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Pesquisa aponta que pessoas transgênero são 0,3% em universidades, com maioria negra, baixa renda e militante
Redação

Pesquisa do Grupo de Estudos Multidisciplinares de Ação Afirmativa da UERJ mostra que as pessoas trans e travestis são somente 0,3% dos estudantes das universidades federais. O perfil verificado mostra ainda que são numericamente mais negros, a maioria necessita de programas de permanência estudantil, são os mais engajados nos movimentos sociais e também os mais envolvidos com programas de assistência psicológica.

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(Foto: Agência de Notícias das Favelas)

O Grupo de Estudos Multidisciplinares de Ação Afirmativa da UERJ (Gemaa), fez uma pesquisa nas universidades federais brasileiras e traçou um perfil da população transexual que é estudante universitária.

Em comparação aos colegas cisgêneros, 58% são negros, contra 51% do total da amostra; 76% têm renda de até 1,5 salário mínimo per capita, contra 69%; e 33% dependem mais de programas de permanência estudantil, contra 28%. Também são 45% que fazem parte de movimentos políticos, contra 28% dos cis.

Esse dado, de 45%, evidência que o setor que sofre brutalmente com o sistema capitalista, também o que mais está disposto a dar respostas. No país que mais mata pessoas trans no mundo, as vidas destas possuem um acúmulo de incertezas tão grandes e vivenciam circunstâncias tão absurdas, a ponto em pleno século XXI uma garota de 13 anos ser morta por ser trans.

Com as condições de vida cada vez mais precária, e sabendo que o mercado de trabalho formal rejeita a transexualidade, a solução me muitas pessoas trans e travestis termina sendo trabalhos informais precários e irregulares, ou mesmo a prostituição como fonte de renda, como aponta Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), como o dado de 90% dessa população. Essa é também uma marca do racismo estrutural que afeta as pessoas trans e travestis negras.

Com essa perspectiva, ou a falta de uma perspectiva de condições seguras de vida e emprego, fica claro o porquê são esses estudantes os que mais necessitam de permanência estudantil. 33% que não teve acesso aos programas de permanência não conseguiram dar continuidade no seu curso, o retrato de um sistema que retira até mesmo o direito de estudar.

O governo Bolsonaro e sua administração reacionária do MEC atacam cada vez mais os direitos de permanência estudantil e ações afirmativas que foram conquistados pela luta dos estudantes e grupos que são sistematicamente excluídos das universidades. Há um plano de precarização de conjunto, que além de censurar e atacar o desenvolvimento amplo do ensino e pesquisa científica, também elitiza ainda mais o acesso. Nesse plano, fica demonstrado que os setores mais atingidos são os estudantes Trans e Travestis, bem como os negros.

Menos de 19 instituições possuem programas afirmativos para essa população, segundo levantamento da Folha em 2019. Porém, todas possuem vestibular, um filtro social e racial que deixa de fora da universidade milhares de pessoas.

Trata-se do mesmo sistema que normaliza a expectativa de vida das pessoas trans ser de 35 anos, que é menos da metade da média nacional, de 75,5 anos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2020 foram 175 mulheres trans e travestis assassinadas violentamente, um aumento de 41% de assassinatos em comparação a 2019. Um retrato da realidade que o Brasil vive, com o reacionarismos de Bolsonaro e Damares, que instiga essas atrocidades contra os corpos trans e travestis.

Saiba mais: É essencial lutar contra esse sistema que mata cada vez mais cedo jovens trans

 
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