma empregada doméstica negra e idosa. Ela viajava 120 km por dia para trabalhar na casa dos empregadores, residentes do bairro mais rico do país, que embora soubessem que estavam contaminados, obrigaram ela a ir pro trabalho mesmo assim.

Essa história representa a realidade que a gente tá vivendo aqui no Brasil. A marca de 400 mil mortos é a na sua maioria de trabalhadores sem direitos, que tiveram que trabalhar, pegar transporte lotado, sem vacina, sem testes, sem acesso a saúde.

Entre eles estão as mulheres negras, que vivem as piores condições de trabalho, onde a terceirização e a precarização fazem de nós as mais mal-pagas de toda a classe trabalhadora, em país onde quase 20 milhões de brasileiros passam fome. A fome no Brasil é um problema histórico, porém, aumentou muito nos últimos anos. Hoje mais da metade da população brasileira não come adequadamente e se encontram em uma situação de insegurança alimentar.

As grandes centrais sindicais deveriam romper a sua trégua, deixar de esperar as eleições de 2022 e lutar pela derrubada de Bolsonaro e Mourão. A apropriação das vacinas pelos países imperialistas e pelas farmacêuticas impede que a população brasileira e de outros países mais pobres tenha acesso aos imunizantes.

Então, aqui e em todo o mundo, a nossa luta anti-imperialista também é pela quebra da patente das vacinas. Enquanto Biden faz demagogia com o meio-ambiente, a população de Manaus e do Acre se asfixiou nos hospitais sem oxigênio em meio à pandemia. É necessário lutar pela anulação dos patentes da vacina e também pela conversão da indústria pra produzir insumos, o que deve ser feito sob controle dos trabalhadores.

Para lutar por isso, é indispensável a aliança entre a classe trabalhadora e a luta negra, inspiradas na história de mulheres como Dandara de Palmares, na história da Revolução Haitiana e em mobilizações como o BLM, que unificou negros e brancos por justiça por George Floyd.

Bolsonaro e os militares que governam com ele representam a burguesia herdeira da escravidão e chegaram ao poder como resultado de um Golpe Institucional que veio para aplicar ataques mais duros do que os que levou à frente o próprio PT. Eles são os principais responsáveis pela catástrofe atual, junto com o Congresso, os juízes do STF, e os governadores.

Por isso é preciso derrubar todo o regime golpista e também lembrar que nem Lula, nem o PT se propuseram a revogar as reformas ultra-liberais ou tirar os militares da política, pelo contrário, eles querem fazer acordos com a direita golpista e conter as explosões sociais que podem ocorrer como consequência de uma calamidade como a que a gente tá vivendo.

Aqui, quase todas as organizações de esquerda estão apoiando de alguma ou outra maneira o retorno de Lula pela via das eleições de 2022, sem colocar nem um mínimo de esforço em ajudar a organizar os setores da juventude, das mulheres e da classe trabalhadora. A batalha que a gente dá como MRT, a partir do Esquerda Diário, é por um programa para que a crise seja paga pelos capitalistas e por uma nova constituinte livre e soberana conquistada pela mobilização pra derrotar todo o regime golpista.

A história de luta da classe trabalhadora no Brasil começa com a luta negra por liberdade e hoje celebra cada vitória e cada combate da nossa classe em todo o mundo. Por isso, eu convido vocês para debater o Manifesto que a gente tá apresentando pra ser parte da construção de partidos revolucionários aqui no Brasil e no mundo todo e pela construção de uma internacional da revolução socialista que, para nós, é a IV Internacional, e juntos dizer que somos capazes de oferecer outra saída pra crise pandêmica e pra todos os efeitos da crise capitalista.

Basta de capitalistas que lucram com a nossa saúde. Basta de não poder respirar."

Leia aqui o Manifesto internacional O desastre capitalista e a luta por uma Internacional da Revolução Socialista

 
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