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25 DE NOVEMBRO
#25N: Manifestações em todo o mundo contra a violência sexista e feminicídios
Gloria Grinberg

Em diferentes cidades da Europa e principalmente da América Latina, milhares se manifestaram contra a violência de gênero, por #NiUnaMenos, pelo direito ao aborto e contra as demissões.

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No Estado espanhol, foram realizadas manifestações em centenas de cidades, denunciando a violência sexista e também contra a violência no local de trabalho, violência racista e violência policial.

Do grupo de mulheres de Pan y Rosas contam-nos que "em Madrid, houve comícios em vários bairros e na Puerta del Sol. As consignas anti-racistas tiveram muito destaque: ’A Lei dos Estrangeiros mata companheiras todos os dias’, foi cantada, E também, ’Alerta, alera, alerta que caminha, mulheres feministas da América Latina’, em homenagem às nossas companheiras de todo o continente latino-americano, que lutam por direitos básicos como o direito ao aborto, e contra a violência policial. Também houve gritos contra a ação da polícia nas cidades espanholas: ’Meus amigos cuidem de mim, não a polícia’, e ’Polícia é violência’, foi ouvido bem alto".

No México, a mobilização ocorrida na capital do país foi realizada desde o Monumento à Revolução até o Zócalo, onde centenas de contingentes feministas marcharam pelo Dia Internacional Contra a Violência contra as Mulheres em um país onde são realizados 10 feminicídios por dia.

Blocos de organizações feministas, políticas e sociais e ONGs iniciaram a mobilização com consignas, fumaça roxa e bandeiras da mesma cor, além de lenços verdes em referência à campanha internacional pelo aborto legal, seguro e gratuito.

Ao final da mobilização, a polícia reprimiu o que restou da manifestação. Mais uma vez, a violência institucional contra o protesto social foi sentida, desta vez no Dia da Eliminação da Violência contra a Mulher, quando apenas até setembro deste ano foram registrados 704 feminicídios em 2020.

No Chile, neste 25N milhares de mulheres se manifestaram nas ruas das cidades mais importantes contra a violência sexista, denunciando o Estado pela opressão das mulheres e pela diversidade sexual. Entre suas demandas também exigiram o “No + AFP”, contra o regime de aposentadoria vigente naquele país e contra o qual o povo chileno tem se mobilizado. Também exigiram a liberdade dos presos políticos da revolta, contra o governo Piñera, gritando: Fora Piñera e seu governo assassino e criminoso!

Em Santiago do Chile, a polícia reprimiu a marcha contra a violência sexista e contra as políticas do governo Piñera.

Na Venezuela, dezenas de mulheres de diferentes grupos e organizações se reuniram na Plaza Morelos, em Caracas, para protestar contra as múltiplas formas de violência que afetam as mulheres.

Nas várias intervenções, cartazes e consignas, foi expressa a variedade de organizações e ativistas presentes. No entanto, notou-se um perfil comum: era uma atividade de mulheres que rejeitavam e condenavam todos os tipos de violência a que são submetidas, tanto na esfera doméstica como nas relações interpessoais, por parceiros ou ex-parceiros, bem como institucionais e o Estado, incluindo a impunidade nos casos de violência sexista e feminicídio, com a criminalização do aborto, contra a violência implícita nas políticas econômicas, trabalhistas e repressivas do governo, bem como a discriminação contra as mulheres trans.

Teve um conteúdo de protesto e luta, independente dos principais partidos que lutam pelo controle do país. Defenderam a necessidade de colocar uma agenda feminista no cenário nacional, em referência aos múltiplos problemas que pesam sobre as mulheres venezuelanas.

Na Costa Rica, milhares marcham contra a violência patriarcal. Na capital, San José, estiveram presentes milhares de pessoas, além de diversas organizações feministas e de esquerda. Também participaram familiares das vítimas de feminicídio, levantando cartazes com fotos delas e exigindo Nem um a menos, nem mais impunidade. Algumas das reivindicações mais ouvidas na marcha pelo Dia contra a violência contra a mulher foram contra a impunidade do Estado e de suas instituições diante dos múltiplos feminicídios, pelo aborto legal, contra os planos de ajuste do FMI e do Governo, além de a necessidade de separação do Estado e da (s) Igreja (s).

A dirigente do Pan y Rosas, Fernanda Quiróz declarou que “o movimento de mulheres não pode confiar nas ditas instituições [do Estado], que, historicamente, têm nos mostrado sua participação na aliança que mantém o capitalismo e o patriarcado, em desvantagem das mulheres, especialmente das mulheres da classe trabalhadora e dos pobres. Nossa confiança deve ser colocada em nossas próprias forças e métodos de luta, para garantir a justiça e Não menos, bem como todas as demandas e direitos de que necessitamos."

Da mesma forma, Fernanda, que também é aluna referência da Universidade da Costa Rica, destacou que “Não só nos queremos vivas, mas também queremos uma vida digna, livre da exploração capitalista. Devemos construir um movimento de mulheres com independência de classe, que ele lute por nossas demandas, por pão e pelas rosas, por nós e por nossos colegas de classe."

Na Argentina ocorreram ações em diferentes partes do país. Atravessadas pela notícia da morte de Diego Armando Maradona e pela comoção mundial que gerou, essas mobilizações continuaram a exigir demandas urgentes nas ruas. Já nas redes sociais, houve debates entre feministas que questionaram as homenagens ao ídolo do esporte e outras que escreveram artigos explicando o que sua figura significava para elas, como Gabriela Cabezón Cámara, entre outras.

Na cidade de Buenos Aires, as organizações femininas marcharam pelo centro, como a Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto, e a esquerda. A marcha partiu da Plaza de Mayo até o Congresso Nacional e cerca de 500 pessoas se manifestaram ali, onde leram uma lista de reivindicações comuns. Os trabalhadores da LATAM, lutando por seus empregos, também estiveram presentes e receberam os aplausos de todos.

Em meio à crise que acompanha a pandemia, que sem dúvida atinge ainda mais as mulheres e, em particular, as trabalhadoras e os pobres, as reivindicações de "Ni Una a menos" por violência sexista, aborto legal agora, separação imediata das Igrejas do Estado e a exigência elementar pelo direito à moradia e ao trabalho, contra o ajuste do governo e do FMI, voltaram a ser sentidas.

 
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