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CAMPINAS
Empresa que demite e não paga trabalhadores da Unicamp financiou campanha de Jonas Donizette
Eduardo Derisso
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As empresas terceirizadas de limpeza (Alternativa Serviços e Terceirizações em Geral LTDA), vigilância e portaria (Strategic Securite Segurança Patrimonial LTDA) que vêm demitindo dezenas de trabalhadores na universidade e não pagando seus direitos mínimos, pertencem ao empresário Tarik de Azevedo, dono de mais 7 empresas, que há anos tem feito negócios com Jonas Donizetti (PSB), prefeito de Campinas. Tarik foi doador da campanha de reeleição do prefeito em 2016, mesmo ano em que uma das empresas de Tarik fechou um contrato de serviço com a prefeitura sem a necessidade de passar por licitação.

No desenrolar da crise econômica e sanitária da pandemia do novo coronavírus, no qual tanto o negacionismo de Bolsonaro quanto pela demagogia dos governadores e prefeitos têm suas responsabilidades, milhares são os trabalhadores que vêm sendo atacados. Somente com a MP da Morte de Bolsonaro (MP 936), cortes de salários e suspensão de jornada afetam mais de 10 milhões de brasileiros.

No meio deste cenário, as empresas terceirizadas que prestam serviço a Unicamp têm demitido centenas de trabalhadores na pandemia, enquanto a reitoria que se diz em defesa da universidade e da educação pública - mas que tem atacado as bolsas estudantis, implementado autoritariamente um EaD precário e até feitos cortes milionários no orçamento que direta ou indiretamente tem afetado o setor de saúde - nada tem feito na defesa daqueles que mantiveram a universidade de pé durante todo esse tempo.

Duas das empresas que estão envolvidas nessa história são a Alternativa Serviços e Terceirizações em Geral LTDA e Strategic Securite Segurança Patrimonial LTDA. Essas empresas, que nunca deixaram de explorar e perseguir seus funcionários e agora os manda para a rua sem receber NENHUM dos seus direitos, são partes do Grupo Alternativa, um conjunto de 8 empresas de diversos setores com um capital social total maior que R$73 milhões de reais (!). Este grupo é controlado por Tarik de Azevedo que herdou a empresa de sua família. Há anos o grupo presta serviços a várias esferas do poder público (Banco do Brasil, Petrobras, a prefeitura de Campinas e a Unicamp) e tem um grande inserção na gestão de Jonas Donizetti, oferecendo serviços de locações à SANASA e a EMDEC, e de terceirização nas escolas públicas da cidade, que também vem sofrendo com demissões.

Em Dezembro de 2015, a Alternativa Serviços e Terceirizações em Geral LTDA foi contratada pela prefeitura de Campinas de forma direta e com dispensa de licitação em pouco mais de R$346 mil reais. Depois de alguns meses Tarik aparece na lista de doadores da campanha de Jonas tendo doado R$10 mil reais. Ano passado outra empresa do Grupo, House Locadora de Veículos e Equipamentos LTDA, teve seu contrato com a prefeitura renovado, também sem a necessidade de licitação. Aquela tinha ganhado a licitação ano passado e fornecia motocicletas a EMDEC, neste ano, com uma ampliação no contrato, iria entrar também com carros blindados, mas o negócio não andou pois os veículos foram tomados em Fevereiro pelo Bradesco, que estava financiando os carros.

O Grupo Alternativa então tem toda uma estrutura burocrática de fachada, criada para tentar mascarar quem realmente gerencia estas empresas e quanto é seu patrimônio. Dentro do grupo todas as empresas são sócias entre si e tem sempre como a administração e o sócio de participação majoritária o senhor Tarik. Não podemos deixar de dizer que a sua riqueza e de sua família foi construída em cima da exploração do trabalho de centenas de trabalhadores da região de Campinas, com a ajuda das “boas” relações com a prefeitura de Jonas, que tem se usado da terceirização há anos para jogar a crise dos capitalistas em cima dos trabalhadores. O mesmo prefeito que permite desocupar os moradores da ocupação Mandela em plena pandemia.

Como vemos na Unicamp, esse gigante patrimônio se deu explicitamente de forma racista, precarizando e oprimindo de centenas de mulheres negras da região Metropolitana, que durante essa pandemia foram obrigadas a trabalhar sem condições mínimas, mesmo onde não era função essencial. A empresa já havia demonstrado que seu objetivo sempre foi precarizar o trabalho na universidade, por isso que em 2017, mesmo sob orientação do MPT (Ministério Público do Trabalho), ao assumir contrato da vigilância na Unicamp se recusou a contratar os mesmos trabalhadores que já cumpriam as funções pela Funcamp, alegando “diferença salarial e de benefícios”.

Veja também: Terceirizado demitido pela Strategic relata condições insalubres e perseguições na Unicamp

O fim da terceirização, com a efetivação de todos trabalhadores terceirizados sem concurso público, deve ser uma das bandeiras do movimento estudantil para buscar estar do lado dos trabalhadores, principalmente dos negros e da mulheres que mais sofrem com essa forma de trabalho que só tem por objetivo diminuir direitos e a possibilidade de mobilização e luta dos mesmos. Enquanto a prefeitura de Jonas Donizetti, as empresas e também a reitoria de Knobel, querem jogar a conta da crise capitalista em nossas costas, nós devemos gritar “Que os capitalista paguem por essa crise” estando na luta pelos direitos dos trabalhadores, contra os ataques as bolsas estudantis de permanência e ao PL de Dória, indo no sentido de colocar a universidade a serviço da população e se unificando os estudantes aos trabalhadores em luta no país.

 
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