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DEBATES DE SEGUNDO TURNO
Debates no 2º turno no ES explicitam por que nossa alternativa precisa vir das ruas
Jade Penalva

O direitista Pazolini repetiu um mantra de que é um bom gestor e negou a invasão de hospitais, a proximidade com Magno Malta e Bolsonaro, mas não engana a ninguém. Já Coser, se colocou como uma continuidade dos ex-prefeitos da direita como tentativa de se mostrar viável. Frente a esse cenário eleitoral, a verdadeira alternativa só pode vir das ruas, pela luta organizada dos trabalhadores, mulheres, negros e lgbts.

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Imagem: Eduardo Caliman/ A Gazeta

A última pesquisa do Ibope, divulgada nesta segunda-feira (23), aponta que os percentuais de intenção de voto para o segundo turno mostram o Delegado Pazolini com 48%, e João Coser com 43%. De acordo com a pesquisa, não souberam responder ou optaram por voto branco/nulo 10%. Sendo assim, nos votos válidos, Pazolini está a frente com 53% e Coser está com 47%, quase empatados pela margem de erro.

Imagem: Reprodução

Nos debates, o reacionário Pazolini, candidato do Republicanos, partido da Igreja Universal e de Crivella, continuou com o mesmo discurso decorado e desviou de todas as polêmicas envolvendo seu nome, negando ter grupo político, negando ter invadido hospital e fugindo de perguntas sobre a sua ligação com seu fiel padrinho Magno Malta. Entretanto, isso não passa de uma postura oportunista de Pazolini, pois o mesmo fez críticas aos últimos gestores dizendo se tratar de uma política suja de “troca de favores”, mas quando foi eleito deputado nomeou a filha de Magno Malta, Magna Karla Santos Malta, para trabalhar em seu gabinete, com salário de R$4.900,00.

O delegado de polícia e atual deputado estadual, representante do braço armado do Estado e da militarização da política no ES, também desviou de perguntas sobre sua ligação com Damares Alves, quando até mesmo postagens da ministra em suas redes sociais comprova que Pazolini esteve junto com a sua comitiva enviada para o Espírito Santo para impedir que a menina de 10 anos, que sofreu estupro desde seus 6 anos durante quatro anos, realizasse o aborto, autorizado por lei em casos de estupro e risco de vida. O mesmo também já homenageou Damares, que se pronuncia contrária aos princípios fundamentais dos Direitos Humanos, com a admissão da “Comenda Ordem do Mérito Domingos Martins”, honraria mais importante que um cidadão pode receber da Assembleia Legislativa do Espirito Santo.

Pazolini, ao ser perguntado sobre a invasão ao Hospital Dório Silva, na Serra, para filmar os leitos destinados ao Covid19, se esquivou da pergunta dizendo ter ido ao hospital para fiscalizar a partir de uma denúncia de irregularidade e que ainda contou com apoio de enfermeiros e médicos, dizendo respeitar a ciência e a vida das pessoas. Entretanto, a própria página do Conselho Regional de Enfermagem (COREN) desmentiu a fala de Pazolini afirmando não ter apoiado à invasão ao hospital, que foi realizada, coincidentemente, 1 dia após o pedido de Bolsonaro a seus apoiadores de que fossem investigar os leitos destinados aos pacientes com coronavírus.

Imagem: PT

Porém, frente ao reacionário candidato da direita, importante ressaltar que não devemos ter nenhuma confiança ou ilusão no João Coser, candidato do PT que já governou Vitória durante dois mandatos, pois o mesmo reivindica as antigas gestões de direita, querendo se posicionar como um sucessor das últimas gestões e elogiando o compromisso de “defesa da democracia”, dando a entender que se eleito irá incluir em seu plano de governo propostas de outros candidatos e manter um diálogo amigável até mesmo com seus opositores.

Devemos ter a consciência de não apoiar politicamente o PT de Coser por trás do fundamento de um “mal menor”. O PT administrou por 13 anos o capitalismo, na estratégia falida de reformar o regime por dentro, tendo feito “frente ampla” com partidos burgueses, e inclusive aberto espaço para o golpe institucional, recentemente aplicando a reforma da previdência nos estados em que têm candidatos. Enquanto foi governo, não legalizou o aborto e se hoje as mulheres do Espírito Santo estão nessa situação de naturalização dos abusos, esse partido tem culpa nisso.

Temos que levantar um programa que possa de fato responder à crise no ES e no país, e não nos adaptar a um regime que está a serviço dos capitalistas. Temos que enfrentar todos esses ataques com uma unidade da classe trabalhadora, e não uma unidade com partidos burgueses, diferenciando da política de conciliação do PT e com uma política que enfrente o regime do golpe institucional e os grandes empresários. Devemos batalhar por um caminho de mobilização para derrotar os golpistas e para que a crise seja paga pelos capitalistas, o que não vai ser conquistado nessa eleição com o voto crítico no PT e por meio de uma frente ampla.

A luta no parlamento só faz sentido se for para potencializar a luta trabalhadora nas ruas, greves, em cada local de trabalho, e, para isso, tem que se enfrentar com a burocracia sindical para retomar os sindicatos para as mãos dos trabalhadores, já que são partes de ferramentas de luta. Nesse sentido, fazemos um forte chamado à todas e todos que buscam uma saída de conjunto para se enfrentar com o governo Bolsonaro e esse regime, a construir com a gente uma organização revolucionária no estado do Espírito Santo, que batalha pelo fim do capitalismo no mundo.

Leia mais: O que está em jogo no segundo turno entre Pazolini e Coser e qual a saída para a esquerda?

 
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