Organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), a preparação da ocupação durou nove meses. O prédio ocupado por cerca de 300 pessoas pertence ao Governo do Estado e segundo o MLB, ele estaria desocupado há mais de 10 anos.

A ocupação que reúne famílias que anteriormente viviam em áreas de risco ganhou o nome de "Lanceiros Negros" e a data foi escolhida por marcar os 171 anos do Massacre dos Porongos, confronto que na Revolução Farroupilha o esquadrão de Lanceiros Negros foi massacrado por tropas do Império.

"Estão aqui pessoas que não podem mais pagar aluguel, que foram despejadas ou que perderam bens com as enchentes", explica Nana Sanches, uma das coordenadoras do MLB. Nana afirma que há boa estrutura para manter as famílias abrigadas pela ocupação, como cozinha instalada e alimentos. "Estamos esperando autoridades para conversar. Ninguém nos procurou ainda".

Uma sala foi transformada em brinquedoteca, onde ficam boa parte do tempo as cerca de dez crianças que participam da ocupação, acompanhadas por três pedagogas. Há também a formação de uma biblioteca, além de uma cozinha coletiva que já está em funcionamento.