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ENSINO REMOTO NA UFF
Estudante e Coletivos da UFF denunciam: a poucos dias da volta às aulas, auxílio não chegou
Redação

Uma estudante que não recebeu auxílio na UFF a 4 dias do Ensino Remoto Emergencial (ERE) ser implementado na UFF: “É a universidade virando as costas pros alunos”.

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Imagem: Sintero

A assistência estudantil e chrome books que foram prometidos pela reitoria na aprovação do ensino remoto ainda não chegaram nas mãos dos estudantes. Há o sério risco de as aulas começarem e toda uma parcela não conseguir acompanhar por não ter acesso a internet, e pela falta de um computador em cas.
Os Auxílios de apoio digital pela PROAES (pró-reitoria de assistência estudantil da UFF) foram lançados em junho, uma parcela ínfima dos estudantes foram aprovados e mesmo esses, não receberam até hoje o empréstimo de chromebooks.

Segundo a campanha “Contra a precarização, não ao ensino remoto. Mais assistência estudantil.” que fez um post denunciando a demora, ao responder e-mails de alunos, a reitoria pede para aguardar indefinidamente e no último CEPEX, o vice-reitor colocou a responsabilidade na empresa, sem falar da possibilidade de início das aulas no dia 14/09, mesmo com a possível exclusão de quem se inscreveu no edital e não recebeu os chromebooks.

De qualquer maneira, estudantes que não tem um cômodo de estudos adequado, serão excluídos do ensino remoto na UFF. Trata-se de um auxílio insuficiente, 500 chromesbook ainda não chegaram há pouquíssimos dias do início das aulas, bolsas de 100 ou 250 reais, extremamente burocratizadas, com poucas vagas e que não atendem a demanda. de ainda por cima não chegou há pouquíssimos dias do início das aulas. Uma estudante que solicitou o auxílio, mas não recebeu, enviou um relato anônimo ao Esquerda Diário:

“Os auxílios não terem chegado até agora coloca alunos como eu numa situação muito complicada, por que minha participação no ensino remoto só será possível com eles em mãos. Enquanto isso não acontece, ficarei atrasada nas disciplinas em comparação com meus colegas que tem recursos. Acho que as aulas iniciarem agora, sem os auxílios serem entregues, uma falta de respeito enorme com alunos que dependem diretamente deles para estudar nesse período. E não temos nem noção de quantos são, por que esse ensino remoto foi decidido de forma muito autoritária e sem serem divulgados dados, informação sobre a situação dos alunos da universidade.

Só o fato de atrasar complica muito nossa vida por que precisamos nos preparar, nos organizar, para se adaptar a essa péssima modalidade que novamente, foi imposta, sem uma votação de fato, sem uma possibilidade de escolha. Esse atraso, que não se sabe quanto tempo durará, ignora as dificuldades que já eram grandes nessa pandemia. Quem tem que lidar com mais pessoas em casa, com muita gente pra poucos cômodos como eu, com a falta de um lugar tranquilo para estudo, com saúde mental afetada, com perda de renda, perda de emprego, agora também tem que se preocupar com a defasagem de algo que teoricamente viria para nos ajudar. E isso tudo, sendo que se tinha todo um anúncio, um orgulho de se estar oferecendo esses auxílios.

É a universidade virando as costas pros alunos e quem quiser que se vire, essa é a minha percepção.”

O ensino remoto excludente foi imposto de maneira autoritária na UFF pelo reitor e pelo CEPEX, que é um órgão da qual os estudantes não têm qualquer poder de voto. O DCE, que foi correia de transmissão da reitoria na aprovação do ERE, ao depositar sua confiança que esse auxílio é suficiente desarma os alunos para situações como essa. Exigimos um posicionamento dessa entidade!

Exigimos que haja pagamento imediato do auxílio e que caso isso não ocorra, que as aulas sejam adiadas e que hajam as assembleias nos cursos para debater a posição dos estudantes frente a um ensino remoto que promete excluir milhares. Nós da faísca UFF, batalhamos para que os próprios estudantes pudessem decidir os rumos da universidade com um pleibiscito e hoje batalhamos para que cada curso eleja representantes para uma comissão de acompanhamento dos próprios estudantes.

A aplicação do ensino remoto apenas favorece setores empresariais como o Google e com intuitos privatizantes interessados em lucrar com a pandemia, ainda mais aquele e desfavorece os cotistas e alunos proletários, que devem ser excluídos por essa decisão. Defendemos uma universidade que esteja a serviço da ciência e da classe trabalhadora, onde todos os cursos possam voltar seu conhecimento e atenção para o combate à pandemia.

Leia o texto que a campanha “Contra a precarização, não ao ensino remoto. Mais assistência estudantil” soltou sobre o tema:

"REITOR, CADÊ A ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL? CADÊ OS CHROMEBOOKS?

Em junho foram abertos alguns editais de auxílios de apoio digital pela PROAES (pró-reitoria de assistência estudantil da UFF) e estavam inacessíveis para as pessoas com deficiência e, como sempre, poucas bolsas para muitos alunos em condições de vulnerabilidade socioeconômica! A comprovação de que o Ensino Remoto é uma política excludente é que os alunos que conseguiram ser aprovados no burocrático edital para o empréstimo de chromebooks, para tentarem de alguma forma ter acesso às aulas remotas, ainda não receberam os equipamentos. E estão sem um posicionamento da PROAES, o próprio órgão que trabalham com a demanda dos alunos em relação aos auxílios! Quando questionados por e-mail falam que não possuem informações sobre e pedem para o aluno aguardar, e em resposta ao questionamento no CEPEX, o vice-reitor jogou a responsabilidade para a empresa, abdicando da responsabilidade da reitoria de dar uma resposta a esses estudantes, negando ainda a possibilidade de adiamento do início das aulas remotas, previstas para o dia 14/09 mesmo sem a garantia de que estudantes aprovados do edital tenham tido acesso aos chromebooks!

