A organização de direitos humanos Provea denunciou através de sua conta no Twitter que Albornoz se "soma lamentavelmente a lista de pessoas assassinadas pelo uso de armas de fogo no controle de protestos e pelos altos níveis de impunidade que favorece a repetição de tais ações repressivas letais".
Este caso "eleva para três o número de pessoas assassinadas no contexto dos protestos de 2020", explicou Provea ao recordar que em 23 de abril "foi assassinado" outro manifestante no estado Bolívar (Sul) e em maio outro homem morreu quando protestava contra as falhas elétricas no estado de Mérida (Oeste).
Ao mesmo tempo o Observatório Venezuelano de Conflitividade Social (OVCS) declarou também pelo Twitter: Condenamos o assassinato do pescador Joe Luis Albornoz Paz durante um protesto por gasolina em Isla de Toas, município de Almirante Padilla do estado de Zulia. Testemunhas responsabilizam a funcionários da Guarda Costeira.
Os pescadores desta localidade insular de Zulia começaram a protestar, pois já estavam há dias sem combustível, e quando finalmente chegou tinha uma ordem de que se vendesse no máximo 15 litros por pessoa. Uma quantidade que não permite a um pescador ir a mar aberto fazer uma pesca e regressar, em uma população que vive uma situação de miséria, e onde praticamente sua única atividade para o sustento é a pesca.
De acordo com diversos relatos, uma vez começada a manifestação, os uniformados começaram a disparar para dissuadir aos manifestantes e nesta repressão foi ferido Albornoz, que morreu "quase instantaneamente" no local. Todos coincidem e apontam ao colocar como responsável deste fato a funcionários da Guarda Nacional, componente da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).
Em declarações para o Esquerda Diário Venezuela, David Rivas, dirigente da juventude Barricada e da Liga de Trabalhadores pelo Socialismo, afirmou que "a realidade miserável que se vive em meio da crise venezuelana da qual tanto o Governo como os empresários são responsáveis, arrebatam a vida de milhares jovens venezuelanos, obrigando-os a migrar ou a sobreexplorar-se no país, ou como neste caso do jovem trabalhador da pesca sendo assassinados por sair a protestar por questões tão elementares como não dispor de gasolina para poder sair a trabalhar". Ao mesmo tempo o dirigente juvenil declarou que "o Governo e o Estado são responsáveis. Exijamos justiça e punição aos responsáveis!".
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