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Turquia
Importantes protestos universitários na Turquia terminam com ao menos 36 detidos
Iván Fain Bulba

Ao menos 36 estudantes universitários foram detidos nesta terça em Istambul por protestarem contra a nomeação antidemocrática do novo reitor da Universidade de Bogaziçi feita pelo governo, enquanto esse proíbe novas manifestações.

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Os fortes protestos que abalaram Istambul tiveram, origem porque no dia 1º de janeiro o atual presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, decretou a nomeação de Melih Bulu como novo reitor da Universidade de Bagaziçi (uma das universidades mais prestigiadas do país). Este acadêmico não está apenas fora da instituição, mas também foi candidato parlamentar há seis anos pelo próprio partido no poder, o AKP, que possui uma ideologia islâmica conservadora.

Desde segunda, diversos protestos ocorreram, onde mais de 1000 estudantes de várias universidades se reuniram contra a nomeação: “Não queremos um reitor escolhido a dedo!”, “Melih Bulu não é nosso reitor!”.

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A resposta oficial foi a repressão policial com gás lacrimogêneo, balas de borracha e algumas detenções para dissolver os protestos. No entanto, não satisfeitas com isso, as forças repressivas do Estado iniciaram ontem várias buscas nas casas dos estudantes participantes que culminaram em outras 17 detenções, o que levou ao número total de 36 até o momento, segundo informou a agência Demirören. Os estudantes são acusados de “resistência à autoridade” e de participarem de uma manifestação não permitida.

Na sequência desses eventos, o governador de Istambul, Ali Yerlikaya, anunciou através de uma mensagem publicada em sua conta no Twitter: “Considerando que a reunião que se planeja celebrar possa ter um impacto negativo nos esforços de proteger a sociedade contra a eclosão do coronavírus, estão proibidas todos os tipos de concentrações, manifestações e marchas”.

Em 2016, o partido Islâmico de Justiça e Desenvolvimento (AKP) alterou um decreto de lei para autorizar o presidente do país a nomear reitores universitários com o argumento de que os processos eleitorais das academias estavam “politizando as universidades”. Desde então, Recep Tayyip Erdogan, já nomeou cerca de 20 reitores vinculados ao AKP em várias universidades, entre eles nove ex-deputados do partido do governo.

Nesta quarta, Melih Bulu conseguiu assumir sob custódia e com forte repúdio não só de estudantes, mas também de trabalhadores universitários e professores. Diante de uma nova subjugação das liberdades democráticas mais elementares por parte de Recep Tayyip Erdogan, chamamos a denunciar os governos e todos os seus cúmplices, assim como exigir às direções das organizações estudantis e aos sindicatos de todo o país a se pronunciarem e cerquem de solidariedade a luta. Liberdade a todos os detidos!

 
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