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GREVE DOS CORREIOS
Após 35 dias, greve dos Correios chega ao fim mostrando sua força
Redação

A greve, que desde o início teve que se enfrentar com Bolsonaro e os capitalistas, mas também com a burocracia sindical da CUT e da CTB, que se recusaram a colocar todo seu peso para fazer a greve triunfar.

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Foto: reprodução

Chega ao fim a greve dos Correios após 35 dias de lutas. No meio do Brasil de Bolsonaro, marcado pela passividade dos de baixo, graças a pandemia e o auxílio emergência, e um pacto entre as distintas alas do regime, para seguir com ataques aos trabalhadores, privatizações e reaberturas sem nenhum critério. Nesse marco, a luta dos trabalhadores dos Correios apresentou uma tendência oposta na situação, sendo um importante exemplo de resistência operária.

Rapidamente, os trabalhadores dos Correios se viram tendo que enfrentar não apenas a diretoria da empresa e o governo Bolsonaro, mas também o judiciário e a grande mídia. Enquanto Bolsonaro e Guedes articulam a privatização da empresa em plena greve, a grande mídia a atacava e o judiciário atuava para criminaliza-la.

Além disso, os trabalhadores também tiveram que se enfrentar com um inimigo dentro do próprio movimento: a burocracia sindical. Mais diretamente a CTB, mas também a CUT, fizeram de tudo para impedir a mobilização e deixa-la isolada. E para terminar, a direção da FENTEC chamou ontem a encerrar a greve, mesmo com os trabalhadores perdendo 50 pontos do acordo coletivo.

Mesmo assim os trabalhadores mantiveram firme sua greve durante os 35 dias, de norte a sul do país, fazendo inclusive um for ato em Brasília. Se no acordo final, o TST e retirou apenas 50 dos 79 pontos do acordo coletivo – mais do que os 70 que queria o General Floriano Peixoto - isso foi fruto da luta. No entanto não podemos simplesmente comemorar a suposta vitória como faz a burocracia sindical, no marco que tantos ataques ainda permaneceram.

A greve dos Correios também serviu para evidenciar a imensa disparidade entre os trabalhadores do serviço público. Enquanto o diretor da empresa é um general que ganha quase 50 mil reais por mês, o salário médio dos trabalhadores é perto de 2000 reais. No entanto, é esse general que quer atacar os trabalhadores, enquanto mantém seu salário intacto. É a mesma lógica que Bolsonaro, Guedes e Maia querem aplicar na reforma administrativa. Enquanto essa mantém as “carreiras de Estado” intactas – justamente onde se concentram as mais bem remuneradas, como juízes e parlamentares – quer atacar outras carreiras como os professores. Isso só desmascara o quão hipócrita são esses setores quando falam dos “privilégios” do setor público, discurso que também é adotado pelos grandes conglomerados de mídia como a Globo e Folha.

Nesse sentido, a Greve dos Correios é um importante exemplo de como enfrentar os ataques de Bolsonaro, Guedes mas também do Congresso e do STF. Apenas a força e a mobilização independente da nossa classe poderá cumprir tal tarefa. Por isso, nós do Esquerda Diário viemos cobrindo e divulgando a greve. Que a força e as lições dessa greve, como o papel da burocracia sindical, possam servir para nos preparar para os futuros embates que virão.

 
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