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VALE-TUDO ELEITORAL
PCdoB faz coligações com PSL em 70 cidades e afunda ainda mais na conciliação com golpistas
Pedro Rebucci de Melo

Levantamento realizado pelo ED aponta que o PCdoB permanece fiel a sua tática de vale-tudo eleitoral e realiza coligações com partidos como PSL, DEM, PSDB, Republicanos e Patriota.

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O PCdoB vem tentando passar uma imagem combativa nessas eleições municipais, com seus candidatos afirmando lutar contra Bolsonaro e a extrema-direita, como afirmou Orlando Silva no debate entre candidatos da última quinta. Mas a política real dos supostos comunistas é muito diferente do que eles mostram diante das câmeras, com o PC do B mostrando-se um ávido entusiasta do vale-tudo eleitoral e participando de coligações com quase todos os partidos existentes no Brasil.

Um levantamento realizado pelo Esquerda Diário no site do TSE, com dados públicos e disponíveis para todos que queiram conferir, aponta que o PC do B realizou 70 coligações com o PSL, o partido pelo qual Jair Bolsonaro elegeu-se e que congrega a fina-flor dos reacionários brasileiros, com figuras como Major Olímpio, Luís Filipe de Órleans e Carla Zambelli compondo sua linha de frente.

Leia também:PT coligado com PSL em 140 cidades: na contramão de qualquer combate à direita golpista

Tais considerações políticas pouco importaram para o PC do B, que coligou-se com o antigo partido de Bolsonaro não só em rincões afastados dos grandes centros, mas também em cidades importantes, como Cubatão, importante polo petroquímico no litoral paulista, com um grande histórico de lutas operárias e sociais.

Lá, o PC do B integra uma chapa que conta não somente com o PSL, mas também com o Patriota, partido de Arthur do Val, o infame Youtuber "Mamãe Falei" que concorre à prefeitura de São Paulo, e com o PP de Paulo Maluf, Ciro Nogueira e Ricardo Barros, atual líder do governo Bolsonaro na Câmara, um partido que é o legítimo herdeiro da ARENA, partido de sustentação da Ditadura Militar, e é símbolo da corrupção que é a marca registrada do chamado "Centrão".

O PP é talvez o melhor exemplo da disposição do PC do B em aliar-se com o lixo mais rasteiro da política nacional, pois aparecem coligado em 224 cidades, entre as quais se destaca São Luís, capital do Maranhão. O Estado é governado por Flávio Dino, a principal figura do PC do B hoje, o que confere aos supostos comunistas uma grande força eleitoral, o que lhes permite ser cabeça de chapa na Capital, com o PT como vice, mas não os faz prescindir do apoio do PP, do DC do Eymael e do Cidadania de Roberto Freire.

Mas não foi só em uma ou outra cidade ou com na coligação com um ou outro partido que o PC do B apostou na conciliação de classes para conseguir um espaço nesse regime deteriorado, em vez de enfrentá-lo. O PC do B está coligado com o PSD de Gilberto Kassab em 214 cidades; em 194 com o MDB de Temer e Romero Jucá; em 171 com PL de Guilherme Afif; em 169 cidades com o DEM de Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre e ACM Neto; em 153 com o PSDB de João Dória, Geraldo Alckmin e Eduardo Leite; em 151 cidades com o Republicanos de Marcelo Crivella e Celso Russomano; e em 124 cidades com PTB de Roberto Jefferson, isso para ficarmos somente nos grandes partidos nacionais, com os quais o PC do B mais se coligou.

A total ausência de independência de classe do PC do B faz, entretanto, com que não perdoem nem mesmo os partidos nanicos da direita e da extrema direita, fechando coligações com o PODEMOS de Álvaro Dias e da "República de Curitiba" em 104 cidades; com o PSC de Wilson Witzel em 84 cidades e com o PATRIOTA em 56 cidades.

Note-se que aqui apenas demos foco para as coligações com partidos aberta e assumidamente de direita ou extrema-direita, pois ainda existem centenas de coligações com o PT, seu velho parceiro de conciliação de classes e com outros partidos burgueses que dizem ser de "esquerda", como PDT, PSB, Cidadania e Solidariedade.

As coligações do PC do B demonstram claramente como as polêmicas televisivas com a direita e a extrema direita servem apenas para dar uma cobertura "radical" para velha estratégia de conciliação de classes petista, que só serve para fortalecer a direita e a extrema direita, pavimentando o caminho para novos ataques, retrocessos e golpes, assim como foi nos 13 anos de governo do PT, governo do qual o PC do B foi sócio menor.

Para enfrentar de fato e derrotar Bolsonaro, Mourão e todos os golpistas a esquerda não pode repetir a conciliação do PT. Deve superar o PT, pela esquerda. Por isso esse Esquerda Diario considera que as eleições devem servir para preparar uma posição de independência de classe dos trabalhadores a nível nacional, já que nenhum problema municipal pode ser resolvido sem um grande combate ao governo federal. Defendemos uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, em que todos poderíamos nos candidatar, e todos elegeríamos livremente nossos representantes, permitindo que a população decida os rumos do país.

Nela, se abriria um grande debate nacional, no qual batalharíamos pela anulação de todas as reformas de Bolsonaro e Temer, pelo não pagamento da dívida pública e a abolição da Lei de Responsabilidade Fiscal que sequestra o orçamento público em função dos banqueiros, e para impor medidas que coloquem a estrutura econômica e social a serviço das necessidades das maiorias trabalhadoras, medidas que podem parecer distantes agora mas que são a única forma de preservar e ampliar os direitos dos trabalhadores, do povo pobre e de todos os setores oprimidos por um capitalismo machista, racista, homofóbico e completamente doente.

 
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