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Prazo de validade pode levar governo Bolsonaro a jogar fora 6,8 milhões de testes sem uso
Redação

Bolsonaro esquiva-se da responsabilidade sobre o desperdícios dos testes que diagnosticam o coronavírus e diz que estados e municípios devem dar explicações, apesar do estoque ser mantido pelo Ministério da Saúde e não ter sido ainda distribuído aos estados e municípios. Parte do total dos testes estocados já está vencida.

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Exames no depósito em Guarulhos. Foto: Ministério da Saúde

Um total de 6,8 milhões de testes para detecção da covid-19 em posse do Ministério da Saúde tem prazo de validade entre dezembro deste ano e janeiro de 2021, segundo reportagem do jornal Estado de São Paulo. Boletim da Globonews publicado nesta segunda (23) assegura que parte desses testes já está vencida, apesar de ainda não haver estimativa da quantidade.

O presidente Jair Bolsonaro publicou em uma rede social a afirmação mentirosa de que “Todo o material foi enviado para estados e municípios. Se algum estado/munícipio não utilizou deve apresentar seus motivos”, ao responder uma seguidora que questionou sobre os testes. Porém, o estoque dos testes se mantém sob controle do Ministério da Saúde e ainda não foi distribuído.

São exames do tipo RT-PCR, considerado um dos testes mais eficazes para diagnóstico da covid-19, que estão acumulados num armazém do governo federal em Guarulhos (SP). A rede pública de saúde realizou até agora apenas 5 milhões de testes deste tipo, o que significa que o governo Bolsonaro pode descartar no lixo mais testes do que já realizou até agora.

Diversos especialistas atentaram desde o início da pandemia para a importância da testagem massiva como forma de controle da covid-19. O negacionismo de Bolsonaro junto ao descaso dos governantes dos estados e municípios levaram a que o Brasil seja um dos países que menos testou no mundo, e o terceiro com mais óbitos, atrás apenas dos EUA e da Índia.

Recentemente houve um aumento de casos no Brasil, acompanhando a segunda onda que atingiu em cheio os países europeus e se espalha internacionalmente. A testagem massiva da população e dos trabalhadores da saúde é um aspecto básico para o combate ao coronavírus, e ainda assim não foi garantida pelo cálculo capitalista de que as vidas não valem os lucro, além da bárbara tentativa dos governos em dissimular o real número de casos e óbitos pela doença.

As unidades de testes prestes a vencer totalizaram um custo ao Ministério da Saúde de R$290 milhões. Na rede privada o teste RT-PCR custa de R$290 a R$400, o que diretamente impossibilita que a população pobre e os trabalhadores mais precários possam fazer um teste por conta própria, mesmo que continuem se expondo diariamente ao vírus. Esse fato é gráfico do desprezo que o governo reserva aos trabalhadores, principalmente aos da saúde, que são linha de frente no combate ao coronavírus e que sofreram ao longo desta pandemia com a escassez de EPI’s (equipamentos de segurança individual) e de testes.

Saiba mais: Sem EPIs e sacrificados: a cada minuto 1 profissional da saúde é contaminado no Brasil

A responsabilidade pelo prejuízo eminente e pelo descaso com as vidas virou um jogo político de empurra-empurra entre o Ministério do governo federal e os estados e municípios. A compra é realizada pelo governo, e a distribuição acontece mediante demanda dos estados e municípios. Assim, o governo afirma que sua função se resume a comprar os testes, enquanto os governantes dos estados e municípios alegam falta de capacidade para armazenamento e processamento.

O Ministério da Saúde frequentemente entregou material incompleto para o exame, levando a que os 8 milhões de testes já em posse dos estados e municípios não tenha sido totalmente consumidas por falta de reagentes usados na extração do RNA, tubos de laboratório e até escassez de cotonetes utilizados na testagem.

Eduardo Pazuello, militar e Ministro da Saúde, afirmou que já existem testes suficiente distribuídos, apesar do indicativo de que um país testa pouco se mostrar no número de positivos, em que se for acima de 5% já indica testagem insuficiente. No Brasil, cerca de 30% dos exames RT-PCR deram positivo na rede pública de saúde.

O Ministério da Saúde informou que está consultando a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para verificar se é possível utilizar os testes mesmo vencidos, e o resultado desta análise deve sair na próxima semana. Porém, especialistas já alertam que estender os testes para além do prazo de validade pode levar a variações nos resultados, já que as enzimas perdem eficiência.

 
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