www.esquerdadiario.com.br / Veja online / Newsletter
Esquerda Diário
Esquerda Diário
http://issuu.com/vanessa.vlmre/docs/edimpresso_4a500e2d212a56
Twitter Faceboock
CARESTIA
Bolsonaro reduz o auxílio à metade enquanto alimentos básicos têm alta de 28% nos preços
Redação

A redução feita por Bolsonaro do auxílio emergencial para R$300, faz pesar toda a crise no bolso da população pobre e trabalhadora. Em meio ao agravamento da crise econômica e de uma alta nos alimentos da cesta básica, esse impacto é ainda maior. A demagogia de Bolsonaro com o auxilio busca esconder que seu maior compromisso é com os banqueiros e patrões, a quem assegura o pagamento religioso da fraudulenta dívida pública.

Ver online

Auxílio emergencial reduzido pela metade: quem paga a conta são os mais pobres

O valor do auxílio emergencial será reduzido pela metade a partir da sexta parcela e ao longo da semana muito se falou sobre esse tema e sobre os impactos que essa redução pode ter na popularidade de Bolsonaro, que. por sua vez, busca a manutenção de seus indicadores em relativa alta.

Mas a redução do auxílio, traz, de fundo, um impacto muito maior do que a grande mídia destaca. O alto número de brasileiros que busca receber o auxílio por si só é uma mostra do agravamento da crise econômica decorrente da pandemia, na qual a carestia de vida começa a ser sentida, e seus efeitos serão ainda maiores com a redução.

A alta nos preços nos alimentos é sentida muito mais sentida pelos trabalhadores e a população pobre, já que possuem salários e fonte de renda menores ou incertos e terminam gastando a maior parte com alimentação e outras necessidades básicas, como transporte e moradia.

Preços dos itens da cesta básica pode aumentar 28% a depender do alimento

Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, a cesta básica terá alta nos seus itens. Os supermercados notificaram repassar a conta para os consumidores. E, vendo essa conta, fica fácil de ver que o novo valor de R$ 300 do auxílio não dá conta de garantir o básico, sendo o corte ao meio muito significativo em um momento de alta de preços. Uma conta cara, para uma população que já vive espremida entre o desemprego e a fome de um lado, e a pandemia e a crise sanitária de outro.

Os alimentos que subiram mais de preço no último período foram o leite, arroz, feijão e óleo de soja, partes do dia-a-dia da alimentação do brasileiro. Segundo André Braz, coordenador de índices de preços do Ibre-FGV, arroz, farinha, de trigo, açúcar refinado, açúcar cristal, frango em pedaços, carne bovina, carne suína e óleo de soja chegam a ter uma alta de 28,98% nos últimos 12 meses até agosto.

O valor reduzido do auxílio já não paga uma cesta básica. O novo valor, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), não chega a ser suficiente. A pesquisa traz dados sobre o custo e variação da cesta básica em dezessete capitais do país no mês de julho de 2020.

Em capitais como Curitiba, São Paulo, Florianópolis, Porto Alegre e Rio de Janeiro, o valor da cesta básica chega a ultrapassar R$500,00. Em Vitória, Campo Grande, Goiânia, Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília, Belém, Recife, Natal, João Pessoa e Salvador, os valores da cesta varia entre R$415,22 e R$484,80. Aracaju é a capital presente na pesquisa que aparece como o menor valor cobrado pela cesta básica: 392,75, como podemos ver, valor ainda acima do proposto como auxílio emergencial pelo governo. Os valores ainda não contém alguns dos aumentos que irão piorar ainda mais a situação no próximo período.

O antigo valor de R$600,00, valendo destacar que a proposta inicial por parte de Guedes e Bolsonaro era de que fosse apenas de R$200,00, já se mostrava insuficiente para o custo de vida no país, pois, de acordo com o DIEESE, em pesquisa realizada em dezembro do ano passado, o salário mínimo deveria ser de R$4.342,57 para sustento de uma família de 4 pessoas.

O governo Bolsonaro está com patrões contra os trabalhadores e população pobre

E frente a todas consequências da crise econômica, os enormes índices de desemprego e de desalento, fica cada vez mais visível que a conta é paga por quem menos tem: os trabalhadores e a população mais pobre. Enquanto isso Bolsonaro e Paulo Guedes, apoiados pela grande imprensa, pelo judiciários e até mesmo por seus supostos oposicionistas, asseguram os interesses do capital financeiro, dos grandes empresários e banqueiros, que seguem não só recebendo subsídios bilionários, como também têm sua fonte de extração dos recursos públicos protegida com o pagamento da fraudulenta dívida pública.

Pode interessar: Contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Teto de Gastos e a ilegítima Dívida Pública!

O anúncio na semana passada do repasse que Banco Central fez direto para o pagamento da dívida pública, com um valor equivalente ao pagamento de auxílios de 600 reais a toda a população da América Latina, mostra isso. Também a manutenção do Teto de gastos está em função disso: assegurar recursos em primeiro lugar para o pagamento da dívida pública.

Nem falar em outros mecanismos usados para essa sangria, como a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Desvinculação das Receitas da União que, como o próprio site oficial do Senado explica "Na prática, permite que o governo aplique os recursos destinados a áreas como educação, saúde e previdência social em qualquer despesa considerada prioritária e na formação de superávit primário. A DRU também possibilita o manejo de recursos para o pagamento de juros da dívida pública." Ou seja, os interesses dos patrões estão acima das necessidades básicas da população.

Contra essa realidade é preciso uma forte defesa do não pagamento dessa dívida pública que é ilegítima e fraudulenta. Nós do Esquerda Diário repudiamos o corte no valor do auxílio e viemos defendemos que este deveria ter o valor mínimo de R$ 2 mil reais, que é a renda média que um trabalhador precisa para assegurar suas necessidades elementares em tempos de crise sanitária e riscos à vida. Isso junto às condições adequadas para se proteger, com testes massivos, EPIs, contratações na saúde etc., numa pandemia que em nosso país já arrancou mais de 125 mil vidas, graças ao negacionismo de Bolsonaro e a sede de lucro dos grandes capitalistas. Os recursos do país devem estar em função dessas necessidades e não do lucro.

 
Izquierda Diario
Redes sociais
/ esquerdadiario
@EsquerdaDiario
[email protected]
www.esquerdadiario.com.br / Avisos e notícias em seu e-mail clique aqui