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SP: EDUCAÇÃO
Saiba quem é Bruno Caetano, o secretário da educação de SP que os empresários gostam
Redação

Bruno Caetano atual secretário de educação da prefeitura de São Paulo, tucano reconhecido pela sua visão "empreendedora", agora articula plano de reabertura das escolas municipais, após a condução desastrosa da pandemia por Bruno Covas e João Doria que seguem sem garantir testes massivos, a reconversão da industria e a centralização do sistema de saúde.

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Membro do clube dos "tucaninhos" desde criança, trabalhou 8 anos na Câmara em São Paulo junto com ninguém menos que o José Serra e Geraldo Alckmin, enquanto estudava Ciências Socais na USP. Dirigiu o SEBRAE (O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de 2011 a 2018. Em 2019 foi eleito como Deputado Estadual em São Paulo, com discurso "empreendedor", de desburocratização do pequeno comércio, uma clara demonstração que sua preocupação sempre foi com o empresariado. Para isso, recebeu também o apoio do reacionário Aécio Neves.

O tucano que agora está com o mandado de deputado estadual suspenso para assumir a secretaria de educação do município de São Paulo, já foi secretário de comunicação na gestão José Serra, assumiu o cargo de secretário da educação em julho de 2019 em meio a desavenças políticas entre Bruno Covas e Doria. Doria que teria desafetos com secretário da época, Jõao Cury Neto, pressionou a prefeitura para a troca de secretários.

Caetano foi que também Diretor Superintendente da Sebrae-SP, foi acusado na época de “substituir técnicos qualificados de carreira por assessores em cargos de confiança”. Entre fevereiro e agosto de 2013, foram demitidos cerca de 150 técnicos qualificados, sem motivo aparente e contratados assessores de confiança do tucano. Em dezembro deste mesmo ano Caetano se utilizou dos meios de comunicação da Sebrae para se auto promover, ligando as contratações por critérios políticos, visando já as eleições. Em 2018 deixa o cargo na Sebrae e se candidata a Deputado Estadual, assumindo o cargo em 2019.

Caetano diretamente a ligado a José Serra é parte do setor mais tradicional de tucanos, abertamente golpistas e a favor dos ataques a educação pública, ao assumir a secretaria de educação se ligou fortemente a iniciativa privada e aos empresários disponibilizando vouchers para suprir o deficit de vagas na rede pública com vagas na rede privada e enchendo o bolso destes empresários.

Prometeu inovações tecnológicas na escolas municipais com apoio da fundação Lemanm (uma das principais apoiadoras da reforma da previdência), promessa que contrasta com as condições de precarização no ensino público. Isso ficou ainda mais claro, quando as escolas receberam impressoras 3D, mas com a implementação do EAD, o que fica claro é que não há condições básicas para que haja possibilidade de aprendizado.

Agora na secretaria de educação, Bruno Caetano articula junto ao governo estadual e federal a reabertura das escolas da rede pública e privada. Um plano de reabertura elaborado desde o gabinete, que ignora o forte rechaço dos profissionais da educação que são contrários a um retorno em meio o desenvolvimento da pandemia. Inclusive, nos protocolos já divulgados, está explicito que não haverão testes massivos para os alunos e funcionários, o que diretamente permite com que pessoas infectadas que foram assintomáticas possam colocar em risco à toda a comunidade escolar, inclusive que os alunos possam levar de volta para as suas casas o vírus e contaminar seus entes queridos.

O discurso demagógico do secretário que tem realizado LIVES com as Diretorias Regionais de Ensinos (DREs) com o lema de "Fala Rede" busca dizer que está contribuindo coletivamente este retorno, mas na verdade busca pressionar ainda mais os trabalhadores da educação a terem que "justificar" os seus salários, e debaterem somente medidas cosmésticas para uma decisão que já está decidida pela secretaria e pelo governo, já que ambos se pautam pelos interesses do empresariado, e por isso querem reabrir logo as escolas para garantir que os pais destes alunos possam voltar ao trabalho.

O discurso do atual secretário da educação, pode até parecer sensato, se pensarmos na necessidade concreta de muitas família que com a reabertura do comércio precisam de um lugar para deixar sua crianças. Mas cabe aqui dois principais questionamentos: foram tomadas todas as medidas necessárias para o combate a pandemia em São Paulo? As escolas estão de fato preparadas para receber crianças em meio a pandemia?

