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LESTE EUROPEU
Nova manifestação na Bielorrússia contra fraude eleitoral
Diego Dalai

Neste domingo mais de 100.000 pessoas voltaram a ganhar as ruas de Minks contra o presidente Alexandre Lukashenko que pretende seguir no poder a qualquer preço.

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Uma nova e massiva manifestação ocorreu no domingo na capital bielorrussa como parte dos protestos que se desataram nesse país após o triunfo eleitoral em 9 de agosto de Lukashenko com um absurdo 80% que, depois de haver proscrito a vários candidatos e candidatas, deu a todos a certeza de que houve fraude.

As pessoas saíram às ruas quase que imediatamente após a divulgação dos resultados e diante da repressão do governo, as marchas cresceram, chegando no último 16 de agosto ao redor de 100.000 manifestantes. Os protestos incluíram a importantes setores operários (que trabalham sob um regime muito repressivo) que fizeram paralisações e se somaram às mobilizações com vistosas colunas.

A nova mobilização de domingo parece haver superado a massividade do dia 16 segundo vários meios, marcando que a raiva segue possivelmente tenha chegado a um ponto culminante após 26 anos de governo ininterrupto de Lukashenko. Não obstante se viu a uma maioria de bandeiras vermelhas e brancas que usa a oposição liberal e que tem uma origem histórica no anticomunismo, o que poderia marcar uma mudança chave no caráter dos protestos.

Acostumado a fazer e desfazer o que dá na telha, o presidente se mantém firme, no momento, apoiado na repressão. Inclusive chegou a dizer na semana passada em tom provocador que "não haverá eleições até que me matem" (RT 17-08-20). O quanto pode lhe custar esta estratégia é difícil prever, mas muito dependerá de que o movimento possa superar a direção da oposição encabeçada por Svetlana Tijanóvskaya.

A dirigente, havendo se localizado na candidatura de seu marido (preso pelo regime), obteve quase 10% dos votos e aglutina sob a sua figura quase todo o arco opositor, liberal, social, cristão e social democrata. Mas Lukashenko, fazendo gala de sua misoginia, havia dito que o país "não está preparado para votar por uma mulher" (RT, 17-07-20). Depois de participar nas primeiras mobilizações, recentemente teve que autoexilar-se na Lituânia para não ter o mesmo destino de seu companheiro. Semanas antes, também tirou seus filhos do país pela perseguição política que sofrem as mulheres ativistas (e seus filhos), fatos denunciados pela Anistia Internacional.

Não obstante a repressão, segue chamando a não-violência (o que de fato significa não defender-se da repressão) e se propõe de mediadora para pactuar novos comícios com o governo.

Que a luta se desenvolva progressivamente, quer dizer, em favor dos interesses da classe operária e demais setores populares, vai depender da independência política que consiga o movimento sobra a oposição liberal e populista, e não caia em uma lógica do tipo das "revoluções coloridas" através das quais as potências imperialistas impuseram no início do século governos afins em alguns dos antigos países do Pacto de Varsóvia.

 
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