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DESMATAMENTO
Mourão comemora o Brasil ter desmatado 1.600 km2 na Amazônia em Julho
Redação

Ainda que os últimos dados apontam uma queda do nível de desmatamento em comparação ao mesmo mês do ano passado, esse processo de devastação segue em níveis alarmantes.

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FONTE: Adriano Machado / REUTERS

Em meio a pandemia, vimos que a lógica por dentro de diversos atores desse regime passa por se aproveitar das tragédias advindas desse processo para devastar em diferentes sentidos, a vida das pessoas, seja pela aplicação de ataques trabalhistas, privatizantes e ajustes econômicos, seja pela aceleração de leis que visam atacar o meio ambiente. Não a toa, o próprio ministro do meio ambiente, Ricardo Salles via essa “oportunidade” para “passar a boiada” e desregulamentar mais ainda a exploração do meio-ambiente.

Se no ano passado, tivemos índices históricos e todo um destaque voltado para o nível de devastação ambiental, em 2020, os indicadores são bem preocupantes. Entre Janeiro e 31 de Julho, a área desmatadada na Amazônia foi de 4.731 km2, maior do que em comparação ao que foi no ano passado, 4.701,78 km2, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Se compararmos o período de Agosto de 2019 com Julho de 2020 com Agosto de 2018 e Julho de 2019, houve um aumento de 34,5% do nível de desmatamento.

Não podemos nos esquecer que o próprio Hamilton Mourão é o chefe do Conselho Nacional da Amazônia, órgão responsável pela coordenação e acompanhamento da implementação das políticas públicas nessa área, sendo um sujeito que não tem nenhum compromisso com o meio ambiente e com a vida dos povos que dependem do mesmo, pelo contrário, trata-se de um fato que desmascara a quem está a serviço esse regime, os empresários e ruralistas que lucram com essa devastação.

Enquanto, depois de falar abertamente em como essa crise pode ser uma fonte para a implementação de leis que facilitam a destruição do meio ambiente e de ter anunciado medidas nesse sentido, como a redução da meta oficial de preservação da Amazônia, o ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, em recente entrevista à AFP cinicamente disse que o Brasil vai parar o aumento do desmatamento, obviamente pressionado pela ameaça de corte ou redução de investimentos internacionais em projetos ambientes no país, como a suspensão do Fundo Amazônia.

A questão é que para que o país concretamente pare o aumento do desmatamento ou acabe com o mesmo propriamente, não bastam medidas demagógicas ou paliativas como operações militares em buscar de iniciativas ilegais por dentro dessa área. Vivemos num sistema cuja lógica de produção é irracional, por si só e não permite que haja alguma contemplação para qualquer outro interesse se não o lucro do patrão ou do ruralista, sobretudo num país como o Brasil, que sua economia depende profundamento da agricultura e pecuária. Não a toa, passamos por diversas tragédias ambientais, como Brumadinho, fruto dessa racionalidade do Capitalismo, onde o próprio Estado é o seu cúmplice, na medida que segue mantendo a reprodução de condições que permitem esse tipo de situação.

Nesse sentido, o próprio meio ambiente é uma das vítimas de Bolsonaro, Mourão e tantos outros agentes que atuam por dentro desse regime, mas que enquanto representantes da burguesia, sabem que isso estará abaixo aos interesses do lucro. Por isso, não podemos deixar que o enfreamento por essa pauta se limita a um mero pedido de impeachment de Bolsonaro ou mesmo em novas eleições, tanto Bolsonaro como Mourão e setores que sequer tem voto, como os militares, que atuam por dentro do Conselho Nacional da Amazônia, são partes de um regime que por si só representa os interesses contrários da preservação do meio ambiente e que segue devastando o mesmo, a custo de quantas tragédias forem necessárias.

Isso reforça o sentido de lutarmos pelo Fora Bolsonaro, Mourão e militares, enquanto uma forma de apontar justamente como que fruto desse regime já degenerado, nos deparamos com índices cada vez mais graves de devastação ambiental e que, ao mesmo tempo, tal pauta torna-se algo muito importante para que os próprios trabalhadores se apropriem para refletir e discutir os rumos do país, se mobilizando por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana. Trata-se de um espaço, que ao ser imposto pela luta e mobilização dos trabalhadores, abriria diversos questionamentos, como para essas leis e medidas que só vem agravando a situação do meio ambiente do país, assim como questionamentos mais profundos como por que em meio a um dos períodos de maiores tragédias e sofrimentos, nos deparamos com um representante dessa área que fala abertamente para se aproveitar disso para avançar em sua destruição. Se isso é que esse regime nos dá, é necessário uma resposta a altura que supere o mesmo e aponte para soluções definitivas que defendam a vida dos trabalhadores e o meio ambiente.

 
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