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APAGÃO AMAPÁ
Empresa lamenta perda de lucros enquanto população sofre com apagão
Redação

Depois de deixar mais de 207 mil pessoas no escuro, Companhia de Energia alega prejuízo

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Enquanto 207 mil pessoas amargam e contam os prejuízos que sofreram por causa dos 21 dias sem luz aos quais foram submetidos, a distribuidora de energia Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) diz que terá prejuízos financeiros.

Com informações obtidas pelo Estadão o presidente da CEA, Marcos do Nascimento Pereira, enviou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) um ofício, no dia 16, para relatar os reflexos do blecaute na entrega de energia. No documento, a empresa relata que está mergulhada em uma "situação financeira caótica", porque o consumo caiu drasticamente nos últimos 20 dias, problema que se soma à forte inadimplência, que está na faixa de R$ 200 milhões.

"O Estado do Amapá está passando por uma grave crise energética decorrente de fatos alheios à prestação de serviço de distribuição de energia, já que os fatos que originaram o apagão não são da concessão da distribuidora. Contudo, tal fato tem colocado a CEA em uma situação financeira caótica, já que além de ter de dispor de suas equipes para atendimentos, enquanto não houver o insumo a ser distribuído, inexistente é a cobrança de tarifa".

Com o apagão que começou em 3 de novembro, a empresa relata que só conseguiu suprir 15% da demanda diária de energia. Esse volume passou para 65% a partir do dia 7, quando parte do abastecimento foi retomada.

"Em razão dos fatos narrados, a previsão é de que o faturamento de novembro/2020 caia 30% (devido ao racionamento) e a arrecadação 47%, uma vez que no período pós-apagão esse despencou", afirma, no texto, o presidente da CEA.

A distribuidora de energia relata ainda que "vem amargando um desequilíbrio financeiro sistêmico de longas datas, a ponto de pôr em risco a frágil qualidade do serviço prestado".

A empresa pediu que a Aneel avalie um repasse de R$ 72,9 milhões, sob alegação de que a agência teria cometido um "equívoco" ao calcular o custo de energia que seria aplicado pela distribuidora anos atrás, entre 2009 e 2015.

Por meio de nota, a companhia declarou ao Estadão que "confirma as informações e ressalta que vem enfrentando dificuldades financeiras para uma melhor prestação de serviço aos consumidores".

Enquanto os condomínios da família Alcolumbre e dos juízes foram alimentados 24h, o rodízio de energia e o abastecimento de água não chegou aos bairros da periferia, nem tampouco nas comunidades quilombolas e indígenas.

O apagão no estado do Amapá não foi acidente, foi fruto da privatização que coloca o lucro dos empresários a frente da vida de milhares de pessoas. A empresa que era responsável pelo gerenciamento da subestação de energia é a espanhola Isolux Corsánl. Essa empresa declarava problemas financeiros desde 2016 e, com a crise atual, entrou com pedido de recuperação judicial na Espanha e no Brasil. Para garantir os retornos de seus acionistas, a companhia se desfez de uma série de “ativos”. Entre eles, a participação que tinha na operação de energia do estado do Amapá, transferindo-a nesse ano para a Gemini Energy, uma holding controlada pelas gestoras internacionais Starboard Partners e Perfin.

A Isolux Corsán manteve por quase um ano os transformadores de energia em mau estado. No momento do apagão, dos três equipamentos que deveriam estar operando, apenas um estava funcionando corretamente, os outros dois estavam em manutenção e quebrado. Foi por isso que o incêndio em um dos transformadores deixou praticamente todo o estado do Amapá no escuro.

É preciso colocar de pé uma luta contra a privatização que coloca os lucros dos empresários acima das vidas dos trabalhadores e pela estatização de todo sistema de energia sob controle dos trabalhadores.

 
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