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Protestos explodem na Tunísia dez anos após o inicio da Primavera Árabe
Redação

A Tunísia viveu neste domingo a terceira noite de fortes protestos devido à
crise econômica e um toque de recolher estendido pelo coronavírus. Os
protestos, que coincidem com o 10º aniversário da queda do ditador Ben Ali,
foram reprimidos pela polícia.

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Cerca de 650 pessoas foram presas durante a terceira noite consecutiva de
protestos na Tunísia. A crise econômica e um toque de recolher prolongado
para evitar as comemorações do décimo aniversário do início da Primavera
Árabe, que encerrou o governo de Ben Ali, foram o gatilho para as
manifestações em várias cidades do país.

A crise econômica, a precarização, o desemprego e o aumento do preço de
produtos básicos desataram protestos em várias cidades tunisianas, entre elas
a capital Tunes e a cidade litorânea de Susa.

As manifestações do sábado à noite também ocorrem quando a Tunísia
comemora o 10º aniversário dos dias de protestos que expulsaram o falecido
presidente Zine El Abidine Ben Ali, que desencadeou a chamada Primavera
Árabe no Norte da África e no Oriente Médio.

As manifestações em Siliana e outras cidades começaram na sexta-feira logo
depois que um vídeo postado nas redes sociais mostrou um policial gritando e
empurrando um pastor cujas ovelhas entraram na sede do governo local.

Segundo a Al Jazeera, dezenas de manifestantes montaram barricadas e
incendiaram objetos para bloquear as ruas da cidade, a 130 quilômetros de
Tunes.

Na cidade de Susa, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar centenas
de manifestantes que bloqueavam estradas e queimavam pneus.

Os protestos questionam o governo de Hicham Mechichi, que acaba de fazer
mudanças em seu gabinete para tentar acalmar os distúrbios.

Para evitar que o descontentamento com a situação econômica e as
manifestações pelo aniversário do início da Primavera Árabe se unissem em
um protesto comum, o Governo decretou um toque de recolher estendido de 14
horas por dia entre as 16h00 e as 18h00 da manhã. Isso só gerou um
descontentamento maior, jogando mais lenha na fogueira.

Os protestos que há 10 anos deram inicio a Primavera Árabe, foram
desencadeados após um ato desesperado de um vendedor de frutas de 26
anos, Mohammed Bouazizi, que se incendiou em 17 de dezembro de 2010
para protestar contra a humilhação por um policial ter retirado sua mercadoria,
a única coisa que ele tinha para viver.

A morte de Bouazizi desatou um descontentamento latente e manifestações
massivas contra a pobreza, o desemprego e a repressão.

Uma década após as revoltas que acabaram com a ditadura de Ben Ali, o
desemprego generalizado, a pobreza, a corrupção e a injustiça seguem sendo
problemas endêmicos, enquanto os serviços públicos se deterioraram e o país
está à beira da falência.

O produto interno bruto (PIB) caiu 9% no ano passado, os preços dos produtos
básicos dispararam e um terço dos jovens estão desempregados. Por isso, não
é de se estranhar que a maioria dos manifestantes que enfrentaram as forças
repressivas nos últimos dias sejam, em sua maioria, jovens e adolescentes,
que viram como a queda de Ben Ali não mudou suas condições materiais e de
vida e só podem vislumbrar um futuro sombrio pela frente.

 
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