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BLACK LIVES MATTER
Jacob Blake foi algemado a uma cama de hospital enquanto vigilantes brancos marcham com impunidade
Nina DeMeo

Após ter sido baleado nas costas sete vezes por um policial em Kenosha, Wisconsin, Jacob Blake está se recuperando em um hospital local e está agora paralisado da cintura para baixo. Apesar de ter não ter cometido nenhum crime e não ser capaz de se movimentar, a polícia algemou Blake à cama do hospital até recentemente, quando o fato se tornou público e a família teve de pagar fiança para soltá-lo.

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Pai de Jacob Blake falando em frente ao Tribunal do Condado de Kenosha em 25 de agosto. Foto: Tayfun Coskun

Jacob Blake foi baleado nas costas sete vezes por policiais em Kenosha, Wisconsin, no Domingo. Dacordo com seu pai, Blake foi algemado em sua cama hospitalar pela polícia, apesar de estar paralisado da cintura para baixo. Os tiros contra Blake, que foram capturados em vídeo e compartilhados no mesmo dia, iniciaram mais uma vez uma onda de protestos contra o racismo e a violência policial por todo o país.

No dia em que Blake foi baleado ele estava tentando parar uma briga entre duas mulheres na rua, para logo depois a polícia aparecer. Um vídeo horrível mostra Blake andando até seu carro, cercado por cerca de 3 policiais. Ao abrir a porta, um policial atira nas costas de Blake sete vezes. Seus três filhos, que estavam no banco de trás, presenciaram os tiros.

Desde então, Blake está no hospital lutando por sua vida. Apesar de estar finalmente estável, sua família anunciou que ele está paralisado da cintura para baixo. Entretanto, apesar de Blake não ter cometido nenhum crime e não responder a nenhuma acusação, ele foi algemado em sua cama hospitalar. Esse tratamento cruel tem a intenção clara de punir e intimidar Blake e sua família, mas ao algemar blake à sua cama, o Departamento de Polícia de Kenosha também está tentando mostrar à comunidade e ao mundo que Blake é alguma espécie de criminoso perigoso, apesar do fato de que ele estava desarmado e não demonstrou nenhuma agressividade em direção a polícia antes de atirarem ele.

Enquanto Blake estava algemado, milicianos brancos de direita armados tiveram permissão para andar pelas ruas de Kenosha impunemente. Na terça-feira a noite, uma milícia de vigilantes de direita convocou seus membros a patrulharem as ruas de Kenosha para "proteger a propriedade". Videos mostram a polícia agradecendo os vigilantes e oferecendo-lhes água, dizendo "Nós gostamos muito de vocês, caras, gostamos mesmo".

Naquela noite, um nacionalista brancos racista atirou em três manifestantes em Kenosha, matando dois. Kyle Rittenhouse, um jovem de 17 anos, foi preso e está respondendo à acusação de homicídio doloso; ele estava com a milícia em seu ponto de encontro. Na noite do tiroteio, a polícia permitiu que ele deixasse a cena do crime. Gravações de mais tarde naquela noite mostram a polícia permitindo que o atirador passasse pelo seu perímetro sem impedimento, mesmo quando manifestantes gritavam para que ele fosse parado, e que ele havia atirado em alguém.

Em contraste, manifestante apoiando o Black Lives Matter e exigindo justiça para Blake foram recebidos pela polícia com gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Claramente a polícia tem um objetivo em comum com a milícia racista: proteger a propriedade privada e reprimir o movimento Black Lives. O procurador geral de Wisconsin, Josh Kaul, igualou a violência da milícia com a “violência” dos manifestantes, dizendo para os “vigilantes fortemente armados, incendiários e outros oportunistas” que vieram até Kenosha para “criar caos” deixarem a cidade, como se dois mortos e um ferido fosse o mesmo que danos materiais.

Após repercussão e a indignação geradas pelo tratamento desumano recebido por Blake nas mãos da polícia, suas algemas foram retiradas, porém somente depois de sua família ter que pagar uma absurda fiança de 500 doláres. O policial que atirou em Jacob Blake, Rusten Sheskey, está atualmente em férias remuneradas e não fora indiciado pelo crime. A polícia afirma que uma faca fora encontrada no chão do carro de Blake, e parece que o departamento pretende usar isso como defesa para afirmar que os tiros de Sheskey foram em “auto-defesa”.

O que ocorreu com Jacob Blake pelas mãos da polícia é repugnante. Sua condição até recentemente - algemado a sua cama de hospital - é completamente indignante. A polícia e o sistema judicial já mostraram repetidas vezes a quem “servem e protegem,” e claramente não são os trabalhadores ou negros e latinos. A polícia não pode ser reformada e nós precisamos abolí-la junto com o sistema capitalista que precisa desses policiais.

Nós exigimos justiça para Jacob Blake e todas as vítimas de violência policial.

 
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