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RACISMO
Mirtes, mãe de Miguel, quer cursar Direito depois de sentir na pele “as injustiças do sistema”
Redação

A mãe de Miguel, morto pelo descaso da patroa, declarou que entrou na graduação de Direito e começa a cursar no próximo ano. Depois de sentir na pele “as injustiças e morosidade do sistema”, quer estudar e enfrentar os preconceitos que sofreu e ainda sofre.

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Foto: Reprodução/TV Globo

Mirtes Renata, mãe do garoto Miguel que caiu do 9º andar em junho deste ano pelo descaso de sua patroa, declarou que passou na prova e está se preparando para cursar Direito no ensino superior, na capital pernambucana.

Apontou que toda a situação da morte de Miguel escancarou os problemas profundos da realidade que vivemos, motivando ela a escolher um curso de graduação que se relacionasse com a sociedade que vivemos. Segundo ela, “acabei escolhendo o direito porque senti na pele as injustiças e a morosidade do sistema”.

Não só isso, Mirtes sabe que vai enfrentar preconceitos e desafios ao entrar na faculdade. Ex-empregada doméstica, negra, Mirtes é uma das tantas e tantos que sempre viu o acesso e direito ao ensino superior negado e barrado, muito por conta dos vestibulares que são filtros sociais e raciais no Brasil. Segundo ela, todo o luto e caso de morte de seu filho, trouxe determinação e força para enfrentar conflitos. “Eu já estou preparada para os desafios. Pode ser que eu passe por algum preconceito, mas já estou passando por coisas piores. Nada se compara à dor que estou sentindo”, disse.

A graduação de Mirtes começa no primeiro semestre de 2021 e ela demonstra empolgação apesar da tristeza e indignação que permanecem desde que Miguel, seu filho de 5 anos, foi brutalmente morto pelo descaso racista da patroa de Mirtes.

A primeira audiência do Caso Miguel está agendada para o dia 3 de dezembro, na semana que vem, no Recife. Mirtes declara que está “muito confiante”. Como apontado por ela mesma, a morosidade e injustiça do sistema têm favorecido à ex-patroa e sua família. A memória e justiça por Miguel e por tantas outras vidas negras arrancadas pelo capitalismo, racismo, pela violência policial e repressão estatal, são diariamente lembradas e serão arrancadas com luta. Justiça para Miguel! Ágatha, João Pedro, Guilherme, PRESENTES!

 
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