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LUCIANO HUCK
Huck quer "liderar uma geração" na política mas, quem quer ser liderado por ele?
Redação

A juventude que emergiu com força desde 2013 foi protagonista de distintas lutas sociais desde então. Huck quer instrumentalizar nossa vontade para se alçar, não confiamos em Luciano Huck , mas sim em nossas próprias forças.

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Imagem: Divulgação/TV Globo

O apresentador de TV Luciano Huck (sem partido), que quer disputar a Presidência em 2022, falou em reunião do Conselho Político e Social (Cops) da Associação Comercial de São Paulo nesta segunda (21) querer "mobilizar, liderar e fomentar uma geração".

Huck foi questionado por um integrante do Cops se "tem coragem" de ser candidato a presidente. "Estou aqui", respondeu, antes de ponderar que, por enquanto, se vê como "cidadão ativo" e dizer que atua sem intenções de poder.

O apresentador de TV tem todo um discurso contra as desigualdades, mas as Empresas de Luciano Huck demitiram massivamente durante pandemia. A rede de franquias da academia Smart Fit demitiu 200 novos contratados que cumpriam período de experiência de 90 dias. Huck também é sócio do bolsonarista Júnior Durski na rede de hamburgueria Madero, que demitiu 600 funcionários. Para Huck, seus lucros valem mais do que a vida da juventude. Ele completou:

"Eu quero mobilizar, liderar, fomentar uma geração para que a gente participe ativamente das transformações que o Brasil precisa. Ninguém vai entregar isso de graça para a gente" (...) "Sobre a questão da coragem (de se candidatar a presidente), estou aqui, não é?, estou aqui conversando sobre temas que não são óbvios para mim, como energia, reformas. Tenho estômago para ouvir opiniões diversas, para estar em cena num momento tão delicado do País. Neste momento, estou sentado aqui como cidadão ativo, que está no debate público."

Huck quer colocar uma aura de benfeitor em todas as suas ações, mas não nos engana. A juventude que se mata de pedalar, 12 horas por dia para ganhar um salário mínimo não quer ouvir suas mentiras. As demandas por mais direitos dos trabalhadores do Ifood confrontam os lucros dessa empresa, sua forma de organização, o papel do trabalho frente ao capital e esse é o maior símbolo de luta de todo o último período.

Fica claro que a nossa geração não tem nada a ver com a sua perspectiva o que se prova em seu comentário na live com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite na qual foi anunciada uma Parceria Público-Privada com o “Instituto Criar”, que tem na direção o apresentador e empresário Luciano Huck. O apresentador teve a coragem de afirmar que ela veio para "acelerar a digitalização da educação".

Nesse momento, escancarou sua visão elitista de mundo ao ver vantagens para si mesmo, na atual situação pandêmica, como o ensino a distância, já que sua empresa presta justamente esse serviço. Nessa horrível situação que está tirando milhares de vidas por todo o país, Luciano Huck vê como uma boa oportunidade de lucrar mais com um serviço que justamente excluiu centenas de milhares de jovens.

Huck tenta supostamente se delimitar de Bolsonaro, bem como a grande mídia, especialmente a Globo, porém tem o mesmo propósito de descarregar nas costas do trabalhador a crise agravada pela COVID-19.

Depois de dizer explicitamente que se prepara para eleição, tentou consertar: "(Não quero) personificar ou ’fulanizar’, em mim ou outra pessoa, um debate eleitoral majoritário que não está em voga neste momento. Isso mais atrapalha que ajuda, e no Brasil afora tem gente mais preocupado com a eleição (de 2022) do que em atender as necessidades das pessoas. Temos neste ano um ciclo eleitoral nas cidades e a política começa nas cidades."

Huck definitivamente não é um meio para a juventude alcançar qualquer coisa, nem mesmo o mínimo. A antecipação de seu nome para 2022 não pode servir para ninguém além de alguns empresários que apostam em recompor o regime podre do golpe que levou diretamente a Bolsonaro, depois de muitas perdas de direitos.

 
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