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ANIVERSÁRIO DA REBELIÃO DE OUTUBRO
Dezenas de milhares se manifestaram no Chile um ano após rebelião social
Francisco Flores
Estudante de direito da Universidade do Chile

Apesar de todas as tentativas do Governo de Piñera e todo o regime político (incluindo a oposição e a Frente Ampla) para desincentivar a mobilização nas ruas, mais de 100.000 pessoas saíram para protestar somente em Santiago, deixando claro que o descontentamento que se expressou em 18 de outubro de 2019 segue vigente.

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A comemoração do primeiro ano do início da revolta significou o maior protesto desde o começo da pandemia, com milhares de pessoas enchendo as ruas, do Palácio da moeda, passando pela Praça Itália e subindo até a Providência.

Com as medidas de confinamento em relaxamento, houve uma margem mais ampla para que a Juventude, famílias, classes médias e baixas confluíssem em uma manifestação que teve muito de protesto, mas também de carnaval, e que expressou as enormes expectativas depositadas no plebiscito e no processo constituinte.

Mas também existiram vocês que, estando a favor da aprovação e de estender a mobilização de maneira massiva nas ruas, colocaram sobre a mesa as armadilhas do atual processo constituinte e o porquê é necessário levantar a luta por uma verdadeira assembleia livre e soberana.

É o caso do Partido de Trabalhadores Revolucionários(PTR), que está terminando seu processo de legalização a nível nacional, para participar do processo constituinte, apostando em retomar o caminho que abriu a revolta de outubro, e em específico retomar o caminho que abriu a maior greve desde o retorno da democracia em 12 de novembro de 2019, mobilização que terminou por obrigar ao regime a firmar o acordo pela paz e a nova constituição.

O primeiro balanço do governo: divide e vencerás

No balance do dia entregado ontem pelo ministro do interior, se viu que o governo deixou de tentar evitar todo tipo de manifestação, para apoiar e até reivindicar o que eles chamam de “manifestações pacíficas”.

É que a grande massa demonstrada nas ruas deixava muito pouca margem ao governo para simplesmente criminalizar todo o protesto (vinha fazendo questão de fazer há duas semanas atrás) a ponto que hoje sua tática é dividir os manifestantes entre os que são supostamente pacíficos e supostamente violentos.

Digo “supostos” porque o que o governo busca dividir, hoje se encontra unido nas ruas. Nem toda forma de violência é reivindicável e necessária, mas se outubro nos deixou alguma lição é que somente com protestos massivos nas ruas, com greve dos setores produtivos e com paralisação da ordem pública (elementos constitutivos de violência para ao governo) será possível avançar em nossas demandas.

Os grandes ausentes

Durante a semana passada, o deputado da Frente Ampla Gabriel Boric realizou um chamado a não se manifestar na Praça da Dignidade, e condenando “todo tipo” de violência nas ruas, chegando a ter uma linha similar com o governo, e depositando toda sua confiança no processo constituinte.

Por sua parte, o Partido Comunista realizou quentes chamados a participar desta comemoração, mas seguem se mantendo em silêncio e sem atividade as principais centrais de trabalhadores como a CUT, mantendo uma trégua criminal com o governo, que dão garantias à estabilidade do regime político.

O caminho que se abre

A manifestação ontem deixou claro que o processo aberto pela rebelião popular iniciado em 2019 está longe de acabar, e por mais que haja enormes expectativas postas no processo constituinte dificilmente desaparecerá de cena política as manifestações, greves e paralisações.

Neste contexto se faz urgente levantar um projeto político revolucionário baseado na classe trabalhadora, projeto que tentamos levantar no Partido de Trabalhadores Revolucionários, para denunciar a impunidade do pacto pela paz, as armadilhas do processo constituinte e lutar por uma verdadeira assembleia constituinte livre e soberana, em perspectiva de construir um governo das e dos trabalhadores

 
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