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VIOLÊNCIA POLICIAL
Segundo denúncia, polícia assassina agricultor inocente em Belém do São Francisco – PE
Redação Esquerda Diário Nordeste

Na região do Sertão do São Francisco, trabalhadores rurais buscam sobreviver entre a falta de condições materiais, o tráfico e a repressão policial.

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Segundo denúncia recebida pelo ED, mais uma operação policial - das tantas que com freqüência ocorrem na região do Médio Sertão do São Francisco- de maneira brutal vitimou o trabalhador rural conhecido na região como seu Zé de Selvulo, de 57 anos.

Os relatos dão conta de que o fato ocorreu no último dia 26 de fevereiro, nas proximidades da fazenda Montes, município de Belém do São Francisco, quando o agricultor, ao sair à procura de um de seus animais, teria sido abordado pelos efetivos do Grupo de Ações Táticas do Interior (GATI), subordinada a policia militar de Pernambuco e forçado a dar informações acerca da existência de um plantio de maconha na região. Sem ter qualquer ligação com o fato, o agricultor teria sido torturado e assassinado com um tiro pelas costas. Diante da crueldade, a denúncia ainda dá conta de que arma e um histórico de foragido foram forjados para justificar a “causa mortis” como “confronto policial”.

Vale lembrar que a região onde esse assassinato se deu não está ausente de historicidade que aponta para a recorrência de episódios como este, que terminam por deixar os agricultores à mercê da truculência policial, que, em Pernambuco, é estimulada pelo Prêmio de Defesa Social (PDS), pago pela atuação individual dos policiais frente a operações.

Demarcado pelo Estado e seus agentes (a polícia e a mídia), a região onde ocorreu o assassinato é criminalizada como Polígono da Maconha, que constitui, no território do sertão nordestino (região semiárida), municípios de Pernambuco e da Bahia, especialmente às margens do Submédio do Rio São Francisco. Nessa área, são periódicas as incursões da divisão de entorpecentes federal e das secretarias de segurança locais, sob o respaldo de combate ao plantio de maconha. O que, segundo relatos, torna “caatingueiros”, agricultores, comunidade local como alvos das ações policiais, que, por outro lado, não torna comum a prisão dos proprietários das fazendas de plantio de droga. Como a região onde se desenvolve esse cultivo é também um espaço geográfico constituído pela trajetória de chamadas minorias étnicas e raciais como comunidades indígenas, quilombolas, trabalhadores rurais e atingidos pela barragem de Itaparica (Barragem Luiz Gonzaga), o desamparo em que vivem essas populações, muitas vezes privadas de seus direitos mais elementares, concorre para o avanço da violência.

A repressão policial, desse modo, é algo comum. Tão comum como a que vitimou o seu Zé, do qual à simples família, agora, só resta o lamento pelo seu assassinato bárbaro, pela covardia cometida contra aquele que era o mantenedor de dez filhos e dois netos.

Essa não foi uma ação isolada. É fundamental que reflitamos sobre o que é realmente é a violência policial e sua relação com o capitalismo.

A polícia é agente do Estado, reprime em favor dos interesses deste e pela segurança da propriedade privada. Seu terror, com uso de tortura, falsificação, manipulação é a demonstração cabal de que a vida de trabalhadores não vale nada para este Estado.

Colocamos aqui a nossa solidariedade à família de seu Zé de Selvulo, assim como a nossa indignação e luta pelo combate imediato à violência policial, por meio de questionamento contundente à instituição da polícia.

 
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