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GOVERNO COVAS
Testes em crianças de São Paulo mostram a impossibilidade do retorno às aulas em meio a pandemia
Redação

Mapeamento feito pela Prefeitura Municipal de São Paulo aponta que 16% das crianças e dos adolescentes tiveram contato com o vírus e dessas, 64% não apresentaram nenhum sintoma. O resultado escandaloso fez com que Bruno Covas recuasse na retomada presencial em setembro.

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O governador João Doria havia indicado o mês de setembro para a retomada das atividades presenciais nas escolas, a indicação vale para os municípios que estão na fase amarela, que é o caso da capital paulista. Enterrando de vez seu discurso demagógico de quarentena, Doria força agora pela reabertura, pressionado pela necessidade de lucro dos empresários, autoriza a retomada sem explicar como escolas que não tem sequer sabonete estariam prontas para receber a comunidade escolar.

Porém, o resultado de uma pesquisa realizada no município de São Paulo revelada na última terça-feira, dia 18, escancarou a impossibilidade de que a retomada fosse aplicada na capital uma vez que 64% dos alunos que testaram positivo para o vírus são assintomáticos. Esse resultado obrigou que o prefeito Bruno Covas viesse a público anunciar o veto ao retorno, uma vez que escancarou a impossibilidade da retomada frente a um cenário em que não se consegue testes e os hospitais seguem sobrecarregados. O teste revelou ainda que o alcance do vírus nas crianças paulistanas é de 16%, sendo que de todas elas, 25% moram com pessoas que são do grupo de risco.

A pesquisa reafirma assim como várias outras o fato de que são os negros e os setores mais pobres da classe trabalhadora os que mais são contaminados com o vírus, mostrando o profundo caráter de classe e raça que também se escancara através dessa doença.

O anúncio do retorno feito por Doria aconteceu no último dia 7, quando foi indicado um retorno para 7 de outubro das aulas regulares com um retorno antecipado em 8 de setembro para aqueles que precisem de reforço, expondo assim justamente os alunos com mais dificuldades no aprendizado. Apesar da linha aparentemente responsável de Covas, a decisão do veto partiu de um cálculo político que leva em conta os números gritantes e as próximas eleições municipais.

Qualquer sombra de responsabilidade se dissipa quando recordamos que o mesmo Bruno Covas é quem avança com a PL 452, abrindo margem para precarização aumentando a quantidade de temporários, além de autorizar vagas em escolas privadas, abrindo margem para privatização. O mesmo Covas ainda pretende entregar a administração de vários CEUs para grupos privados, além de ter dado uma dor de cabeça aos candidatos às vagas temporárias nos últimos dias.

Além disso, Doria e Covas estavam juntos no começo da pandemia fazendo uma oposição à Bolsonaro que significava na prática uma quarentena fajuta, sem testes, sem EPIs até mesmo em lugares como o Hospital Universitários da USP, além de fazerem vista grossa para as massas se trabalhadores precários do telemarketing, dos aplicativos de entrega e das empresas terceirizadas que nunca tiveram direito a quarentena.

Para Covas, a decisão a respeito de milhares de vidas não passa de um cálculo numérico, afastado de qualquer preocupação com quem são esses alunos, esses familiares, esses professores e funcionários que estão a mercê do seu veto. É preciso que a decisão do retorno às aulas parta da comunidade escolar em discussão com os trabalhadores da saúde, pois são os trabalhadores que conhecem a realidade da escola e a sobrecarga dos hospitais e pode de fato, são os professores que sabem muito bem quais escolas não tem nem mesmo sabonete para que se garanta de fato um retorno responsável.

 
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