Nós denunciamos e repudiamos esse descaso com os/as estudantes que necessitam dos auxílios para ter acesso de alguma forma as atividades remotas! Queremos um
posicionamento da Universidade em relação ao auxílio do empréstimo do chromebook! Afirmamos, mais uma vez, nesse ponto que chegamos o Ensino Remoto é uma política genocida, não podemos corroborar com essa prática excludente. A ideia de aprovar essa prática de ensino com o discurso que nenhum estudante ficaria para trás se mostrou uma farsa, visto que logo aqueles que mais necessitam estão ficando para trás, enquanto as aulas remotas estão prestes a começar muitos estudantes estão sendo excluídos do acesso às tecnologias, mesmo que estes já tenham sido deferidos no processo.

A reitoria que aplica a política de precarização da universidade, nos atropelando para aprovar o ensino a distância sem levar o debate para espaços mais amplos determinados para discussão e a aprovação, usando os parcos editais de assistência estudantil como moeda de troca, não consegue cumprir com os prazos estabelecidos por ela mesma.

O DCE da UFF e o conjunto do movimento estudantil precisam mobilizar os estudantes para lutarem pela assistência estudantil digna, pela entrega imediata dos Chromebooks e o fornecimento desses auxílios aos estudantes mais precarizados e exigir que a reitoria suspenda o começo das aulas remotas previstas para o dia 14/09, submetendo o retorno à garantia da entrega dos aparelhos e pagamento dos auxílios. Nos mantemos contrários ao ensino remoto pelo que ele representa e por suas consequências, neste sentido exigimos o não retorno das aulas entendendo que a situação, que já é precária, fica ainda mais grave e excludente sem a garantia desses auxílios mínimos.

O ensino remoto foi apresentado, com muitas chantagens, como uma falsa saída para as reitorias das universidades, diante da impossibilidade de retorno às aulas presenciais. Uma saída um tanto precária para a formação das/os estudantes e que promove aumento da evasão como já observado em algumas pesquisas sobre o assunto. Além disso, o ERE, faz parte de um projeto político educacional do governo Bolsonaro, que quer ver os setores explorados e oprimidos fora das universidades. Porque quer precarizar para depois privatizar.

Logo que Bolsonaro assumiu a presidência, começou toda uma pressão para que se aplicasse precarizações e desmontes de investimentos das diversas áreas sociais, aprofundando drasticamente o que já vinha acontecendo com a EC95 do governo Temer.

Além da Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência que foram aprovadas nesses últimos anos por esses (des)governos, que usam todo seu poder para prejudicar a população brasileira e principalmente os setores mais oprimidos da sociedade. Enfrentamos no ano passado os cortes que o MEC anunciou e o projeto Future-se, o movimento estudantil e trabalhadores foram às ruas e barrou esses cortes. Agora, precisamos enfrentar os cortes, a precarização da educação, o genocídio em curso e a Reforma Administrativa e as privatizações, que visam destruir o serviço público do nosso país.

A greve dos Correios hoje representa o enfrentamento direto contra esse projeto, e precisa ser muito apoiada.

A campanha que construímos aqui na UFF constrói hoje a luta nacional contra o ensino remoto que se concretizará em atos no dia 14 de setembro, primeiro dia de aula na UFF. Convocamos os estudantes e trabalhadores da universidade a se somarem no ato que faremos em Niterói.

Durante a pandemia, houve corte nas bolsas de pesquisas CAPES, tentaram revogar as ações afirmativas da pós… E não fica nenhuma dúvida que essa política atravessa fortemente classe social, deficiência, raça, gênero, maternidade e trabalhos domésticos. E que se agrava com o brutal cenário econômico que vivemos. E além disso, Bolsonaro já anunciou mais cortes de orçamento para o ano que vem.

Dessa forma, fica bem evidente que esse projeto educacional é para barrar o acesso das pessoas com deficiência, mulheres, estudantes pobres, da comunidade negra, afetando gravemente os direitos desses estudantes de ter um ensino de qualidade, público e gratuito! Esses estão ficando para trás!

Dia 14 teremos um dia de atos contra a precarização e exclusão pelo Ensino Remoto, contra os cortes e em defesa da assistência estudantil. É uma luta nacional em defesa da educação. Não vamos nos calar diante desse descaso da reitoria da UFF!

#DescriçãoDaImagem: fundo preto com alguns riscos brancos! Temos uma borda escrita de cor branca "mais assistência estudantil". No centro da borda está escrito "reitor, cadê a assistência estudantil? Cadê chromebooks?" A palavra reitor está escrita de preto e destacada com a cor verde! E as demais informações escritas de branco! Logo abaixo temos três imagens em branco uma do lado da outra! A primeira imagem é um chromebook, a segunda e o logo do wi-fi e a terceira temos uma moeda e suas notas com o cifrão desenhado! Fim da descrição.”

 
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