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Para as duas perguntas a resposta é não. Primeiro que Doria junto com o prefeito Bruno Covas discursaram e tentaram fazer uma grande oposição ao negacionismo de Bolsonaro, que inclusive agora está contaminado, mas na prática organizaram quarentenas totalmente parciais, com milhares de trabalhadores sendo obrigados a seguir trabalhando, colocando suas vidas em risco, inclusive diretores, ATEs e trabalhadores terceirizados, tendo inclusive óbitos em decorrência a Covid-19. Ao mesmo tempo que sem garantir as testagens massivas da população, não se fez eficaz esta medida de quarentena, pois não garantia nenhuma racionalidade para separar infectados dos não infectados. Sem falar nas medidas fundamentais da reconversão da industria para garantir a produção de todos os insumos para o combate a Covid-19 ou mesmo a centralização do sistema de saúde que sequer foi cogitada pelos governos.

Segundo que a reabertura irracional do comércio visa exclusivamente salvar os lucros patronais e não as vidas em risco pela COVID-19. A demagogia de Caetano reafirmando seu viés empreendedor apoiando a reabertura, é uma clara tentativa de colocar os setores que precisam ter onde deixar seus filhos para trabalhar numa contraposição a correta posição da categoria de não querer colocar a si própria, os alunos e seus familiares em risco. Essa tentativa de contrapor os interesses de diferentes setores da classe trabalhadora, só é possível pela apoio de Dória e do PSDB à MP 936, mais conhecida como MP da Morte, que permite a redução da jornada de trabalho com redução de salário, suspensões de contrato e todo uma retirada de direitos históricos dos trabalhadores. É com uma política de precarização do trabalho, sem a garantia da quarentena para o conjunto dos trabalhadores, através de um auxlio emergêncial de pelo menos R$2 mil reais, que sem qualquer condição de subsistência, o Secretaria pode usar da miséria que ele mesmo é responsável junto aos seus colegas de partido, para tentar impor a retomada das aulas. Isso mesmo com especialistas da área da saúde afirmando que não é o momento de reabrir as escolas.

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Mas como garantir condições sanitárias em escolas degradadas? Como garantir condições sanitárias para crianças que não tem consciência da importância do distanciamento? E como garantir tudo isso, se pensarmos a defasagem no quadro de funcionários e a sobrecarga que estes já sofriam desde antes da pandemia?

A política municipal, em consonância com as politicas estaduais demonstra um ar falsamente preocupado e sensato diante da pandemia mas que ao não considerarem os riscos e as mortes que podem até variar em números de um dia para o outro, mas se mantém muito altas (cerca de 1000 por dia), propõe essa “flexibilização” da quarentena, propõe a reabertura das escolas e não consideram que são as populações mais precarizadas que mais morrem. Não consideram que muitas dessas crianças ficam sob os cuidados de seus avós, e que mesmo assintomáticas podem transmitir o vírus.

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Não existe condições de reabertura das escolas no meio de uma crise pandêmica, onde a própria estrutura social, e o modo de produção capitalista impõe condições de misérias a maioria da população, que sofre com má alimentação, com falta de saneamento básico e com condições de trabalho cada vez mais precárias.

Bruno Caetano aliado ao governo estadual e municipal, coloca em risco milhares de vidas. Podem até demagogicamente se colocar contra o governo Bolsonaro, mas fazem coro quando o assunto é priorizar o lucro e descarregar a crise nas costas dos trabalhadores.

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É por estes motivos, e sem ter qualquer ilusão nas intenções empresarias de Bruno Caetano que apoiamos a organização desde a base dos trabalhadores da educação, que vem em cada LIVE com o Secretário demonstrando que só os trabalhadores sabem efetivamente quais são as prioridades da educação e que o cuidado com a vida da comunidade escolar é parte também do seu papel social. Somente a auto-organização dos trabalhadores da educação, incluindo os terceirizados e em aliança com a comunidade escolar, confiando nas suas próprias forças, que pode-se impor ao SINPEEM construir uma luta efetiva que coloque a vida dos trabalhadores e dos alunos, assim como de seus familiares, acima dos interesses capitalistas.

 
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