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PL 529
PT se coliga com partidos que votaram o PL privatista de Doria em 84 cidades de SP
Cássia Silva

O texto-base do pacote fiscal proposto pelo governador de São Paulo João Doria (PSDB) foi aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP). Um imenso ataque privatista contra a população que depende dos serviços essenciais. O PT está coligado com os partidos que aprovaram esse ataque em 84 municípios de São Paulo, segundo dados do TSE.

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O PL prevê ataques para atingir diretamente os trabalhadores e o povo pobre, nossos recursos naturais e serviços essenciais, como a extinção da CDHU, plano de demissão para servidores públicos, aumento do desconto de salário de servidores para direito à saúde, ataque à proteção e conservação do meio ambiente com a extinção do Instituto Florestal, aumento de IPVA e ICMS.

Veja também: Veja 8 ataques do PL 529 de Doria

Partidos como PSDB, DEM, MDB, Republicanos, Solidariedade, Podemos, PV e Cidadania, escórias de representantes da direita e extrema-direita golpistas e privatistas, votaram por unanimidade a favor do texto-base do PL. Outros partidos da extrema-direita e da direita até chegaram a se dividir, mas votaram majoritariamente ou tiveram suas maiores figuras favoráveis, como Janaína Paschoal (PSL). A deputada estadual é uma grande agitadora da privatização, exemplo disso foi sua manifestação em março deste ano sobre o irrisório crescimento do PIB brasileiro: “Estamos queimando gordura (diminuindo os gastos no setor público) e aumentando músculos (o produto vem, principalmente, do setor privado). O PIB não pode ser avaliado de maneira global. É preciso descer aos detalhes. Os gastos feitos pelo setor público geram apenas ilusão de crescimento. A riqueza só é realmente criada pelo setor privado. Os bons economistas sabem disso. Alguns, por questões ideológicas, não dizem”.

Num cenário eleitoral a cidade é marcada pelo show de horrores da extrema-direita e direita, com Bruno Covas representando o golpismo institucional e Celso Russomano, o bolsonarismo mais deplorável, é necessário debater com qual perspectiva se pode enfrentá-los. O PT discursa nas eleições municipais de 2020 dizendo que não há nada mais importante do que enfrentar a extrema direita, mas a verdade é que, segundo dados extraídos do próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PT realiza coligações com o PSL em 140 municípios do país. Os dados do TSE registram que, além das inúmeras alianças com o PSL, o PT participa das eleições em 302 cidades no país junto ao DEM, em 314 cidades com o PSDB e em 606 cidades com o MDB, que votaram de forma unânime a favor do PL 529 (veja as atas do TSE).

Só no estado de São Paulo, o PT está coligado em 84 cidades com partidos que votaram a favor do PL 529, que são, além do PSL e dos votos unânimes das bancadas: PL, Progressistas, PSB, PSD e PTB. Só com o PSL, estão em 10 cidades: Sumaré, Cordeirópolis, Itapevi, Francisco Morato, Pederneiras, Ilha Solteira, Taquarivaí, Palmital, Bom Sucesso de Itararé e Itaoca.

E com partidos maiores, como DEM, PSDB e MDB em, pelo menos, 35 cidades paulistas: Diadema, Guarujá, Ribeirão Grande, Jaú, Mirante do Paranapanema, Pirapora do Bom Jesus, Caiuá, Pedro de Toledo, Elisiário, Cardoso, Guarantã, Tupi Paulista, Paulo de Faria, Dobrada, Itapirapuã Paulista, Ribeira, Álvares Machado, Panorama, Batatais, Mineiros do Tietê, Parapuã, Guapiara, Iaras, Buritama, Novo Horizonte, Neves Paulista, Nova Campina, Orindiúva, Rincão, São Sebastião, Ipuã, Gavião Peixoto, Vera Cruz, Presidente Venceslau e Guaimbê.

Na cidade de Embu das Artes, o PT está coligado com o PROS, que também votou a favor do PL do Doria. O PSOL é parte dessa coligação.

Não é à toa que, com o PT aliado com a direita que aprova o PL529, as centrais sindicais ligadas a esse partido, como a CUT e a CTB (dirigida pelo PCdoB), não façam absolutamente nada para barrar o ataque. Essa burocracia sindical, que boicotou a greve dos trabalhadores dos Correios contra a privatização, agora fez sua performance cadavérica diante do enorme ataque do Doria contra os serviços públicos. Precisamos retomar nossos sindicatos das mãos dessa burocracia.

É impossível combater a direita aliando-se com ela. É impossível batalhar por nossos direitos contra esse regime golpista ao lado dos que votam a PL529 que destrói o serviço público ao sabor de Dória.

Ao contrário do que faz o PT, temos de enfrentar o conjunto do regime golpista e suas instituições (STF, Congresso, militares). Defendemos uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, com representantes eleitos, para que a população tome em suas mãos a decisão dos rumos do país, e possa discutir os grandes temas nacionais que implicam nas batalhas municipais, pela anulação desse projeto privatizador por exemplo, mas também para batalhar pela anulação de todas as reformas de Bolsonaro e Temer, pelo não pagamento da dívida pública e a abolição da Lei de Responsabilidade Fiscal que seqüestra o orçamento público em função dos banqueiros, e para impor medidas que coloquem a estrutura econômica e social a serviço das necessidades das maiorias trabalhadoras.

Para derrotar o projeto privatista de Doria, mas também de Bolsonaro, Mourão e os golpistas, é necessário superar o PT pela esquerda. Por isso, as eleições devem servir para preparar uma posição de independência de classe dos trabalhadores a nível nacional, já que nenhum problema municipal pode ser resolvido sem um grande combate ao regime herdeiro do golpe institucional e seus representantes estaduais e municipais, que querem descarregar a crise nas costas dos trabalhadores e do povo pobre.

Veja também: PT coligado com PSL em 140 cidades: na contramão de qualquer combate à direita golpista

 
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