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GOVERNO DÓRIA; EDUCAÇÃO.
Em São Paulo, Dória responsabiliza professores e alunos pela pandemia
Redação

Em São Paulo o governo do Tucano João Dória está responsabilizando professores e alunos por possíveis casos de infecção por coronavírus.

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Um político que se intitulou como gestor do capital e da máquina estatal, ao mesmo tempo em que tenta passar uma imagem de “outsider”, o tucano João Dória, governador do Estado de São Paulo está responsabilizando professores e alunos por possíveis casos de infecção por coronavírus.

Em matéria publicada pela Carta Capital há denúncias de circulação de termos de compromisso que solicita à professores e funcionários que respondam a um questionário para fornecer informações pessoais e de doenças pré-existentes.

O primeiro termo, que apresenta o nome da Escola Guia Lopes apresenta elementos como “Estou ciente de que, caso haja contágio com Covid-19, eu me responsabilizo, pois o vírus circula em todo o mundo e não somente na escola”.

Fonte: Carta Capital.

Em outra escola (Escola Estadual Professor Nelson do Nascimento Junior, de Embu das Artes) o termo é mais enfático, colocando alunos e professores entre a “cruz e a espada”,jogando todo o peso da pandemia sobre as costas destes:

Fonte: Carta Capital.

Os absurdos não param por aí, em um terceiro termo que coloca sob responsabilidade das famílias por uma possível infecção dos alunos, argumenta que o vírus não circula apenas no “interior da escola” mas estaria presente em toda parte.

Fonte: Carta Capital.

A secretaria de educação do Estado de São Paulo nega que tais termos tenham partido da administração do Estado, defendendo a argumentação que desde o dia 7 de Agosto de 2020 a orientação geral era para que nenhum documento ou comunicado fosse repassado à comunidade sem prévia autorização.

O nível de cinismo da administração Dória paira no banal, ao mesmo tempo que se “preocupa com a comunidade”, visa o retorno das aulas em um período no qual o Estado de São Paulo é um dos mais infectados do Brasil e da América Latina. O Estado apresenta mais de 845.000 casos de Covid-19 , além de 31.091 óbitos. Além disso, a curva de casos novos no Estado não está em nada estabilizada, entre o dia 3 e 4 de Setembro tivemos mais de 7.000 casos novos da doença e 186 óbitos. Cabe destacar, conforme relata a pré-candidata da Bancada Revolucionária de Trabalhadores Diana Assunção que o mesmo governo Dória que exige e responsabiliza alunos, famílias e professores pelos seus destinos quanto à Covid-19, deixou mais de 35 mil professores sem salários

Diante desse absurdo, retomamos o debate sobre a necessidade de tais decisões serem realizadas pela própria comunidade, entre pais, alunos, professores e funcionários. A burocratização e as decisões vindas de cima pouco sabem sobre a real situação das escolas e dos profissionais de educação. Não podemos guardar nenhuma esperança nos aparelhos institucionais do Estado como bem ficou provado nessa semana quando a Justiça negou liminar dos professoresdo Estado para que as aulas presenciais fossem suspensas.

Compreendemos que essa problemática conforme trabalhos no Manifesto do MRT possui um caráter profundo vinculado a própria forma como o capitalismo transforma tudo em mercadoria, inclusive à educação e toda a configuração dos sistemas de ensino pautados no alcance de índices de aprovação. Por isso defendemos uma total reformulação no sistema educacional, perpassando desde o ensino básico até o superior, com a extinção dos exames vestibulares que são verdadeiros filtros sociais para os despossuídos.

Não podemos aceitar que o limite da capacidade humana esteja preso à realização de provas e alcance de notas, isso é muito pouco para o que todos nós podemos alcançar com uma revolução na educação brasileira que parta de fato das necessidades coletivas e não de um punhado de empresários.

Ao mesmo tempo, também compreendemos que essas mudanças, que possam garantir os elementos democráticos mínimos, só podem ser realizadas no marco de uma estratégia política revolucionária e com independência de classe, no qual exista a união política da classe trabalhadora com o objeto comum de destruição do capitalismo. Por isso também não podemos ter nenhuma esperança em táticas conciliatórias como as realizadas pelo governo do PT nesses últimos treze anos que tentado dar migalhas aos trabalhadores e engordar o bolso dos empresários, consolidou mecanismos de financiamento estatal para às faculdades privadas.

Cabe destacar que não somos contra o acesso à educação de nível superior, mas não podemos cair no conto do vigário dos atalhos políticos, pois esses atalhos nos levam a situações mais profundas como o governo Bolsonaro eleito em 2018, e na máxima de Gramsci: “Um mal menor é sempre menor que um subsequente possivelmente maior [...] (Antônio Gramsci, Cadernos do Cárcere, Caderno 16, §25).

É nesse sentido que a luta dos professores, rodoviários, garis, entregadores de aplicativo, etc, deve ser unificada, trabalhador apoiando trabalhador de modo a combatermos Às burocracias sindicais, a exemplo da CUT, e também termos a possibilidade de construirmos força material para o enfrentamento do governo Bolsonaro e todo o regime político brasileiro que constantemente busca realizar ataques à classe trabalhadora.

Crédito da imagem de capa: Agência Brasil.

 
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