Uma aluna de 15 anos da Escola de Aplicação da USP que sofreu assédio há cerca de 1 mês por parte de outro aluno da mesma escola retornou à aula nesta quarta-feira. Após ficar algumas semanas fora da escola, a aluna, com apoio de colegas, professores, funcionários, coletivos feministas e familiares decidiu retornar ao seu cotidiano que foi interrompido pelo trauma psicológico e físico de sofrer um assédio.

Este ocorrido se deu no momento em que milhares de mulheres tomam as ruas pelo direito ao seu próprio corpo e em que milhares de mulheres tomam as redes sociais denunciam os primeiros assédios que sofreram na infância e adolescência. A jovem mostrou coragem em denunciar o ocorrido.

Diante da posição da aluna de não querer permanecer no mesmo ambiente que seu agressor, o Conselho de Escola decidiu pela transferência do aluno, entretanto a família se negou a transferi-lo, o que impôs uma situação de afastamento da aluna assediada, algo que ocorre recorrentemente levando a culpabilização das vítimas.

O pedido de transferência do aluno foi levado à Vara da Infância, ao Ministério Público e também a Conselhos Tutelares da região. A aluna tem tido o apoio de inúmeros grupos feministas e na própria Escola colegas criaram uma campanha pelo seu retorno.