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ARGENTINA
O PTS na Frente de Esquerda e dos Trabalhadores se fortalece como exemplo para a esquerda mundial
André Barbieri
São Paulo | @AcierAndy

A Frente de Esquerda e dos Trabalhadores conquistou a maior votação da esquerda argentina para a categoria presidencial desde a redemocratização (83) com Nicolás Del Caño, do PTS, superando os 800 mil votos (3,3% a nível nacional), tornando a FIT a quarta força política nacional e conquistando 1,1 milhão de votos para deputados, uma bancada na Província de Buenos Aires e batalhando contra a fraude em Jujuy. Estes resultados da esquerda classista configuram o dobro dos votos conquistados por Luciana Genro do PSOL (1,6%) nas eleições presidenciais no Brasil em 2014.

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O candidato da FIT passou de 375 mil votos recebidos em agosto para mais de 800 mil para o cargo executivo. Nas últimas eleições presidenciais de outubro de 2011, a FIT havia obtido 503 mil votos, um pouco menos do obtido nas recentes eleições primárias.

O aumento dos votos de Del Caño em relação às recentes eleições primárias ganham maior valor em vista do contexto político em que se inscreveram. Houve uma inesperada polarização entre os dois principais candidatos dos ajustes, Daniel Scioli (candidato kirchnerista do partido Frente para La Victoria) e Mauricio Macri (do partido da direita, PRO) e uma enorme campanha demagógica do “voto útil” de que se serviu o kirchnerismo para “que a direita não volte”. Este avanço da direita mostra a crise do kirchnerismo, que de suas origens como governo de contenção das lutas, abriu caminho para a restauração das forças mais reacionárias no país.

A fórmula presidencial da FIT, Del Caño-Myriam Bregman, dirigentes do PTS, alcançou importantes resultados nos principais centros urbanos. Nos cargos legislativos (para deputados), a FIT ultrapassou os 5% em quase todos os principais estados: recebeu 5,5% na Cidade de Buenos Aires, quase 110 mil votos; na Província de Buenos Aires, recebeu quase 400 mil votos (4,51%); em Mendoza, alcançou a marca de 123 mil votos (12%), 30 mil a mais que nas primárias; em Córdoba, 119 mil votos (5,67%); em Jujuy, 17 mil votos (5,46%); em Neuquén, 28 mil votos (8,31%); em Salta, 42 mil votos (6,6%); em Santa Fé, 71 mil votos (4%); em Tucumán, 25 mil votos (3,22%).

A imprensa nacional teve de ecoar o lugar conquistado pela FIT anunciando que a "Frente de Esquerda celebrou o quarto lugar" (InfoNews), e enfatizando que "Nicolás Del Caño, da FIT, ganhou a batalha pelo quarto lugar contra Margarita Stolbizer, de Progresistas"(ResumenLatinoamericano), chegando perto de"1 milhão de votos, algo que nenhum candidato da esquerda jamais conseguiu" (DiarioUno).

O milhão de votos na esquerda trotskista constitui uma mensagem clara aos poderosos: há uma disposição política enorme dos trabalhadores, das mulheres e da juventude para enfrentar o ajuste e as políticas direitistas, quer seja Scioli ou Macri o ganhador das eleições.

O PTS e a FIT são um grande exemplo de que tipo de esquerda se deve construir no Brasil

Ao contrário dos partidos da esquerda, como o PSOL, que no segundo turno das eleições nacionais migrou rapidamente a um voto tímido no "mal menor" do PT, que abriu o caminho para os ajustes e a direita reacionária, Nicolás Del Caño chama o voto nulo em nome da FIT contra os candidatos ajustadores no segundo turno e insiste na idéia de que é possível conquistar peso em setores de massas com um programa revolucionário, colocando a possibilidade de que o ajuste seja enfrentado nas ruas com os métodos da luta de classes por uma camada minoritária mas importante do movimento de massas dos trabalhadores, das mulheres e da juventude.

A FIT se consolida como uma frente da esquerda independente sem paralelo na América Latina. A estratégia do PTS, que vincula profundamente sua atuação parlamentar à luta de classes dos trabalhadores, é a única capaz de lutar para que o movimento operário se transforme em sujeito político, avance das lutas sindicais à militância política e construa um partido com independência de classe que lhe seja próprio.

Trata-se de um exemplo para a esquerda mundial. Uma frente com estas características, independente e com um programa anticapitalista ligado à luta de classes, e não frentes pró-petistas como a Frente Povo sem Medo compostas por MTST e PSOL, é o que precisamos no Brasil para construir uma terceira força que se oponha tanto ao governo do PT quanto à direita tradicional.

 
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