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Caos na matrícula na UnB: com SIGAA e Ensino Remoto, estudantes não conseguem matrícula
Faísca Revolucionária - UnB

O SIGAA promoveu um verdadeiro caos: confuso e burocrático, retirou inúmeras matrículas que já haviam sido processadas e indeferiu várias outras, de forma totalmente obscura. Nós estudantes ficamos reféns de depender de critérios confusos e de um sistema que ninguém sabe como funciona, apenas uma meia-dúzia de burocratas. É urgente batalhar por uma UnB de estudantes, professores e trabalhadores!

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No último dia 16, foi divulgado o resultado das solicitações de matrículas em disciplinas para o novo semestre que iniciará na UnB no dia 1º de fevereiro. Foi então que o SIGAA promoveu um verdadeiro caos: o sistema, confuso e burocrático, retirou inúmeras matrículas que já haviam sido processadas e indeferiu várias outras, de forma totalmente obscura. O pior, é que nada garante a matrícula de milhares de estudantes - nós ficamos reféns de depender de critérios confusos e de um sistema que ninguém sabe como funciona, apenas uma meia-dúzia de burocratas.

Mas a verdade é que, diante do Ensino Remoto, muitos estudantes reprovaram nas disciplinas, tiveram que trancar várias matérias ou as adiaram, saindo assim do fluxo e perdendo prioridade dentro do próprio curso. Vários estudantes relataram não ter conseguido pegar as matérias desejadas neste semestre, não apenas as optativas e de módulo livre, mas também as obrigatórias! Afinal, quem não saiu do fluxo durante a pandemia?

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Todo esse caos repercutiu bastante entre os estudantes, centenas de e-mails foram enviados às coordenações dos cursos, não resolvendo o problema. Pelo visto, há um “critério de prioridades”, não debatido pelos estudantes, para conseguir se matricular nas disciplinas, que reflete diretamente a ideologia burguesa meritocrática nas universidades, prejudicando, principalmente, os estudantes mais precarizados e trabalhadores, pobres, moradores das satélites e do entorno, negras e negros. Esse é um modelo da herança da organização das universidades brasileiras baseada no reitorado, decisões de cima (Reitoria) para baixo (estudantes e comunidade acadêmica), sem democracia universitária. Não à toa, foi a atual reitora, Márcia Abrahão, quem impôs o Ensino Remoto excludente, impôs o SIGAA, tudo sem qualquer consulta e participação efetiva dos estudantes, professores e funcionários na decisão. Mantém-se esse modelo elitista de universidade vigente, cada vez mais aberto à iniciativa privada, mais suscetível aos ataques da agenda neoliberal de Bolsonaro e Guedes, e à evasão sistemática de estudantes, sobretudo, dos mais precarizados e oprimidos.

O DCE frente a enorme angústia gerada quis tentar esclarecer as prioridades da Reitoria e seu sistema em relação a como funciona a matrícula. As prioridades são as seguintes: I - Aluno Nivelado; (aluno que está seguindo as matérias obrigatórias do fluxo); II - Aluno Formando; III - Aluno em Recuperação; (atraso em matérias obrigatórias no fluxo); III - Aluno em Recuperação com prioridade; IV - Aluno Adiantado; V - Aluno cursando componente eletivo. Entendemos a tentativa de esclarecimento do DCE, no entanto, há uma problemática em relação às matrículas que não é levada em consideração por eles e nem debatida com estudantes e professores, pois não é uma questão de quem vai pegar tal matéria ou não, e sim, de garantia de que todos os alunos tenham seu direito a formação garantidos na universidade. Toda essa “confusão” expressa uma demanda dos estudantes por mais pluralidade e diversidade na graduação, que em tese é um dos pilares na UnB, porém o que nos é dado é mais ansiedade nesse período tão incerto e engessamento curricular, não participação nas decisões da universidade, nos deixando de mãos atadas frente toda essa burocracia, atrasando nossa formação e, em consequência disso, atrasando a possibilidade de conseguir empregos nesse momento tão difícil.

Qual a saída?

Estamos em meio a um regime ultrareacionário - com STF, Congresso, Bolsonaro e Mourão - todos juntos para, sistematicamente, atacar as universidades públicas, a juventude e os oprimidos. É nesse sentido que é preciso batalhar por uma UnB que tenha por fundamento o ensino público livre, gratuito e de qualidade - um polo de resistência contra esse regime golpista e podre! Para isso, é preciso organizar junto dos trabalhadores para se opor ao reitorado, à burocracia, por uma UnB dos estudantes e trabalhadores!

Para avançarmos nessa direção, é fundamental a formação de um comitê de crise, com plenos poderes, composto pelos três setores da universidade - estudantes, professores e demais trabalhadores - para lidar com essa situação excepcional em meio à pandemia. Essa comissão poderia adotar critérios claros para lidar com os estudantes que saíram do fluxo por conta da crise de 2020; se necessário, realizar novas contratações de professores para dar o direito a todos os estudantes de não se atrasarem ainda mais e fazerem suas disciplinas, avaliando o orçamento de forma aberta e democrática.

Evidentemente, esse comitê de crise não solucionaria os grandes problemas estruturais da UnB, como o vestibular elitista, o enorme contingente de evasão, entre outros. Há um potencial de pesquisa, ensino e extensão de nossa universidade é absolutamente gigantesco - imagine se todo esse contingente estivesse nas mãos da grande maioria da universidade? A UnB poderia desempenhar um papel muito mais superior ao que desempenha hoje caso todo esse potencial fosse completamente voltado para atender à classe trabalhadora e suas necessidades, como por exemplo, no combate à pandemia na região.

Os problemas na matrícula são um reflexo do modo pelo qual as universidades públicas brasileiras se organizam: de maneira burocrática, de cima para baixo, sem a participação e auto-gestão ativa dos estudantes e trabalhadores. Somos por uma UnB de governo de estudantes, professores e demais trabalhadores! Para além de solucionar a crise nas matrículas, problema surgido da própria estrutura de poder das universidades brasileiras, precisamos retomar um movimento estudantil de combate que junto com a classe trabalhadora possa decidir os rumos da universidade, por meio da democracia universitária desenvolva comissões auto-organizadas e independentes da reitoria avançando para um governo tripartite, que acompanhe e denuncie quaisquer tipos de absurdos perpetuados por eles, só assim podemos lutar por uma UnB que desenvolva ativamente o conhecimento para combater e prevenir a COVID e que esteja à serviço e dialogue com a classe trabalhadora e os setores oprimidos do DF e entorno.

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