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RACISMO DO JUDICIÁRIO
Jovem negro que passou três anos preso injustamente na Papuda entra com pedido de indenização
Redação

Em caso gritante de racismo estrutural, o jovem que passou três anos no Complexo Penitenciário da Papuda por crime que não cometeu, entra com pedido de indenização contra o Estado.

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Nesta quinta-feira (03), o jovem Lucas Moreira, que teve sua liberdade devolvida em outubro passado, entrou com pedido de indenização após passar três anos encarcerado injustamente no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília (DF). O caso que indignou seus amigos e familiares, e que tem como responsável o Estado brasileiro, demonstra bem claramente como a luta antirracista não pode passar por fora da luta anticapitalista. Isso porque é fato que as instituições da Justiça brasileira tem um alvo já pré-determinado em suas ações, onde geralmente prendem injustamente e matam sistematicamente jovens negros moradores de bairros periféricos.

Nenhuma quantia em dinheiro devolverá o tempo que esse jovem passou em cárcere, foram três anos exposto à condições insalubres, negligenciado pelo Estado brasileiro, aquele que deveria ter garantido seu desenvolvimento pessoal e comunitário.

Relembrando o caso, o jovem disse que no dia de sua prisão, seguiu sua rotina, acordou pela manhã, tomou café e foi para a rua, onde costumava soltar pipa. Até o momento que foi abordado por policiais civis e apontado como um dos suspeitos dos crimes que estavam acontecendo na região no ano de 2017. Desde então, perdeu sua liberdade e foi mandado diretamente para o sistema carcerário da capital federal. Por conta dos crimes que foi acusado injustamente, Lucas foi condenado em dois processos e a soma das penas chegou a 77 anos de prisão. A Justiça não é neutra, ela atua em favor dos capitalistas, e não responde às nossas demandas, a da classe trabalhadora.

E Lucas já disse que não conta com o dinheiro da indenização, que pode demorar muito a receber, agora mesmo a Justiça se encontra em recesso de fim de ano e só deverá receber o processo em 2021, além disso, não há como estimar quando pode ocorrer a determinação de uma sentença ao Estado. "Tenho que correr atrás de trabalhar, não posso ficar esperando por isso se não morro de fome".

Em entrevista, ele contou que com os R$ 5 mil reais que conseguiu arrecadar em uma vaquinha virtual vai comprar uma moto para trabalhar como entregador de aplicativo. Lucas é mais um dos tristes e comuns exemplos de milhares de jovens das periferias do mundo, que ficam encurralados entre a violência desse Estado burguês e autoritário e a precarização das relações de trabalho impostas por esse mesmo Estado, que nada mais é que o balcão de negócios dos grandes capitalistas que diariamente nos forçam a pagar com nossas vidas a crise generalizada criada por eles. Façamos de nossa indignação, a força motriz que deve ser canalizada para a organização dos setores oprimidos e explorados para pensar a nossa libertação.

 
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