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FECHAMENTO DE HOSPITAIS DE CAMPANHA
Witzel fecha hospitais e demite trabalhadores que estão com fome, sem receber há 2 meses
Redação

Salários dos trabalhadores dos Hospitais de Campanha do Maracanã e de São Gonçalo estão atrasados há dois meses com salário atrasado. Witzel se aproveita da queda do número de casos para atacar a saúde.

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Imagem: TV Globo

Os Hospitais de Campanha do Maracanã e de São Gonçalo, os únicos inaugurados até agora, foram fechados nessa sexta. O pior, com pacientes dentro, que tiveram de ser transferidos às pressas. Os 26 pacientes do Maracanã ficarão no Hospital Universitário Pedro Ernesto, no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla e no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Já os oito pacientes de São Gonçalo, sendo 7 de UTI, serão tratados no Instituto Estadual do Tórax Ary Parreira e no Hospital Municipal Luiz Palmier. A Justiça do Rio de Janeiro determinou nesta sexta-feira (17) que o estado deve manter aberto os hospitais.

O Hospital de São Gonçalo não chegou a completar um mês de funcionamento e foi no Hospital de Campanha do Maracanã que enfermeiras, em sua maioria negras, tiveram que dormir no chão.

De forma escandalosa, a secretária de saúde de Witzel, pela qual já passaram 2 ex-secretários e diversas evidências de corrupção, declarou que os hospitais foram fechados de “forma preventiva”. O contrato com a OS Iabas termina nesse sábado, e o estado, que através da Fundação Saúde já assumiu os hospitais de campanha em operação, dá essa desculpa esfarrapada. Na verdade, aproveitaram a ocasião para precarizar a saúde em meio a uma pandemia que já matou milhares. Depois de dois secretários caírem, Witzel que não é nada diferente de Bolsonaro, colocou um militar na pasta.

Profissionais da saúde estão revoltados e fizeram dois dias seguidos de manifestação em frente ao hospital de campanha. Estão com 2 meses de salários atrasados e descobriram, de uma hora pra outra, que seriam desligados. Os trabalhadores da saúde que estiveram na linha de frente na luta contra o coronavírus, agora que os casos caíram, são simplesmente descartados. Sem a força desses que arriscaram a vida para combater a pandemia, com certeza toda a população estaria em uma situação bem pior.

Além disso, estão sendo demitidos sem rescisões contratuais e acerto de contas. Houveram mais de 60 demissões nos últimos dias e relatos de que profissionais estão passando fome e sendo despejados de suas casas. João Carlos, enfermeiro, deu uma declaração ao Globo revoltado por essa situação:

— Eles desligaram a gente da noite para o dia. E lá ainda há pacientes gravíssimos no CTI. Não nos avisaram nada. Só colocaram a gente para a rua. Estamos há dois meses sem pagamento, sem vale-transporte, com gente precisando pagar aluguel, comida para os filhos. Ninguém veio falar com a gente ainda.

A situação é de extrema incerteza para esses profissionais, demitidos de um dia para o outro, sem nenhuma clareza de qual será o dia de amanhã. Sem salário, sem rescisão e tendo de pagar as contas.

Embora os dois únicos hospitais em operação já sejam geridos Fundação Saúde do estado, a OS já recebeu R$ 354,8 milhões.

O Hospital Adão Pereira Nunes que também era gerida pela Iabas, funcionários também foram abandonados com salários atrasados.No hospital Anchieta, funcionários que estão com salários atrasados foram demitidos e também foram fechados 75 leitos, sendo 14 de UTI de combate ao coronavírus.

É escandaloso que esses profissionais estejam passando por essa situação terrível nas mãos do governador, responsável pelo descalabro na saúde do Rio. Witzel e Crivella são responsáveis por milhares de mortos que não tiveram acesso aos respiradores e outros tantos milhares que morreram em casa, pois não haviam leitos disponíveis. Enquanto a UFRJ fez vaquinha pra conseguir produzir respirador 10 vezes mais barato e a UERJ produz face Shields, esperaram da China materiais e ainda atrasaram pra entregar os hospitais de campanha, em meio a um escândalo de corrupção de grandes proporções.

Que os bens da empresa Iabas sejam tomados e os lucros de seus proprietários, expropriados. São esses empresários sanguinários que devem pagar pela crise, não os profissionais da saúde e a população. Por isso defendemos Júri Popular para os casos de corrupção, que a partir desses lucros, se pague imediatamente os salários desses profissionais com o dinheiro que nos foi roubado.

Esse caso escandaloso novamente joga luz sob o terrível modelo de terceirização da saúde, são empresas que teoricamente não teriam fins lucrativos que escondem seus ganhos e lucram sob as mortes. Por isso, se reforça a necessidade de defendermos um SUS 100% estatal sob controle dos próprios trabalhadores da saúde.

 
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