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MEIO AMBIENTE
Sob governo Bolsonaro, grandes fazendas concentraram 72% do fogo "hotspots" da Amazônia
Thadeu Fernandes

Neste trabalho, foi cruzado dados oficiais públicos de desmatamento e queimadas, monitorados pelo Inpe, com o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que reúne declarações de proprietários rurais sobre a área de seus imóveis. Esses proprietários encontram apoio no governo Bolsonaro, que é a expressão mais ampla de um sistema que não se importa quais serão as consequência dessa explosão para a saúde humana e nem que crises sociais surgem devido à perda de processos ecológicos.

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Vale ressaltar que essa crise ecológica já produziu a queimada de 83% da Terra Indígena Baía dos Guató, sendo uma consequência direta para a população indígena no Mato Grosso, de quem Bolsonaro é inimigo aberto.

Altamira (PA), São Félix do Xingu (PA), Porto Velho (RO) e Lábrea (AM) são os quatro maiores “hotspts” do desmatamento e por consequência foram os responsáveis por 17,5% do desmatamento na Amazônia Legal ocorrido entre agosto de 2018 e julho de 2019. Encabeçam a lista dos municípios com mais focos de calor no ano de 2019, segundo banco de Dados de Queimadas do Inpe.

Os municípios que estão no topo dos rankings do desmatamento e de queimadas mostram uma concentração dessas atividades em grandes propriedades, totalmente diferente do que foi apontado pelo presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da Onu na terça-feira (22), onde lançou acusações aos índios e caboclos pelas queimadas na Amazônia, ao dizer que “Os incêndios acontecem praticamente, nos mesmos lugares, no entorno leste da Floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas”.

Vale ressaltar que nesta declaração Bolsonaro afirmou que o Brasil é “vítima de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal” defendendo o agronegócio e a burguesia nacional.

Considerando toda a Amazônia Legal, as parcelas de responsabilidade pelas queimadas ficam mais distribuídas: 50% das queimadas aconteceram em fazendas médias e grandes no primeiro semestre de 2020 e apenas 10% em pequenas propriedades, segundo nota técnica do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). Terras indígenas e assentamentos rurais respondem, respectivamente, por 11% e 12% das queimadas nesse período, enquanto outros 8% dos focos de calor ocorrem em terras públicas não destinadas, o que sinaliza grilagem.

“Esses números demonstram como o fogo é ainda amplamente utilizado no manejo de pastos e áreas agrícolas, independentemente do tamanho do imóvel ou do lote”, diz a nota do Ipam.

O cruzamento de dados do Inpe também deixa visível, através de mapas de desmatamento e queimadas, a sobreposição da ocorrência de focos de calor nas mesmas áreas que sofrem desmate. Os mapas, confirmam a relação das queimadas com o ciclo de desmatamento em que o foto é utilizado para queimar vegetação derrubada, liberando o terreno desmatado.

Segundo nota técnica do Ipam, a proporção do fogo ligado a desmatamento dobrou no último ano, chegando a responder por 34% das causas de focos de calor, comparado aos anos de 2016 e 2017, quando era 15% do total. Ainda em 2019, as atividades agropecuárias responderam por 36% dos focos de calor registrados, já os incêndios florestais, que no bioma são causados pela expansão do fogo vindo do desmatamento ou da agropecuária, responderam por 30% da área queimada no período.

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Tais informações fazem cair por terra a ideia exposta por Bolsonaro, onde alegou que o Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente, mesmo diante da devastação que temos acompanhando no Pantanal pelo aumento das queimadas para agropecuária, tentando enganar e esconder dos que ouvem o apoio que fornece ao setor agropecuário, que seguem lucrando e saciando sua sede de lucro enquanto o meio ambiente e o conjunto da população padecem.

Frente ao aumento absurdo dos incêndios na região do Pantanal e da Amazônia, conduzido com a permissão dos atores institucionais para atender a sede de lucro dos grandes capitalistas, fica claro a necessidade de construção de uma luta contra o regime, lutando pelo fora Bolsonaro e Mourão, para um saída consequente contra a devastação ambiental e os demais ataques do governo.

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