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RIO SÃO FRANCISCO
Obra no rio São Francisco entregue por Bolsonaro rompe ao abrir comportas e desaloja 2000 famílias
Redação Esquerda Diário Nordeste

Parte do Eixo Norte da transposição do rio São Francisco, a barragem de Jati, município no interior do Ceará, rompeu uma tubulação no sábado, 22, levando a um vazamento de água que ameaçou a vida das 2000 famílias da região.

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A obra do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco foi inaugurada em junho pelo presidente Jair Bolsonaro, que aposta em ampliar sua base de apoio na região Nordeste.

O vazamento da tubulação foi percebido ainda durante o dia, mas o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), encabeçado pelo ministro Rogério Marinho (PSDB-RN), anunciou que não havia risco de rompimento. Contudo, ao anoitecer, a barragem se rompeu e carros de som foram acionados para evacuar a área próxima da barragem, que abriga cerca de 2000 famílias.

O vazamento começou um dia após a abertura das comportas do reservatório Jati ser acionada para que começasse a abastecer o Cinturão das Águas, que leva água do Rio São Francisco até o Açude Castanhão, que abastece Fortaleza e cidades próximas.

Uma situação que mostra de maneira grave como o governo Bolsonaro busca alavancar a sua popularidade na região, completando obras inacabadas nos governos do PT da transposição do rio São Francisco, despreocupado com os riscos sociais, com a vida das famílias que moram próximas a essas obras, que falhas nessas obras podem causar, ao ponto de manter a abertura das comportas mesmo com vazamento, levando ao rompimento da barragem.

Bolsonaro e as grandes empreiteiras ligadas a obra, do grupo Serveng e Ferreira Guedes, são responsáveis pela tragédia e pelo risco às famílias. Após o rompimento da barragem, o MDR direcionou as famílias para hotéis e abrigos, enquanto outras se instalaram na casa de parentes e amigos.

Ao mesmo tempo que se consolidou o Auxílio Emergencial, a aprovação do presidente cresceu em todo o país, passando de 32% para 37% de junho a agosto, o maior desde o início do mandato, segundo a Datafolha. No Nordeste, região com melhor desempenho relativo, o salto foi de 27% para 33%, mas ainda segue sendo a mais baixa em comparação com outras regiões. Não à toa é a região onde concentra a maior parcela da população que recebe auxílio, com 60% dos domicílios com pelo menos uma pessoa contemplada.

As obras de transposição do Rio São Francisco são uma mostra de que Bolsonaro aposta em uma mudança de base de social do seu governo após perder apoio nas classes médias durante a pandemia, levando a apoiar-se nos setores mais precários da população, em especial do Nordeste.

Não está dado que irá consolidar essa tendência, ainda mais com a diminuição do valor do auxílio nos próximos meses. O que é importante ressaltar disso é a completa falência do PT nos seus anos de governo em transformar profundamente a vida desses setores precários da população, sobretudo no Nordeste, baseado em não muito mais que medidas de assistência social, nas quais até mesmo o xenófobo e reacionário Bolsonaro se apoia para se fortalecer.

Agora o PT governa quatro governos estaduais no Nordeste e mesmo assim Bolsonaro consegue cavar espaço entre os setores mais precários de trabalhadores, frente à incapacidade desses governos responderem à pandemia e a crise econômica, seguindo a mesma linha do governo Bolsonaro e demais governadores, de salvar os lucros capitalistas, não fazendo nada contra as demissões, cortes de salário, etc. Portanto, não deram alternativa a população dos seus estados a não ser se expor ao vírus para tentar sobreviver e a se apoiarem no auxílio emergencial, abrindo espaço para Bolsonaro aparecer com quem de fato se preocupa com a sobrevivência dessas pessoas

 
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