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ETNOCÍDIO CAPITALISTA
Mercúrio de garimpo ilegal contamina índios no Pará, diz pesquisa
Redação

Pesquisas mostram como as atividades capitalistas como o garimpo de ouro prejudicam e afetam o meio ambiente e seus habitantes sem a menor preocupação, apenas em busca de lucro. O povo mundurucu vive serias consequências do sistema e do governo Bolsonaro, que deixam a mercê do lucro capitalista a vida desses indígenas. Que são obrigados a conviverem entre jazidas e contaminação do ambiente com mercúrio em suas terras. Assim como já vem sendo noticiado pelo Esquerda Diário, a violência contra indígenas aumentou 150% no primeiro ano de Bolsonaro na presidência.

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Foto: Brasil 247

Estudo multicêntrico coordenado pela Escola Nacional de Saúde Publica (ENSP) da Fiocruz aponta que exposição crônica de indígenas ao metil mercúrio. Devido as atividades de garimpo, os índios da etnia mundurucu que vivem no Médio Tapajós, no Pará, foram contaminados com o mercúrio, devido a ingestão frequente de peixes contaminados. A ingestão frequente pode causar problemas neurológicos graves.

A busca incessante por riqueza do capitalismo atinge aldeias indígenas inteiras, contaminando mais da metade do povo mundurucu, incluindo crianças, adultos e idosos. A atividade garimpeira que já existe na região da bacia do Tapajós desde a década de 50, sendo uma das maiores reservas de ouro do País. O mercúrio é usado para retirar os resíduos da pedra preciosa, assim contaminando asa águas e peixes, assim entrando na cadeia alimentar dos indígenas da região, onde o pescado é a principal fonte de proteína.

A pesquisa da ENSP, tem como objetivo entre os habitantes de três aldeias da região era investigar o impacto na saúde e no ambiente causado pela atividade garimpeira. Após denuncias de lideranças locais aos pesquisadores da Fiocruz. Pesquisadores trabalham na terra indígena Sawré Muyubu, em fase de identificação e delimitação pela Funai. Localizada entre os municípios de Itaituba e Trairão, o povo mundurucu vive nessa região.

“Resolvemos fazer esse trabalho depois de recebermos uma denúncia da Associação Indígena Pariri, que representa o povo mundurucu do Médio Tapajós. Nossa intenção era buscar evidências científicas para comprovar que o problema existe e está presente na Amazônia”, explicou o médico e pesquisador Paulo Cesar Basta, da ENSP/Fiocruz, coordenador do estudo. “De fato, reunimos evidências inequívocas dos efeitos deletérios da contaminação entre os habitantes das aldeias avaliadas.”

A coleta de dados na região ocorreu entre os dias 29 de outubro e 9 de novembro de 2019 em três aldeias atingidas pela atividade garimpeira. São elas Sawré Muybu, Poxo Muyubu e Sawré Aboy. As pesquisas apontam que dos 200 habitantes analisados, foram detectados níveis de mercúrio. Em média, 57,9% apresentavam níveis acima do limite de segurança fixado por agências internacionais de saúde.
Porém, os níveis de mercúrio foram bem mais frequentes na aldeia mais próxima da região do garimpo, Sawré Aboy. Lá, chegou a 87,5 dos moradores. Já na aldeia mais distante, Sawré Muybu, ficou em 42,9%.

“Ou seja, quanto mais avançamos para regiões mais impactadas pelo garimpo, maior foi o nível de contaminação observado”, constatou Basta.
Entre as crianças, constatou-se que quatro em cada dez menores de cinco anos, nas três aldeias, apresentaram altas concentrações de mercúrio. Isso é especialmente preocupante, segundo Basta. Ele explicou que o mercúrio afeta diretamente o sistema nervoso central em desenvolvimento. Também atinge o cérebro dos fetos em formação no útero materno.

“Quando o mercúrio entra na corrente sanguínea, atua no nível do metabolismo celular, provocando sintomas variados”, explicou. “Entretanto, como costumo dizer, ele tem mais afinidade com o sistema nervoso central. Em adultos, pode causar sintomas leves, como dor de cabeça, insônia, fraqueza nas mãos, redução do paladar, dificuldade para andar, até sintomas mais graves, como convulsões e desmaios.”

Além disso, segundo Basta, os sintomas de intoxicação por mercúrio são facilmente confundidos com os sinais de outras doenças. Dificultando para os profissionais de saúde identificá-los corretamente.

Também foi analisado o nível de contaminação dos peixes, 88 exemplares de peixes, de dezoito espécies diferentes, onde todos os exemplares estavam contaminados. Em algum deles o nível de mercúrio ultrapassava em mais de 40% o limite máximo permitido para comercialização e consumo de pescado.
“Os resultados apontam evidências claras dos efeitos deletérios da contaminação por mercúrio nas três aldeias Mundurucu, e indicam que a atividade garimpeira vem promovendo alterações de grande escala no uso do solo nos territórios tradicionais da Amazônia, com impactos socioambientais diretos e indiretos para as populações locais, incluindo prejuízos à segurança alimentar, à economia local, à saúde das pessoas e aos serviços ecossistêmicos”, escreveram os pesquisadores no estudo.

O grupo é formado também por pesquisadores do Imperial Colige de Londres, da Universidade Federal do Rio (UFRJ), da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e do WWF, entre outros. Recomendou a interrupção imediata do garimpo na região e a elaboração de um plano de manejo para a retirada de populações das áreas mais contaminadas.
Depois de latifundiários esmagarem com trator perna de indígena de 75 anos, o governo Bolsonaro continua mostrando de que lado está, defendendo o lucro e o dinheiro dos patrões, lucrando em cima de terras e vidas indígenas.

Informações retirada do estadão.

 
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