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PANTANAL EM CHAMAS
Agradando o agronegócio, Ricardo Salles defende uso de fogo para controlar queimadas
Redação

Ao contrário do que o Ministro tem pregado, não há nada de sazonal ou relacionada à matéria orgânica nas queimadas e sim de criminoso. Após sucatear os órgãos de fiscalização das matas e florestas, ficou fácil para “passar a boiada”, tal como disse Ricardo Salles naquela famigerada reunião de 22 de abril que queria aproveitar o momento da pandemia onde os holofotes midiáticos estão voltados para outros temas.

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Foto: Lula Marques

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou nesta terça-feira, 15, em entrevista à CNN Brasil, que defende o uso do chamado fogo preventivo como forma de diminuir a matéria orgânica acumulada no Pantanal e conter a proliferação de queimadas no bioma.

Setembro avança a passos largos para se tornar o mês mais devastador em número de incêndios na região pantaneira, superando todos os índices captados pela série histórica medida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desde 1998. "Por questões de escolhas específicas, não se autorizou nos Estados o uso da queima controlada, o chamado fogo frio, lá no Pantanal", disse. "Ao longo dos anos, vai crescendo o volume de massa orgânica acumulada. Quando pega fogo, isso funciona como um grande combustível", completou.

A moratória do fogo decretada pelo governo federal em julho para a Amazônia e o Pantanal prevê como exceção "práticas de prevenção e combate a incêndios realizadas ou supervisionadas pelas instituições públicas responsáveis pela prevenção e pelo combate aos incêndios florestais". Nota técnica publicada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul sobre o decreto federal também assinalou essa exceção à proibição da queima controlada.

Salles atribuiu os recordes em focos de calor e área devastada ao "caráter sazonal" das queimadas. Ele alegou que o avanço simultâneo do fogo sobre áreas da Amazônia e do Pantanal não seriam questões "necessariamente conexas". "Outros Estados e outras regiões, como São Paulo, também estão com problemas com queimada. É um período seco, de pouca chuva, ventos fortes, tudo isso converge."

Ao contrário do que o Ministro tem pregado, não há nada de sazonal ou relacionada à matéria orgânica nas queimadas e sim de criminoso. Após sucatear os órgãos de fiscalização das matas e florestas, ficou fácil para “passar a boiada”, tal como disse Ricardo Salles naquela famigerada reunião de 22 de abril que queria aproveitar o momento da pandemia onde os holofotes midiáticos estão voltados para outros temas.

O ministro Ricardo Salles também relatou na semana passada um bloqueio de mais de R$60 milhões aos órgãos do IBAMA e do ICMBio e que isso poderia levar a suspender ações de combate ao desmatamento tanto na Amazônia, quanto no Pantanal, tendo que ser desmentido pelo general Mourão, num jogo de força e interesses que no fundo tem o mesmo objetivo: destinar as riquezas naturais aos capitalistas, seja por meio de arrendar terras indígenas como quer Salles, seja preservar parte dos parques e áreas protegidas para investimentos estrangeiros como quer Mourão.

Lutar pela preservação do meio ambiente é uma tarefa primordial de toda a classe trabalhadora do campo e da cidade. O Brasil é um país com dimensões continentais onde apenas 1% dos proprietários de terras rurais concentram 50% dessas áreas. Um país que nunca passou por nenhuma reforma agrária e que construiu sua identidade em base à foice e facão no latifúndio. É preciso um programa que enfrente os capitalistas do campo a começar por uma reforma agrária radical que exproprie os grandes latifúndios, seu maquinários sejam controlados pelos trabalhadores do campo, com incentivos aos pequenos produtores. Assim começaremos a buscar um equilíbrio com o ecossistema, mantendo e conservando o meio ambiente cada vez mais, em prol da vida e da preservação da natureza e não do lucro capitalista.

Com informações da Agência Estado

 
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