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Depois de fracasso eleitoral, Bolsonaro vê seu partido ainda estacionado no processo de legalização
Redação

Aliança pelo Brasil, partido de extrema direita idealizado por Jair Bolsonaro enfrenta o burocrático processo de legalização partidária no Brasil e encontra dificuldade em atingir a meta necessária de assinaturas para se oficializar até o final do ano. Uma mostra de que apesar do momento reacionário, a extrema direita perde espaço entre a população.

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Lançado em novembro do ano passado para ser o partido de Jair Bolsonaro, o representante do mais asqueroso conservadorismo, o Aliança pelo Brasil ainda é uma incógnita e não se sabe se, de fato, o projeto sairá do papel para abrigar a candidatura à reeleição do presidente, em 2022. Nem ele próprio, que já admite a possibilidade de se filiar a outra sigla em março de 2021.

Até agora, o Aliança conseguiu apenas 10% das assinaturas necessárias para impulsionar o projeto reacionário de Bolsonaro, que se construiu com base no discurso de ódio às minorias, à liberdade de expressão de gênero e sexualidade e se apoiando no ideal da moral e dos bons costumes da família tradicional e no anti-petismo . O presidente deixou o PSL, legenda pela qual se elegeu, há um ano, após muitas disputas de alas internas do partido. Parte de uma disputa mais profunda no seio da extrema-direita, que envolve grandes atores políticos nacionais e internacionais. No entanto o presidente não teve força para pôr de pé a nova legenda até o momento.

"Não é fácil formar um partido hoje em dia. A gente está tentando, mas, se não conseguir, a gente em março vai ter uma nova opção", afirmou Bolsonaro, na segunda-feira, ao chegar ao Palácio da Alvorada, e responder a perguntas de uma apoiadora que disse fazer parte do Aliança pelo Brasil em União da Vitória, no Paraná.

No papel, Bolsonaro é o presidente do partido. O advogado Luís Felipe Belmonte, vice-presidente, disse que continua trabalhando para deixar a legenda pronta e entregá-la a Bolsonaro a tempo da campanha por um novo mandato, podendo assim, ter autonomia para seguir vociferando seus discursos de extrema direita que cavam mais espaço para o reacionarismo.

"A única orientação que eu tenho dele (Bolsonaro) é para fazer o partido ficar pronto. Continuo com o mesmo propósito, mas, se depois de pronto ou até antes disso, tiver outra opção, eu não sei dizer porque é uma questão de conveniência política dele", disse Belmonte. "A tendência é de que, ele tendo um partido próprio, esteja nesse partido", emendou.

Legendas como Progressistas, PSL, Republicanos, PTB, Patriota e PL já acenaram ao chefe do Executivo. Caso Bolsonaro decida por um deles, e o Aliança se torne realidade depois, a nova sigla estará na base de apoio. "Não há nenhuma (chateação). Estamos criando um partido conservador, para abrigar pessoas com esses princípios que defendemos. Se, de repente, o presidente fizer outra opção, o Aliança será um partido aliado no grupo", observou o advogado.

Assinaturas

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Aliança tem validadas, até hoje, 42.730 assinaturas das 492 mil necessárias. Ainda de acordo com a Justiça Eleitoral, o partido possui 103.482 fichas que precisam ser finalizadas para que sejam submetidas à apreciação do tribunal. Outras 5.010 aguardam análise e 6.548 entraram recentemente no sistema. Ao todo, 38 070 apoiadores foram rejeitados, incluindo 87 eleitores mortos e 24.680 filiados a outras siglas.

Belmonte disse que a pandemia do coronavírus atrapalhou a coleta de assinaturas e estipulou 31 de janeiro como nova data limite. Afirmou, no entanto, que já enviou ao sistema do TSE 180 mil fichas que estão à espera de verificação. No último fim de semana, de acordo com ele, o Aliança conseguiu coletar mais 40 mil assinaturas. Ao ser lançado, em 21 de novembro de 2019, dirigentes do novo partido previam que até março deste ano seria possível obter o apoio necessário para torná-lo viável a tempo de concorrer às eleições municipais.

O processo de legalização partidária no Brasil é extremamente burocratizado, se figuras como Jair Bolsonaro, com o peso e apoio duro de empresários, igrejas e diversos outros setores partidários das políticas de extrema direita levadas adiante pelo presidente, enfrentam dificuldade nesse processo, quem dirá grupos políticos menores, que se colocam ao lado das mulheres, das LGBTs, do levante do povo negro contra o racismo, ao lado das lutas dos trabalhadores, contra todo esse sistema de exploração e opressão que é o capitalismo.

Divergências

A base dura do bolsonarismo, que participou da fundação do Aliança também colocou em dúvida o futuro da legenda e citou desentendimentos internos como um sinal de que o projeto pode naufragar. Belmonte e o secretário-geral do Aliança, o advogado Admar Gonzaga, têm divergências com a advogada Karina Kufa, tesoureira do partido.

"Podemos dizer que hoje temos uma certa unidade de procedimentos e entendimentos. Todos remam na mesma diferença. As divergências são operacionais, mas já estão solucionadas", minimizou Belmonte

O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), entusiasta do Aliança, disse que, se o partido for criado a tempo, lançará Bolsonaro à reeleição. "Seguimos trabalhando, mas sem saber se será o partido do presidente, em 2022. Se for criado, com certeza o presidente vai querer. Se não, já tem o plano B e o plano C também", afirmou o parlamentar. Em agosto, Bolsonaro chegou a admitir até mesmo voltar para o PSL.
Todo esse cenário sinaliza um enfraquecimento da extrema direita bolsonarista, consequência da absurda e irresponsável gestão do governo Bolsonaro, dos militares e seus aliados frente à pandemia da Covid-19. O resultado das eleições municipais aponta para isso e para o fortalecimento do bonapartismo institucional e do centrão como analisamos neste artigo

Com informações da Agencia Estado.

 
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