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SINDICALIZAÇÃO NOS EUA
Amazon está desesperada para impedir a campanha de sindicalização no Alabama
Nathaniel Flakin

A empresa está oferecendo um “bônus de demissão” e fez até lobby para trocar o tempo dos semáforos em frente à fábrica. Essa luta não é sobre uma fábrica - ela terá efeitos em todo o mundo.

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Os trabalhadores do depósito da Amazon em Bessemer, Alabama, estão atualmente votando para entrar num sindicato. Se tiver sucesso, será o primeiro depósito da Amazon no mundo a se sindicalizar. Não se trata apenas de um depósito - isso desafiaria todo o modelo de negócio da empresa, que se baseia em tratar trabalhadores como robôs. Como nós sabemos? Porque os gerentes estão indo ao extremo para conter a campanha de sindicalização.

O Washington Post já havia relatado que trabalhadores recebiam cinco mensagens de texto por dia e viam panfletos anti-sindicatos dentro dos banheiros. Os trabalhadores estão sendo obrigados a participar de reuniões anti-sindicais, em violação às políticas de distanciamento social.

Agora, o Payday Report acrescentou que a Amazon estava oferecendo um bônus aos trabalhadores que pedissem demissão. Se eles tivessem trabalhado lá por duas temporadas de pico, poderiam receber U$2,000 e caso tivessem ficado por três, até U$3000.

Por que a empresa que está constantemente contratando, gostaria que seus trabalhadores saíssem? Porque os trabalhadores que pedirem demissão não terão direito a votar a favor do sindicato. Os seus substitutos, sendo novos no trabalho, podem ser mais fáceis de confundir ou intimidar.

Esses bônus podem acabar custando à empresa mais dólares do que, na prática, custaria um contrato sindical. Mas a luta da Amazon contra os sindicatos nunca foi apenas para manter salários baixos. Em vez disso, o modelo de negócio de Jeff Bezos exige que os trabalhadores permaneçam atomizados e impotentes. É assim que ele faz centenas de bilhões em lucros.

Trabalhadores descreveram os depósitos como locais de trabalho com vigilância contínua. Os trabalhadores são monitorados por computadores a todo segundo e advertidos caso conversem com colegas ou demorem muito no banheiro. Caminhar até 24 KM por dia faz parte da rotina, por isso os trabalhadores gritam “nós não somos robôs.”

Na Alemanha, onde a Amazon vem enfrentando greves regularmente desde 2013, a empresa contrata milhares de trabalhadores durante os períodos de pico para servirem como fura-greves. A administração está disposta a gastar quantias de dinheiro quase ilimitadas para evitar um pequeno aumento de salário.

E isso não é tudo. Como relatado pelo More Perfect Union, no dia 15 de dezembro, o Condado de Jefferson mudou as luzes dos semáforos em frente ao depósito da Amazon. Os gerentes da empresa fizeram lobby pela mudança, supostamente por causa do engarrafamento durante as mudanças de turno. Mas o que isso realmente significa é que os ativistas pró-sindicatos têm menos tempo para distribuir materiais aos trabalhadores fora do local de trabalho.

Mais de 85% dos trabalhadores do depósito são negros, não é coincidência que os homens mais ricos do mundo sejam brancos. O movimento de sindicalização também é uma luta contra o racismo.

Os trabalhadores em Bessemer estão resistindo a essas manobras desesperadas e táticas ilegais. Se ganharem, o sindicato seria uma inspiração para os 1.2 milhões de trabalhadores que, em todo o mundo, estão sendo explorados por Bezos. É por isso que eles merecem o apoio dos trabalhadores de todo o mundo.

 
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