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LULA E LEVY
Lula se esforça para esconder o óbvio: os ajustes de Levy são agenda do PT
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Alvejado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem dito, em conversas reservadas, que não ficará muito tempo no governo, mas não quer deixar o cargo "como comandante da maior recessão do país".

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Nos últimos dias, Levy intensificou os contatos com políticos de vários partidos e, a pedido da presidente Dilma Rousseff, passou a incluir no cardápio das conversas a defesa de ideias para recuperar a economia depois de aprovado o ajuste fiscal.

Treze dias após orientar o PT a fazer um recuo tático e dar uma trégua ao ministro, em reunião do Diretório Nacional do partido, Lula voltou a atacá-lo, nos bastidores, numa operação para tentar emplacar na Fazenda o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

As críticas de Lula a Levy ganharam força após o vazamento de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), subordinado ao Ministério da Fazenda, sobre movimentações financeiras feitas por ele e pelos ex-ministros Antônio Palocci (Fazenda), Erenice Guerra (Casa Civil) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento), hoje governador de Minas. Os dados foram remetidos à CPI do BNDES na Câmara, que investiga irregularidades em contratos assinados com o banco entre 2003 e 2015.

Um integrante da equipe econômica disse à reportagem, porém, que relatórios de investigações foram tornados públicos pela Justiça após a última fase da Operação Zelotes, da Polícia Federal. "Não faz sentido nenhum dizer que o vazamento tenha partido da Receita e muito menos por determinação do ministro Levy", afirmou esse mesmo interlocutor. As informações sobre a movimentação financeira da LILS, empresa de palestras do ex-presidente, não constavam, no entanto, de qualquer investigação.

Dilma ainda resiste a trocar Levy mas admite "ser preciso fazer algumas mudanças na política econômica" para injetar crédito na economia. É o que Lula chama de dar um "sinal" para o mercado de que há uma direção a seguir após o ajuste fiscal.

"Essa polêmica de Levy fica ou Levy sai já cansou", disse o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Apesar das negativas sobre a saída do ministro da Fazenda, integrantes do governo avaliam que ele não permanecerá na equipe e deve ficar apenas até a virada do ano.

Ainda nesta terça, Levy almoçou com senadores do PR, PTB, PSC e PRB e jantou com a bancada do PMDB. A todos pediu empenho dos parlamentares para a aprovação do pacote fiscal.

Lula arquiteta planos para uma possível volta á presidência em 2018, e está por trás dos bastidores do governo Dilma protagonizando a difícil tarefa de tentar separar o PT da agenda ajustadora. Entretanto, Lula aplaude em silêncio cada corte orçamentário, cada ataque aos direitos dos trabalhadores que aplica o Ministro da Fazenda de Dilma.

De fato, o ex-presidente disse a 23/10, em entrevista à rádio Metrópole, de Salvador, que seria "desleal" com a presidente Dilma Rousseff pedir a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

“Isso não é verdade porque seria desleal com Dilma. Eu não seria desleal com Levy, nem seria desleal com Meirelles. Então, eu não sou presidente e não tenho direito de indicar ninguém. Eu só tenho direito de torcer para a presidente Dilma escolher as pessoas mais corretas", afirmou Lula, que foi à capital baiana participar de um evento do PT. "Eu disse ao próprio Levy, numa visita no meu escritório, de que a melhor notícia que Dilma tinha dado depois da vitória dela foi a indicação de Levy".

É mais do que evidente que Lula, Dilma e o PT são os principais agentes do ajuste de direita que atravessa o país. Levy é sua cria, e se desenvolve em "águas favoráveis" num governo que avança um projeto noventista e neoliberal. Mais que de Meirelles, Lula e o PT (assim como o PSDB e o PMDB) não podem prescindir dos ajustes contra os trabalhadores.

 
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