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Sociedade
PM de Dória algema e dá um mata-leão em um jovem negro que estava vendendo água mineral
Redação

Policiais militares humilham, agridem e dão um mata-leão em um ambulante, em uma estação em São Vicente, Litoral paulista, na manhã desta quinta-feira (3). Vários transeuntes, indignados, gravaram as agressões e, implorando para os policiais pararem, foram dispersados com spray de pimenta.

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Os vídeos registrados perto de um ponto de ônibus, em São Vicente, mostram um jovem negro sendo agredido brutalmente por policiais militares que o algemaram e o sufocaram até o desmaio. Segundo testemunhas do local, o rapaz trabalha todos os dias naquele ponto vendendo água mineral junto a seu irmão.

Conforme uma testemunha em específico, a Polícia Militar chegou no local de forma truculenta, e detiveram o jovem após ele ter resistido à apreensão de suas mercadorias e de ter questionado os policiais. É indignante a forma como esses trabalhadores são tratados pela força policial, que não serve para nada a não ser oprimir e sufocar a população, especialmente, a população negra.

Ainda segundo a mesma testemunha, "Nada justifica a violência com que os policiais agiram. Ele [ambulante] sempre está trabalhando ali. Não é um bandido. Ele deve ter suado para ter o dinheiro dele e comprar aquelas coisas para vender. Por isso ele reagiu aos policiais, não queria que tirassem as coisas dele. Ele não estava matando, roubando ninguém. Fizeram isso com um trabalhador"

"Bateram nele, o algemaram, e ele começou a retrucar. Na hora que pegaram as mercadorias, foi quando ele levantou, já algemado, do ponto de ônibus, e foi quando ele passou a apanhar muito da polícia, até desmaiar. O irmão dele aparece no vídeo várias vezes, implorando para não baterem nele [ambulante]. Quando os policiais viram que todo mundo estava filmando e pedindo para eles pararem, começaram a jogar spray de pimenta. Tinha mãe com criança de colo, idosos, todo tipo de gente", relembra a testemunha.

É para isso que essa força policial existe, para intimidar, matar e domesticar trabalhores e jovens negros, pois sabem que esses são os que movem o mundo com o seu trabalho e, se quiserem, podem também pará-lo. Por isso, o estado de São Paulo, de enorme concentração de trabalhadores precarizados, é um dos estados onde a polícia mais mata, especialmente a polícia de João Dória, que quando foi eleito em 2018, abriu o ano afirmando que “a partir de janeiro, a polícia vai atirar pra matar”. E assim foi feito, como vemos em 2020, ano em que a PM paulista bateu o recorde de assassinatos desde 2001.

Por isso, é necessário ter consciência de que policiais não são trabalhadores, pois não produzem nada, a não ser o medo. Também, é necessário saber que essa força nunca estará aliada aos trabalhadores, já que sempre atua para reprimí-los, protegendo a propriedade privada. Nesse sentido, não há como a esquerda apoiar, muito menos lançar, candidaturas de policiais, como fez o PSOL no Rio de Janeiro, mas sim, afirmar que a única força que pode libertar a população da violência, do genocídio da população negra e da precarização é a força dos trabalhadores.

Por isso, nós do MRT e do Esquerda Diário impulsionamos um coletivo de negras e negros trabalhadores, o Quilombo Vermelho, que se coloca justamente na linha de frente de organizar esses trabalhadores e se enfrentar com esse regime capitalista e racista de conjunto. Somente com a força organizada dessa população é que é possível acabar com a miséria desse sistema assassino.

 
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