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Governo quer usar orçamento da pandemia para obras com intenção de ganhar base no NE e NO
Redação

Com a intenção de ganhar uma base popular nas regiões Norte e Nordeste do país, o governo tenta transferir dinheiro que havia sido aprovado para o combate a pandemia, para um projeto de obras públicas. Mas com o teto dos gastos e com o ininterrupto pagamento da dívida pública, o governo tentará usar isso para enganar a população, dando algo com uma mão e tirando com a outra todos os direitos e precarizando cada vez mais as vidas dos trabalhadores.

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Foto: Alan Santos /PR

O relator do orçamento de 2021, senador Marcio Bittar (MDB - AC) esteve com Paulo Guedes, ministro da Economia, na última segunda-feira para apresentar uma sugestão de repasse de parte da verba destinada ao combate à pandemia para um projeto de obras públicas no Nordeste e Norte do país. Para Bittar, parte do montante liberado aos estados e municípios por meio de MP’s deveria ser usado para outras ações do governo e não para salvar as vidas da população que segue morrendo todos os dias há mais de 6 meses sem se quer o governo ter transferido todo o valor aprovado para auxiliar os estados e municípios para o combate a pandemia - que já ceifou milhares de vidas, sendo em sua maior parte negros e trabalhadores.

Fato é que essa movimentação mostra que Bolsonaro, os militares e o Congresso fazem muita demagogia num momento de crise sanitária com mais de 117 mil mortes pela Covid-19 e com uma crise econômica arrastando milhões ao desemprego, subemprego ou empregos precários, sem direitos. Desde o início da pandemia no país não foi feito nenhum plano racional para que essas verbas realmente fossem destinadas à evitar essa quantidade de óbitos. Não houve e não há testes massivos, EPI’s adequados para os trabalhadores da linha de frente. Não houve e não há uma lei que proíba as demissões ou que recontrate os que foram demitidos. Não houve e não há reconversão da indústria para se produzir respiradores, ventiladores e todos os EPI’s necessários para enfrentar a pandemia.

E em um momento desses, Bolsonaro surfa na onda do auxílio emergencial que ele próprio não queria que fosse aprovado. Hoje, esse auxílio tem salvado vidas da miséria, mas segue sendo totalmente insuficiente para o sustento das famílias da classe trabalhadora. Se o presidente realmente se importasse com a população de baixa renda ou com aqueles que perderam seus empregos, esse auxílio seria maior, tendo em vista o montante que o governo disponibilizou para salvar grandes empresários e pagou aos banqueiros para que seus lucros bilionários não fossem atingidos. Mas o auxílio acabou caindo bem para ele no final das contas, que vê agora sua popularidade voltando a subir em um diferente setor, os mais pobres. Por motivos eleitorais, Bolsonaro agora projeta uma escalada de obras públicas para o Nordeste e o Norte, onde tem a mais baixa popularidade. Tentará enganar a população, dando migalhas com uma mão e tirando tudo o que puder com a outra, pois para manter o teto dos gastos com o intuito de seguir o pagamento da dívida pública, o governo cortará outros diversos direitos, irá precarizar ainda mais a vida da classe trabalhadora, para daí então oferecer um auxílio que não chega aos pés do que a classe trabalhadora produz para os patrões. Enquanto isso, usará todo esse projeto para enriquecer empreiteiras e os capitalistas.

Veja aqui: Bolsonaro: cedendo auxílio emergencial com uma mão e aprovando ataques com a outra.

Um plano de obras públicas é necessário sim, mas ele tem que ser pensado, organizado e gerenciado pelos próprios trabalhadores e não por um amontoado de parasitas que gerenciam o capital e que destinam bilhões do orçamento público todos os anos para o pagamento da dívida pública. Portanto é urgente que os trabalhadores defendam o não pagamento da dívida pública para que o destino das verbas orçamentárias não seja o bolso de um punhado de banqueiros. A necessidade de se lutar por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana passa por essa questão, pois somente com os trabalhadores organizados pode-se definir para onde irão os recursos mais emergenciais. Por isso, não basta mudar os jogadores, mas sim as regras do jogo.

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