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ELEIÇÕES SÃO PAULO
PSB, que atacou junto com Doria e Covas, é inimigo dos trabalhadores e não aliado
Danilo Paris
Editor de política nacional e professor de Sociologia
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Imagem: Heráclito Fortes (PSB-PI), discursando na Câmara em defesa do impeachment de Dilma Rousseff.

O PSB na Câmara dos vereadores de São Paulo foi um importante aliado de Covas e Doria, do PSDB, para a aprovação de grandes ataques contra os trabalhadores e o povo pobre. Seu candidato à prefeitura, Márcio França, é um antigo parceiro de Geraldo Alckmin, e foi seu vice quando esteve no palácio dos Bandeirantes. E agora declarou “neutralidade” no segundo turno apesar da insistência de Boulos pelo seu apoio, para não deixar descontente sua base de direita. Temer, Bolsonaro e Guedes também puderam contar com o apoio de deputados deste partido para aprovação das reformas trabalhistas e da previdência.

O partido foi defensor do golpe institucional e até hoje ostenta orgulhosamente em seu site os discursos dos seus deputados que votaram a favor do impeachment de Dilma. Seu presidente, Carlos Siqueira declarou em artigo à Folha de São Paulo que “a inaceitável narrativa do "golpe" beira o ridículo”.

O PSB foi base do governo golpista e ilegítimo de Temer. Metade de sua bancada votou a favor da reforma trabalhista, que abriu espaço para a expansão da precarização do trabalho, diminuição dos salários e aumento do desemprego no país.

O partido também prestou serviços inestimáveis à Guedes e Bolsonaro. Através de uma das maiores e principais prefeituras dirigidas pela sigla, em Campinas, o PSB presidiu a frente de prefeitos pela Reforma da Previdência. Agora no segundo turno em Pernambuco, um estado de tradição do PSB pelo peso de Eduardo Campos, está fazendo campanha contra Marilia Arraes, candidata do PT, se utilizando de agitação de cartazes pela cidade apelando ao mais reacionário do anti-petismo.

Na Câmara de São Paulo, seus deputados votaram a favor da anistia aos imóveis irregulares (que abarcaram de maneira indiscriminada também os grandes imóveis, incluindo aqueles da especulação imobiliária), da reforma administrativa municipal, dos convênios com as creches privadas, das concessões privatizantes dos parques, cemitérios, terminais de ônibus, da privatização do Anhembi.

Diante disso, qualquer frente ou aliança com um partido que tem em sua história uma longa lista de ataques aos trabalhadores só servirá para enfraquecer a luta pelos direitos sociais e contra os ataques dos governos. É impossível derrotar o projeto do PSDB no estado de São Paulo, estando em uma frente com um partido que ajudou o PSDB a implementar seu projeto ao decorrer de três décadas.

A frente ampla para governar São Paulo, lançada por Boulos, junto a partidos burgueses como a Rede e o PDT, além dos conciliadores do PT e do PCdoB, vai na contramão do combate a Covas, ao PSDB, aos burgueses e golpistas.

As marcas de proximidade entre o PSB e o tucanato apareceram até mesmo no lançamento dessa frente. O representante do PSB, Fernando Guimarães, se apresentou como “militante histórico que após 30 anos no PSDB estava fazendo sua primeira fala pelo PSB”.

Boulos, que tem enquanto marca própria a luta por moradia popular, está constituindo uma frente com aqueles que anistiaram imóveis irregulares. Na prática, não seria uma forma de contrariar seu programa antes mesmo de eleito?

Lutamos contra Covas, Doria, Bolsonaro, e contra todo regime do golpe institucional. Por isso, não apoiamos essa frente ampla de Boulos com burgueses e golpistas. Ao invés de buscar unificar com aqueles que nos atacam, o correto seria buscar a construção de uma frente única operária, com objetivos claros de ação no terreno da luta de classes, para barrar o conjunto dos ataques anunciados, e lutar pela revogação dos já aprovados.

Só será possível derrotar a direita e a extrema-direita se conectando com as lutas contra a exploração e opressão, como foi o breque dos apps, a luta por justiça à Mari Ferrer, e as manifestações que estão em curso contra o brutal assassinato racista de Beto Freitas.

 
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