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BLACK LIVES MATTER
EUA: Sequestros e ataques a manifestantes em Portland por ordem de Trump
Tatiana Cozzarelli

Durante a última semana na cidade de Portland, agentes federais sequestraram manifestantes em veículos sem identificação, além de fraturar o crânio de outro manifestante.

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David Killen/ The Oregonian via AP

Em 11 de julho, Donavan LaBela, de 26 anos, recebeu um disparo na cabeça com uma munição de impacto (munição não letal) enquanto estava em um protesto com seu megafone. "causou uma laceração bastante profunda, sangrava pelo nariz, boca, orelhas... foi bastante grave" declarou Jessica Shifflett, uma mulher que ajudou a LaBella depois que recebeu o disparo. Os vídeos mostram aos manifestantes correndo a seu lado, enquanto os oficiais federais se mantinham a margem.

LaBella sofreu uma fratura no crânio e foi submetido a múltiplas cirurgias e procedimento nos últimos dias. O hospital teve que introduzr um catéter em seu crânio para drenar o sangue, e os ossos de sua cara ficaram destroçados. "Ainda não se sabe se haverá algum dano neurológico permanente, só o tempo dirá. Obrigada a todos pelo apoio e os desejos de melhora", disse sua mãe em um post em redes sociais.

Esta ação é o resultado da intervenção de forças repressivas federais na cidade de Portland, estado de Oregon, na costa oeste do país. Estes grupos foram destacados pelo presidente Trump para deter aos protestos e "proteger a propriedade federal".

No entanto, é difícil acreditar que LaBella e seu megafone era algum tipo de ameaça para a "propriedade federal".

Isso ocorre no momento que o movimento Black Lives Matter alvança doi meses de mobilizações nas ruas. O diário New York Times afirma que este pode ser o maior movimento em toda história dos Estados Unidos. Porém, ainda que tenha gente lutando e se manifestando, os protestos começam a diminuir e a ter menos cobertura nos meios. As que ainda continuam são criminalizadas e atacadas brutalmente - e no caso de Portland, são enviados agentes federais para amedrontar as pessoas para que fiquem em casa.

"Somos conscientes do incidente que ocorreu em 12 de julho sobre o julgamento nacional de Hatfield, onde um indivíduo foi ferido enquanto forças federais asseguravam o perímetro do edifício", disse uma porta-voz dos U.S. Marshals, a força enviada por Trump. "Os U.S. Marshals levam muito a sério todas as lesões que possam surgir do uso da força. O incidente está sendo investigado atualmente, e publicaremos mais informações o mais rápido possível.

A polícia de Portland proibiu recentemente o uso de gás lacrimogênio contra os manifestantes. Porém, as forças federais não estão obrigadas a cumprir esta ordem e usaram uma grande quantidade nesta mesma noite. Os oficiais federais estão habilitados a usar mais instrumentos de repressão contra os manifestantes. Isso inclui gás lacrimogênio e munições de impacto.

"Estava fora de controle. Os (policiais) locais não puderam controlar", disse Trump no início dasemana passada, falando com o chefe de Segurança Nacional Chad Wolf. "E vocês o estão controlando muito bem".

Para Trump, "controlar muito bem" inclui não só fraturar crânios, mas também sequestrar manifestantes em carros sem identificação.

Em 15 de julho, Mark Pettibone e seu amigo Conner O’Shea haviam estado em uma manifestação do Blaxk Lives Matter, como milhões em todo o país. Enquanto caminhavam para casa, uma minivan sem identificação parou. "Vi homens camuflados", disse O’Shea. "Quatro ou cinco deles saíram, abriram a porta e pensei, não sei quem são ou o que querem de nós". Haviam sido advertidos una minutos antes sobre a minivan, não foram os únicos sequestrados esta noite.

de fato, háa vários vídeos que mostram a oficiais se aproximando das pessoas, os forçando a entrar na van e saindo.

Mark e Connor pensaram que eram neo-fascistas, que tem uma grande influência em Portland, depois de tudo, podem usar trajes militares e assediar aos manifestantes. "Estava aterrorizado", Pettibone disse ao Washington Post, "foi como ser presa de um animal.

Porém isso não foi obra do grupo supremacista Proud Boys (garotos orgulhosos, NdoT). Foram os agentes federais de trump, "protegendo a propriedade federal". Porém, Pettibone e O’Shea não estavam em uma propriedade federal, muito menos causando algum dano. Só estavam a caminho de casa.

"Basicamente me jogaram na van", disse Pettibone. "E me puseram uma touca na cara para que não pudesse ver, e colocaram minhas mãos na cabeça".

Os funcionários federais acusaram ao menos 13 pessoas de delitos relacionados com os protestos até agora. Não está claro quantos outros foram detidos e liberados, como Pettibone.

Pettibone e O’Shea foram levados a um edifício - que mais tarde descobriram que era um tribunal federal - e registrados, e depois colocados em uma cela. Finalmente, leram os direitos deles e lhes pediram que renunciassem a esses direitos para serem interrogados. Se negaram.

E depois, foram liberados. Não houve registro. Nenhuma explicação. Sem citações. Não havia nenhum registro da detenção.

De fato, os U.S. Marshals negam que isso tenha acontecido: "Todos os detidos tem registro público de prisão que documentam suas acusações. Nossa agência não deteve a Mark James Pettibone".

"Há leis sobre as causas prováveis que podem justificar detenções", disse Juan Chavez, Diretor do Centro de Recursos de ustiça de Oregón. "Soa mais como um sequestro. Soa como se estivessem sequestrando gente nas ruas".

Estes atos são particularmente atrozes já que estes agentes federais são o braço direto da administração de Trump, atuando para intimidar e reprimir o movimento Black Lives Matter. São a encarnação do discurso de ódio lançado por Trump nas últimas semanas contra os manifestantes e a comunidade negra e seu objetivo é assustar as pessoas para que vão para suas casas. Os funcionários locais pediram a Trump que tire os agentes federais da cidade; Entretanto, estes funcoinários locais também permitiram que a polícia reprima brutalmente aos manifestantes atropelando-os com automóveis, usando gás lacrimogênio e mutilando e matando pessoas. Em Portland, a situação piorou tanto que se ditou uma restrição temporária contra o uso de lacrimogênios por parte da polícia.

O caráter racista do estado é sumamente evidente, já que esta repressão nunca se usou contra a extrema direita de Portland, a cidade conhecida como "epicentro da violência da extrema direita". Não são sequestrados das ruas e metidos em veículos sem identificação. Ainda mais, a polícia, os agentes federais, os democratas e os republicanos estão juntos em seu objetivo de reprimir os protestos do Black Lives Matter.

Devemos estar unidos em nossa luta contra a repressão policial: para abolir a polícia e todas as forças de repressão estatal. Para liberar a todos os prisioneiros políticos aos que o estado quer impor uma punição exemplar. E devemos lutar contra esse sistema capitalista racista construindo sobre a violência contra a classe operária, os oprimidos e todos que se levantam para dizer que as vidas negras importam.

 
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