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CORONAVÍRUS
Sem vacina e testes, Ibaneis decreta “lockdown” no qual a maioria continua trabalhando
Comitê Esquerda Diário DF/GO

Com mais de 5 mil mortes e 300 mil infectados, o DF possui apenas um leito de UTI disponível. Essa é a cara da gestão genocida de Ibaneis, que agora quer posar de responsável com o decreto de “lockdown”, sem nunca prover imediata vacinação e testes para toda a população. Apenas 3% dos mais de 3 milhões de moradores do DF foram vacinados. Apenas a classe trabalhadora, sem nenhuma confiança nos governos e empresários, pode defender e salvar as vidas contra a ingerência de Bolsonaro, Ibaneis e todo o regime do golpe institucional.

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Um ano após a chegada da COVID-19 ao Brasil, vivemos o pior momento da pandemia. Em janeiro e fevereiro, batemos recordes de novos contágios e mortes, juntamente com a detecção de novas variantes do vírus com maior poder de contágio. O sistema de saúde está em colapso, com falta de leitos de UTI e oxigênio. No DF, chegamos a assustadora marca de 98% de ocupação dos leitos, com taxas crescentes de contágio. Nesse cenário, diversos governadores, incluindo Ibaneis (MDB), decretaram medidas de “lockdown”, restringindo a aglomeração de pessoas para aliviar o sistema de saúde.

Se por um lado Ibaneis Rocha demagogicamente apoia o discurso de distanciamento social e isolamento na ciência, por outro acontece que, na prática, o governador milionário do DF não realizou em nenhum momento uma gestão da pandemia que visasse cientificamente salvar as vidas da população trabalhadora. Ao analisarmos o decreto de Ibaneis, publicado no Diário Oficial do DF no dia 27 de fevereiro, notamos que o famoso “lockdown” não passa de uma medida paliativa para se fazer de responsável, como apelo midiático e eleitoreiro.

Dentre os ditos e desditos do governador do DF, ficou estabelecido o fechamento do comércio e de serviços não essenciais, como academias, lojas, salões de beleza, bares e restaurantes (sendo permitido o delivery), por 15 dias. Porém, além dos serviços essenciais, continuam trabalhando sem qualquer proteção, teste ou perspectiva de vacinação os trabalhadores dos bancos, indústrias, hotéis e construção civil. Ficando também liberadas missas, cultos e até mesmo escolas particulares e academias. Ao olharmos apenas essa situação já podemos ter uma ideia de que o tal lockdown não visa estritamente a saúde da população trabalhadora.

Desde o início da crise, Ibaneis oscila entre um pragmatismo elitista à la João Dória (PSDB-SP) e uma subordinação ao governo federal do negacionista Bolsonaro, fazendo passar diversos ataques aos trabalhadores, com privatizações e uma política higienista de expulsão de ambulantes e moradores em situação de rua do Setor Comercial Sul. Além disso, nunca disponibilizou testes massivos, proteção dos vulneráveis, uma quarentena racional com dispensa remunerada e com garantia dos empregos, muito menos uma política de vacinação massiva e imediata que visasse a vida e não o lucro das grandes empresas. As novas restrições ainda abrem espaço para um política autoritária com aumento da opressão policial, especialmente nas periferias, coibindo revoltas enquanto faz a manutenção dos interesses capitalistas do regime instituído no golpe de 2016, como já estamos vendo no Rio Grande do Norte e Bahia.

Leia também: Vacinação no DF: a demagogia de Ibaneis

Centenas de milhares de pessoas continuam se expondo ao contágio nos transportes lotados e nas fábricas. Essas mesmas pessoas podem levar o vírus de volta a suas casas, para suas famílias e comunidades. Em sua grande parte, nas periferias como a Ceilândia e cidades do entorno do DF, com acesso restrito a saneamento e saúde, agravando ainda mais o quadro de crise sanitária desses lugares. Quanto tempo irá demorar após o fim do lockdown para que os leitos voltem a esgotar e voltemos à mesma situação? Quantas pessoas perdem suas vidas nesse processo, ou como mínimo seus empregos/salários?

Para os pequenos comerciantes, ambulantes, desempregados e demais pessoas afetadas pelas medidas de restrição, não se traçou um plano de auxílio emergencial e subsistência, ao mesmo tempo em que vemos o aumento absurdo do preço dos combustíveis, o que impactou diretamente no aumento da passagem de ônibus do entorno para o DF em até criminosos R$7,80, fora o preço dos alimentos, condenando milhares à fome. De um lado temos a morte pelo vírus, do outro pela miséria. Por isso defendemos auxílio emergencial para todos que precisem com o valor mínimo de R$ 2.000,00 mil reais.

Veja também: Colapso nas UTI’s, crianças morrendo e desemprego, mas prioridade de governos são reformas

A política de Ibaneis é parte de uma política capitalista internacional que visa o lucro acima da vida. Enquanto os países imperialistas controlam através das patentes a distribuição e produção das vacinas para lucrarem quanto e como querem, a grande parte da população mundial, especialmente dos países da periferia capitalista como o Brasil, fica jogada à própria sorte.

Ibaneis é cúmplice dessa lógica, assim como Bolsonaro e todo o regime do golpe institucional. Qualquer "lockdown’’ feito por eles não garantirá, e nem tem o objetivo de, controle efetivo rumo ao fim da pandemia. A alternativa para a crise sanitária não virá dos de cima, de nenhum representante do regime do golpe institucional, seja do negacionismo de Bolsonaro, seja na demagogia elitista de Ibaneis.

É necessário, portanto, que a classe trabalhadora, única interessada em salvar as vidas acima de tudo, se organize e lute para que ela decida as formas e meios de combater a pandemia. Garantindo que a produção e o conhecimento científico sejam
usados para colocar um fim nessa situação.

Somente enfrentando os lucros podemos garantir a quebra das patentes das vacinas para que todos possam produzir, e o redirecionamento da indústria para que a prioridade seja sua produção massiva e imediata. Assim como a produção de testes e insumos para a saúde, a estatização do sistema de saúde, laboratórios e das indústrias farmacêuticas sob controle dos trabalhadores para garantir atendimento médico para todos. Também, o confisco de hotéis e imóveis para o isolamento adequado dos doentes, protegendo as famílias.

Somente os trabalhadores podem levar essas medidas a frente. Chamamos toda a
esquerda socialista que se coloca contra os governos e empresários a defenderem conosco essas medidas concretas de combate à pandemia pelas mãos dos trabalhadores. Sem alimentar ilusões que nossos inimigos, que só tem a nos oferecer reformas e ataques, vão nos dar o mínimo que são testes, vacinas e auxílio emergencial. Isso nós teremos que arrancar. É fundamental que exijamos juntos que as centrais sindicais como a CUT e a CTB (dirigidas pelo PT e PCdoB, respectivamente) rompam com sua trégua e espera pelas eleições de 2022, organizem a luta por cada local de trabalho desde a base, inclusive ligando essa luta com um 8 de março nacional pela vida das mulheres trabalhadoras - as que mais sofrem com a pandemia e os ataques dos golpistas.

Nesse sentido, o Pão e Rosas, agrupação de mulheres socialistas, convidamos todas e todos para a plenária aberta no dia 6/3 rumo ao 8M!

 
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