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AUMENTO DA PASSAGEM
Aumento abusivo: empresários do transporte querem passagem a R$ 7,00 em Porto Alegre
Redação Rio Grande do Sul

O reajuste da passagem de ônibus na capital gaúcha, que já possui a tarifa mais alta de todo país, está para ser decidido dentro dos próximos dias, com os empresários do transporte propondo o maior reajuste da história, podendo a passagem chegar a até abusivos R$ 7,00.

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Imagem: José Carlos Daves/Futura Press/Estadão

Estamos na terceira semana de 2021 e os empresários do transporte gaúcho estão apressados em descarregar a crise nas costas dos rodoviários e de toda população usuária do transporte público em Porto Alegre. A data esperada pelas empresas, para que o reajuste já esteja em funcionamento, é dia 1º de fevereiro.

Ainda na semana passada, os empresários apresentaram uma série de ataques aos rodoviários, como, por exemplo, a retirada do ticket refeição durante as férias, o fim do quinquênio e a manutenção da redução salarial dos trabalhadores até agosto de 2021. Com isso, será o segundo ano consecutivo que os rodoviários ficam sem receber o reajuste salarial.

Agora, a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) calcula um reajuste na passagem que poderá chegar a escandalosos R$ 7,00. Para recalcular a passagem, a ATP realiza dois cálculos. O primeiro não leva em conta reajuste salarial aos rodoviários, o que resultaria em um aumento de aproximadamente R$ 1,50, elevando a passagem para R$ 6,00. O segundo leva em conta o reajuste salarial dos rodoviários, logo encarecendo a passagem para R$ 7,00.

Desse modo, os empresários tentam colocar a população contra os rodoviários, já que nesse cálculo um reajuste no salário dos trabalhadores pesaria mais no bolso da população. Contudo, o que eles não divulgam são os valores exorbitantes de lucro da patronal que são levados em conta nesses cálculos para aumentar a passagem. Enquanto eles querem nos fazer escolher entre o pior para os trabalhadores rodoviários ou o pior para a população, os grandes empresários do transporte seguem lucrando em cima.

Com a crise econômica agravada pela pandemia, todas as medidas pensadas pelos governos foram de salvar as patronais e precarizar a situação dos trabalhadores. As MPs de Bolsonaro de 2020, que permitiam a patronal demitir e reduzir salário dos trabalhadores a seu bel prazer, é um exemplo disso, do qual os barões do transporte em Porto Alegre se utilizaram para manter seus lucros em dia enquanto deixavam famílias sem renda em meio à crise. Além disso, com as regalias do ex-prefeito Marchezan (PSDB), as empresas puderam fazer redução de linhas e horários enquanto repassavam as linhas deficitárias à Carris, empresa estatal de transporte. Ou seja, quem segurou a crise para que os empresários seguissem lucrando foi a empresa pública.

Com Melo (MDB) na prefeitura as regalias aos empresários do transporte só irão aumentar. Tanto é que Melo já anunciou que deseja “enxugar” os cobradores, ou seja, demitir rodoviários, na mesma linha de Marchezan, que tentou extinguir o cargo de cobrador no ano passado e não conseguiu devido à forte luta dos rodoviários. Essa luta é um grande exemplo para lutarmos ao lado dos rodoviários contra Melo em defesa dos cobradores.

Se estas empresas alegam crise, que abram seus livros de contas para que se saiba sua real situação. E se há prejuízo aos empresários, eles que saiam. Não são os trabalhadores nem a população que devem pagar por essa crise. É preciso unir rodoviários e usuários contra o aumento abusivo da passagem, em defesa do salário dos rodoviários, contra as demissões, as reduções salariais, contra Melo e todos empresários do transporte e por um transporte público 100% estatal sob controle dos trabalhadores e usuários.

 
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